𝙰 𝙲𝚄𝚁𝙰 |17

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2337 palavras

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2337 palavras

  A água na minha banheira já está fria, mas eu não tenho vontade alguma de me levantar. Sinto-me como se estivesse morta, completamente inerte e incapaz de enfrentar a realidade.

  Estou profundamente desapontada comigo mesma.


  Ouço o som de uma vibração que provavelmente é o meu celular tocando, com mais uma chamada de Ammy ou de Erick. Eles têm sido persistentes desde que disse que estava doente e que precisaria ficar em casa por um tempo para me recuperar. Foi a única desculpa que encontrei para passar alguns dias em casa.

  Já se passaram três dias, mas o sentimento persiste inalterado. Para ser sincera, acho que ele nunca vai mudar; eu apenas terei que aprender a conviver com tanta culpa e autodesprezo. É o fardo que terei que carregar por ter agido de forma imprudente. Não há mais como voltar atrás.

  Saio da banheira e me enrolo na toalha. Visto uma calça de moletom e uma camiseta velha, e então me deito na cama, desejando mais uma vez fugir da minha própria vida.

  Está sendo mais difícil do que eu imaginei simplesmente aceitar o que fiz, especialmente quando as lembranças daquela noite me assombram constantemente, juntamente com as dúvidas sobre o que acontecerá a partir de agora.

  O que está acontecendo? Estão procurando por Lurci? Sentiram a falta dela? Estão pensando em mim?

  Me assusto com o barulho das batidas bruscas na minha porta, que me obrigam a sair dos meus devaneios. Levanto-me devagar, passando pelos livros espalhados pelo chão, xícaras de café em cima da mesa, casacos e cobertores sobre o sofá, enquanto caminho em direção à sala, um pouco desconfiada, pois deixei claro para quem avisei sobre a minha "gripe" que queria ficar sozinha.

— Charlotte? — Arqueio uma sobrancelha ao abrir a porta.

— Lana — ela respira fundo e abre um daqueles largos sorrisos quando me vê — Um passarinho me contou que você estava doente... Eu trouxe a cura! — Ela ergue em minha frente uma grande sacola descartável.

  Abri a boca para falar algo, mas não tinha palavras para descrever minha surpresa com a sua aparição repentina.

  Hesitei em deixá-la entrar, sabendo que não me encontrava pronta para socializar agora, mas Charlotte tinha o poder de sempre me fazer entender meus próprios pensamentos. Além disso, ela já tinha comprado comida, conseguia sentir o cheiro daqui.

— Você pode entrar — Eu saio do caminho da porta.

— Trouxe comida mexicana de novo — Ela fala.

"Querido Diário" de Lana BergerOnde histórias criam vida. Descubra agora