Capítulo - 3

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       Autora Narrando


Alison olhou para a porta do banheiro fechada com um suspiro.

Quanto mais a Freen a maltratava, mais ela a queria ao seu lado. Porque era obcecada por Freen. Isso não era nenhuma novidade. Achou que com os anos, a sua obsessão iria se apaziguar, porém, isso não aconteceu. Amava tanto a Freen que só com a menção de perdê-la fazia quase perder o controle. Usaria a sua conta privada para sustentar os caprichos de Freen, faria tudo, só não podia perdê-la.

Achou que, depois da morte de Becky, as coisas mudariam com a Freen... Teve a ilusão de que as lembranças de Becky sumiria da mente de Freen quando a Guarda Costeira anunciara o encerramento das buscas e confirmando o óbito de Becky. Achou que Freen esqueceria a esquisita, mas pelo o contrário, Freen cultivou a Becky dentro do peito, no coração, mesmo passando todos esses anos, o fantasma de Becky estava lá, sugado os pensamentos e a energia de Freen.

E Alison desejou que a defunta estivesse viva só para matá-la mais uma vez, e mais uma vez, quantas vezes fosse preciso para que tirasse Becky do coração e da mente de Freen.

Alison não podia competir com uma defunta. Acha que nunca poderá. Subestimou demais a Becky, não tinha calculado que um ser tão insignificante como aquele poderia se cravar daquela forma em Freen. E isso enlouquecia o ego de Alison, sentia-se tão incapaz, de baixa-estima. Sentia-se um nada e as atitudes de Freen para com ela só aumentava o seu pensamento.

Sabia que a Freen a odiava, percebia isso na maneira que a outra a olhava, era sempre daquele jeito contido, com os olhos meio avermelhados embriagados de asco.

Freen não a tocava mais. Mesmo que a Alison a procurasse, era preciso que ela passasse na cara que Freen era comprada pra conseguir ter sexo. O sexo era mecânico, sem sentimento, sem prazer... O sexo só proporcionava dor... A dor psicológica por Freen não a querer.

Ela fazia de tudo para que ninguém percebesse a hostilidade de Freen para com ela. Vivia de aparência e buscava sempre desempenhar o seu papel de mulher feliz, realizada e apaixonada. Esse mês saíra na Vogue, no especial de dia das noivas. Na reportagem, dizia o quão ela e Freen estavam ansiosas para se casar, o quão estavam apaixonadas e felizes. Queria que o mundo visse que era feliz e que as mulheres sentissem inveja de uma vida que Alison suspostamente vendia...

Foi essa revista que fez uma pessoa decidir que era a hora de voltar. De colocar o plano em ações. Claro que a Alison não sabia que o decaimento que estava acontecendo em sua vida era obra desses planos, mas a loira iria descobrir futuramente e iria odiar...

Alison saiu do seu quarto em direção da sala. Passará quase onze anos vivendo com a Freen em Nova York quando decidirá voltar para Seattle. Freen não reclamou da mudança até porque quando ela quisesse estar em qualquer outro lugar, bastaria usar o jatinho da família. Alison tinha decidido voltar para a sua cidade natal apenas por um motivo: Os seus pais.

Fazia exatamente um ano que o casamento dos seus pais se tornara inexistente. Apesar de Serena ser como a Alison e fazer de tudo para não deixar que os problemas pessoais fosse de conhecimento da sociedade. Porém, a verdade era que tudo estava indo de mal a pior. O Klaus tinha mudado completamente, não era mais aquele pai amoroso e empenhado, muito menos um marido atencioso. Vivia viajando e nos poucos momentos que estava em casa era frio, impessoal. Ele não fazia questão de esconder o menosprezo que sentia por Serena.

Era algo perturbador. Tanto para a mãe, como para a filha que não entendia o comportamento do Klaus.

Alison desceu as escadas para o sala de jantar e olhou significante para a sua mãe que estava muito elegante num conjunto azul marinho e com os cabelos presos em um coque, apesar dos procedimentos estéticos, o rosto de Serena denunciava a idade. Talvez, fosse o estresse de um marido distante.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora