💍 Capítulo 48 💍

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JEONG YUNHO

Yunho abriu os olhos devagar, e aos poucos foi despertando e se acostumando com a claridade do ambiente no qual estava. Assim que abriu completamente os olhos, retomou a consciência, se lembrando de que antes estava na sala daquele até então lugar desconhecido, e agora estava sem seu blazer, gravata e sapatos sociais — seu uniforme de trabalho — e em um quarto também completamente desconhecido.

Aos poucos foi recuperando a memória e então relembrou da discussão que havia tido com Song e com os Park's há, sabe-se lá quanto tempo atrás, já que não tinha certeza por quanto tempo havia apagado. Sentia sua cabeça doer um pouco, assim como a parte de trás de sua nuca na qual estava sentindo uma leve pressão. Aos resmungos se sentou na cama, pronto para se levantar para ir atrás de seus pertences para ir embora.

Yunho estava se sentindo estranho ali, ainda mais estando em uma casa com tantas pessoas que tinha a função de protegê-lo de alguma coisa que ainda não entendia muito bem, sem contar a presença das pessoas que um dia jurou poder confiar de olhos fechados, haviam escondido coisas e magoado seu coração sem pensar duas vezes. Estava tão confuso, que estar em um lugar como aquele com toda certeza o enlouqueceria. Não sabia se queria chorar, gritar ou bater em todo mundo, mas só sabia que precisava ao menos de algum espaço pra assimilar tudo. Como assim Hongjoong havia voltado? Como assim, por causa dele, estava em risco de vida, assim como os Park's e o próprio Mingi? Como Mingi pode estar com Hongjoong mesmo sabendo que ele queria machucá-lo, assim como as pessoas que um dia Mingi jurou ser as mais importantes de sua vida? Yunho sentiu seus olhos arderem em lágrimas ao pensar nas próprias perguntas.

Com tudo que havia passado nos últimos meses, a última coisa que acreditava naquele momento é que, com toda a certeza, não era mais uma pessoa importante para Mingi, e não mais tinham a ver um com o outro. Ainda não entendia aquela vontade que Mingi tinha de querer lhe proteger mesmo depois de tudo que ele havia feito. De forma alguma queria continuar ali, sendo assim, colocou os pés para fora da cama e se levantou, e imediatamente sentiu tudo rodar. Quando menos esperava, sentiu dois braços ao redor de seu tronco, lhe ajudando a se sentar no colchão novamente, e logo se deu conta de que era uma figura feminina.

Permaneça sentado, Yunho. Por favor! Vem cá, vou te ajudar. — a moça de pele morena e cabelos cacheados na altura dos ombros pediu, auxiliando para que Yunho se sentasse na cama e ficasse encostado na cabeceira. Gentilmente a garota colocou um travesseiro abaixo de seus tornozelos para que pudesse deixá-los repousados para cima. — Permaneça com os pés assim, isso vai ajudar na circulação. Você ainda sente algum desconforto? — ela perguntou, e Yunho, ainda extremamente confuso, apertou os olhos e engoliu em seco, percebendo só agora que estava com sede.

— O que aconteceu e me desculpe, quem é você? — o rapaz loiro perguntou e viu a moça dar uma risada baixa enquanto tirava um equipamento medidor de pressão de uma das gavetas da cômoda ao lado da cama.

— Me desculpe, esqueci de me apresentar. — ela disse, ao mesmo tempo que prendia o medidor de pressão no antebraço de Yunho. — Eu sou a April, sou enfermeira do departamento de polícia. Estou acompanhando o quadro do Mingi desde que ele saiu do hospital, mas como de repente você desmaiou, estou cuidando de você agora. — ela explicou e Yunho ouviu os bipes do medidor de pressão, sentindo o equipamento começar a apertar seu braço. — Você desmaiou na sala mais cedo. Acredito que tenha sido por estresse. Medi sua pressão quando estava desacordado e ela estava em 14 por 8, e agora ela está em... — ela esperou o aparelho bipar — 12 por 9! Que ótimo, está normal agora. Está tendo mais algum sintoma?

— Apenas dor de cabeça, um pouco de enjoo e ainda uma pressão na nuca, mas acho que já é justificável pela pressão que estava alta. — respondeu, voltando os olhos para a enfermeira, esta que assentia com a cabeça. — E o que aconteceu com o Mingi para ir parar no hospital e depois chamarem uma enfermeira pra cuidar dele? — perguntou, com curiosidade, tentando aos poucos, da sua maneira, começar a entender o que de fato havia acontecido ou que ainda estava acontecendo naquele momento. Assim que a enfermeira iria responder, batidas foram ouvidas na porta.

LOYALTY II - O passado fica para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora