CAPÍTULO 1

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Tudo começou quando nossos olhos se encontraram pela primeira vez. Desde o momento em que aqueles olhos grandes e doces pousaram em mim  eu soube que me apaixonaria por ele, soube que da li em diante tudo o que já foi meu seria de Yori.   

'' Minato! venha aqui, espalhe isso'' 

olhei o que Daisho, um garoto que sempre implicava com todos, estava fazendo e percebi que ele estava sobre a mesa de Yori, espalhando o pó do apagador do quadro sobre sua mesa. Sem pensar muito, enquanto era arrastado por ele, peguei os apagadores e comecei a bater sobre a mesa. Em questão de segundos, ouvi os garotos dizerem que ele estava chegando, e quando me virei para trás, Yori estava lá, parado enquanto me olhava. Rapidamente corri para minha cadeira e me sentei enquanto escondia o rosto, envergonhado demais para olhar em seus olhos que eu sabia estarem magoados. 

Ouvi Kuroda e Midore, duas colegas de classe, se oferecerem para ajuda-lo a limpar a bagunça, e logo depois os garotos começarem a implicar com ele. 

''Não apenas limpe, reaja.'' 

''Olá, Hoshikawa. A toupeira de Kuroda parece um feijão preto.''

''O que? vou levar este.'' a garota disse e saiu. 

''Diga, a toupeira de Kuroda é um feijão preto'' insistiu Daisho. 

''Não posso dizer o que não penso.'' respondeu Yori.

''Por que fica do lado das meninas? Você é uma garota? Uma garota alienigena?''

''Meus labios são super flexiveis!'' Disse outro garoto da sala.

''Beijo! Beijo! Beijo!''

''Pare com isso!''

Ao ver aqueles garotos colocando aquelas mãos sujas em cima dele, chacoalhado seu corpo como se ele fosse uma boneca e o intimidando eu simplesmente perdi o controle. Mas o que eu poderia fazer? Não poderia ir lá e socar a cara daqueles idiotas, então em um subto pensamento para protege-lo eu levantei e comecei a chutar e jogar todas as muchilas que estavam nos armarios atrás de mim

''mugino! o que você está fazendo?'' ouvi o professor me chamar e em seguida seus braços tentando me segurar. 

Enquanto caminhava para casa, eu assistia Yori girar algo pelo ar. Até que ele parou e colocou a cabeça em cima de um bueiro parecendo falar com alguém.

''De jeito nenhum, eu não posso deixar você sair. Apenas fique ai.''

Corri ate chegar perto dele e perguntei.

'' O que? você ouve alguma coisa?''

''Um gato''

Me deitei ao lado dele e coloquei a cabeça em cima do bueiro, perto da dele. Eu não podia escutar nada, mas continuei ali, não sabia se por esperança de ouvir o tal gato ou para poder me manter perto de Yori. Eu esperava ser a primeira.

Yori levantou e começou a andar, eu permaneci ali, deitado, mas agora com um certo frio.

''Hahaha, é uma brincadeira!''

Eu sorri e me levantei para correr ao seu lado e ao perceber que seus pés estavam descalços eu tirei um de meus sapatos e o entreguei, ele me olhou confuso então eu disse;

''Desculpe por hoje.''

ele sorriu para mim e por um momento eu esqueci de tudo o que tinha acontecido hoje.

''Desculpe por hoje.'' Então ele se apoiou em meu braço e calçou o sapato.

Mas eu queria ver mais daquele sorrisso. Eu queria ouvir sua gargalhada e assistir seus olhos virarem dois risquinhos enquanto me olhava, e para isso comecei a pular em uma só perna enquanto ria e ele me seguiu. 

Depois da escola em uma sexta-feira, Yori me levou até a floresta. Eu não sabia o que ele queria fazer lá mas a ideia de passar algum tempo com ele me pareceu boa, então avisei a minha mãe que iria dar uma volta e o encontrei em sua casa, onde ele guiou o caminho ate o que parecia ser trilhos de trem abandonados.

'' Você está me levando para ser devorado por acaso?'' Perguntei divertido.

''Não, eu gosto de como você é agora''

''Eu não sei o que isso significa, mas fico feliz''

chegamos ao que parecia ser um túnel escuro e ele entrou um pouco a dentro e parou me observando.

''Garotas não gostam de garotos que tem medo do escuro''

''eu não tenho medo'' corri ate ele e nós atravessamos o túnel. Depois de sair daquele lugar escuro, eu vi um pouco a frente um vagão de trem abandonado, vi Yori entrar lá sem medo algum como se já tivesse estado lá muitas vezes e então o segui.

''Você vai contar?''

''Não vou contar, isso estragaria tudo.''

''Sim, este lugar é só meu, mas posso dividi-lo com você''

''Eu agradeço''

Passei os olhos sobre o lugar e tudo parecia incrivel, fiquei me perguntando como Yori acabou achando aquele lugar ficando tão longe de onde nós moravamos. decidi que não perguntaria, já era especial o suficiente que ele tenha me trazido ate aqui e tenha compartilhado o seu lugar comigo.

''No que está pensando?'' senti seus pequenos dedos em meu cabelo e senti todo o meu corpo paralisar, assim como naquela vez no deposito de instrumentos no dia que o professor Hori pediu para que eu e Yori levássemos os pandeiros para lá. Pensei em como meu coração acelerou e em como eu fiquei assustado em descobrir que queria que ele continuasse com suas mãos ali.

''Em como esse lugar parece legal''

Ele riu e bateu levemente no meu nariz.

''Você é um mentiroso ruim haha''

'' Talvez eu seja'' Sorri em saber que ele me conhecia tão bem.

''Venha, vou te ensinar a fazer um como o meu''

Nós nos sentamos de frente um para o outro e ele guiou minhas mãos sobre o papel para que eu soubesse como droba-lo corretamente. Quando terminamos nos deitamos um ao lado do outro enquanto olhava-mos os enfeites colados no teto.

''Acha que seu pai deixaria que você dormisse na minha casa qualquer dia desses?''

''eu não sei, meu pai tem medo que eu passe minha doença para outras pessoas então prefere que eu fique em casa com ele.''

''Você não tem uma doença.''

''tenho cérebro de porco esqueceu''

''Não você não tem'' me levantei e olhei em seus olhos. '' Você não tem cérebro de porco, seu pai está errado.''

''Eu sei o que tenho, não é um problema para mim''

''Olha, eu fui ao medico com a minha mãe, eles bateram uma ressonância em mim e meu cérebro estava normal.''

''Você não tem cérebro de porco!''

''Você também não!''

''Não sabe o que está dizendo''

''Não confia em mim?''

''Claro que sim! confio mais do que tudo''

''Então, acredite quando digo que você não tem nenhuma doença''

''Tudo bem'' Ele sorriu e só por aquele momento eu tentei fingir que ele acreditava em minhas palavras.

Ao anoitecer voltamos para casa, acompanhei Yori ate a sua porta  e me despedi com um sorriso, depois de o ver entrar fui em direção a minha casa. Depois de um banho quente e de jantar, dei um beijo em minha mãe e fui para meu quarto. Deitado em minha cama , passei todos os momentos do dia em minha cabeça, pensei em Yori e em seu sorriso e enfim dormi.





































You and Me  -  MONSTEROnde histórias criam vida. Descubra agora