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O sol escaldante do deserto batia forte nas costas do soldado Richarlison enquanto ele marchava com seus companheiros em direção ao hospital de campanha. A guerra havia devastado a região, e o cheiro de pólvora e sangue pairava no ar. A cada passo, a poeira fina se acumulava em suas botas, aumentando a sensação de cansaço e opressão.

Ao chegar ao hospital, ele foi recebido por um cenário caótico. Médicos e enfermeiros corriam de um lado para outro, atendendo os feridos que chegavam em um fluxo constante. O ar era úmido e fétido, impregnado com o cheiro de medicamentos e desinfetante. Ambulâncias uivavam ao fundo, enquanto gritos de dor e desespero ecoavam pelos corredores.

Charlie se aproximou da recepção, onde uma enfermeira com o rosto marcado pelo cansaço o atendeu. – Olá, bom dia, senhor Richarlison de Andrade? – perguntou ela, verificando sua identificação. Richarlison  confirmou com um aceno de cabeça. – Ótimo, pode ir à ala de pediatria no terceiro andar. – disse ela, entregando-lhe alguns papéis para assinar.

O brasileiro agradeceu e dirigiu-se ao elevador. Ao entrar, apertou o botão do andar desejado, mas antes que as portas se fechassem, uma voz o interrompeu. – Segura esse elevador! – gritou alguém. Rapidamente, estendeu a mão para impedir que as portas se fechassem.

Ao se virar, viu um jovem asiático de olhos gentis e sorriso tímido. – Ufa, obrigado – disse ele, fazendo uma leve reverência. Richarlison retribuiu com um aceno de cabeça. – Você parece ser novo aqui – observou o jovem. – Precisa de ajuda?.

Richarlison hesitou por um momento. Na verdade, ele não precisava de ajuda, mas algo no olhar do jovem o fez mudar de ideia. – Sim, eu preciso. Você sabe onde fica a ala da pediatria?

O jovem sorriu e pegou os papéis que Richarlison segurava. – Parece que você vai ficar sob meus comandos agora – disse ele, estendendo a mão. – Pediatra Son Heung-min muito prazer.

Richarlison apertou a mão de Son, surpreso com a firmeza e o calor do aperto. – Ao seu dispor, Doutor Heung-min – disse ele, ainda um pouco hesitante.

As portas do elevador se abriram e Richarlison se viu em um corredor diferente de tudo que já havia visto. As paredes eram pintadas de cores vibrantes e decoradas com desenhos infantis. Não tinha a mesma correria que tinha no primeiro andar. Havia brinquedos espalhados pelo chão e um leve aroma de biscoitos flutuava no ar.

Son seguiu um caminho diferente de Richarlison, que foi para o balcão do local, ficando encostado enquanto encara Son em uma sala cheia de crianças.

Richarlison observava Son com uma mistura de curiosidade e felicidade. A sala, antes vibrante com o som de crianças brincando, agora parecia calma. As feições delicadas de Son, emolduradas por seus cabelos negros como a noite, transmitiam uma calma serena que intrigava Richarlison.

Em um impulso, o brasileiro se aproximou de uma interna de cabelos verdes que examinava os prontuários no balcão. A garota, com seus olhos arregalados de surpresa, não esperava ser abordada por um soldado uniformizado.

– Te dou 5 pila para você me falar sobre ele ali – Richarlison disse, apontando para Heung-min.

A interna, ainda nervosa, gaguejou – Senhor, eu sou só uma interna. Não sei muito sobre ele...

– Te pago 10. Agora fala logo!

– Ele é o Doutor Son Heung-min. Não sou sua interna, mas ouvi dizer que ele era o mais brilhante entre os residentes. Ouvi dizer que ele entrou na faculdade com 16 anos. Meio solitário, dizem, mas incrivelmente talentoso. Capaz de se destacar em qualquer área do hospital.

Enquanto a interna falava, Richarlison observa Son com atenção. Seus olhos percorriam o corpo esbelto do pediatra, notando a postura ereta e os gestos precisos. Havia algo nele que o chamava atenção.

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⏰ Última atualização: Mar 10 ⏰

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