Capítulo 16 - The Girl

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Lalisa apareceu na minha porta às três horas em ponto, vestindo uma calça jeans colada, uma blusa branca simples apreciada e uma jaqueta de couro preta. Estava também com os seus famosos óculos estilo Aviador, que me deixava secretamente de calcinha molhada.

Agora, estávamos andando em alta velocidade com a sua moto, pelas ruas de Seoul. A costa do mar da Coréia do Sul estava ao nosso lado esquerdo, enquanto nos afastávamos cada vez mais do centro. Não sabia para onde estávamos indo - Lalisa não quis me contar, mesmo com a promessa de um boquete no lugar onde ela escolhesse (sim, eu apelei dessa forma) -, mas eu confiava plenamente naquela maluca que pilotava como uma verdadeira louca, procurando pela morte.

Deixamos à costa para trás e entramos em uma parte mais suburbana da cidade. Havia casas e mais casas de classe média por onde passávamos, e eu estava começando a me perguntar aonde realmente iríamos, até que ela parou em frente a uma enorme casa, toda pintada com tons rosa e azul-bebê. Acima da porta de entrada, tinha um letreiro todo dourado, onde lia-se "House of Happy Children". (Casa da Criança Feliz).

Assim que ela estacionou a moto, saí e tirei o capacete, olhando tudo em volta. A casa era protegida por uma pequena cerca branca, que tinha um portãozinho - também branco - de madeira, que nos levava direto para a porta de entrada. A grama verde cobria todo espaço e terminava antes na cerca branca, deixando apenas um caminho de pedras no meio, onde ficava o portão.

-Lalisa... Que lugar é esse? - perguntei, entregando o capacete para ela, sem ao menos desviar os olhos daquele lugar tão... Acolhedor.

- É o lugar onde o seu sorriso se multiplicar por mil. - ela disse simplesmente, colocando o capacete dentro do compartimento da moto e pegando minha mão. - Vamos, vou te apresentar o lugar que mais me faz feliz no mundo inteiro.

Ela abriu o portãozinho branco e deixou que eu entrasse primeiro, antes de me seguir. Pegando em minha mão, passamos pelo caminho de pedras e subimos dois degraus, até estarmos na porta de entrada. Pensei que ela bateria, ou apertaria alguma campainha, mas, para a minha surpresa, ela apenas girou a maçaneta e entrou, me levando junto consigo.

Levou apenas alguns minutos para que quase dez crianças saíssem por uma porta e corressem até ela a abraçando.

- Tia Lis, que bom que você veio nos ver!

- A gente ficou com saudade.

- Eu disse que para vocês que ela jamais abandonaria a gente!

- Pensei que não fosse aparecer nunca, caraca, tia Lis. Eram tantos falando e sorrindo ao mesmo tempo, que a única coisa que eu pude fazer - além de ficar incrivelmente maravilhada - foi sorrir. Havia meninos e meninas e mais um grupo apareceu alguns minutos depois. Lalisa sorriu, abraçou e beijou cada um deles. Seus olhos brilhavam quando olharam de volta para mim.

- Pessoal, acalmem-se. Tenho que apresentar uma pessoa muito especial para vocês. - ela disse, pegando em minha mão. - Digam oi para Tia Jennie.

- Oi, Tia Jennie! - eles disseram em uníssono.

- Oi, meus amores. - falei, sorrindo abertamente para eles.

-Jennie, essas pessoinhas aqui... - ela sorriu e piscou, recebendo vários sorrisos infantis como resposta. - São minha família. A parte mais importante de mim e de quem sou.

- Ah, tia Jennie... - uma menina pequenininha, que não deveria ter mais de cinco anos. Era morena com traços japoneses e tinha uma expressão encantadora ao se aproximar de Lalisa.

Ela só precisou estender os bracinhos para ela apenas uma vez e logo estava em seu colo. Olhou com curiosidade para mim.

- Ela é tão bonita. - ela murmurou para Lisa. - Você é namorada da tia Lis? Oh, caramba... O que dizer numa hora dessas? Acho que fiquei com uma expressão bastante assustada, porque Lalisa riu, chamando a atenção da menininha.

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