Noite de Quaresma

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Noite de Quaresma

Um homem (Pele jambo e cabelos lisos porém escuros), junto ao seu cachorro adentrava na mata em plena noite de quaresma, seus passos eram pesados mas silenciosos, usava uma espingarda de chumbo em suas costas e uma peixeira em sua cintura
A medida que o Homem entrava na mata se escutava barulho das copas das árvores...vários pássaros saltam delas já voando- Aa!! - exclamava o homem meio surpreso pelo susto repentino.
Ele entrou mais fundo ainda na mata, deste ponto se escutavam assobios baixos a uma distância continuo, mas seu cachorro ficava apreensivo e olhava a pontos fixos para certas direções conforme o tempo passava, mais perto o assobio se aproximava ainda mais -Djabo e isso?..- questionava o homem- Quem tá aí?..- ele sacou sua peixeira, o brilho da lâmina refletia sobre a luz do lampião- QUEM TA AI?!!- circulava sobre si mesmo com a peixeira a sua frente.
O assobio se calou voltando ao silêncio da mata que calava a todos, minutos depois ele soltava seu cachorro na mata para ver se achava algo, logo após o seu cachorro achou um tatu -Isso vai dar o qu²⁸e comer pelo menos- o homem alcançava o cachorro e pegava o Tatu e logo foi se a direção da saída
Sentia-se seguido tudo o trajeto, quando ele saia da mata percebia que saiu por outra mata bem mais distante de sua casa -oxi..- O homem continuo seguindo o caminho a sua casa.Chegou-se a sua casa e jogou o corpo do tatu acima da pia - que merd..- o homem olhava com repulsa para o corpo do tatu que parecia estar em estado de putrefação, o cheiro era intragável, ele lacrimejava enquanto segurava-se para não vomitar encima de tudo a sua volta -como?.. eu matei a minutos..- o mesmo assobio que ecoava na mata podia ser escutado a frente a sua porta -quem tá aí?!... -Exclamou o homem com raiva e medo.
Pegou sua espingarda e foi em direção a porta, abriu a porta e não havia nenhuma alma viva ele dele -Diabo e isso, batendo na minha porta..- questionou o homem olhando ao arredores -hu..!- via se no início da mata de frente a sua casa um cigarro aceso e um par de olhos vinho vivido -OQUE VOCÊ QUER AQUI?!!..-Bradou ele em direção a mata.
Da mesma forma que sumiu o par de olhos sumia novamente adrento da mata -FUJA MESMO CABRA VEIO SAFADO!! - ainda impávido soltou um tiro ao céu, ecoou o som por todos os cantos.
-QUE DIABO E ISSO HOMEM??! ENLOUQUECEU?- Uma mulher saiu de dentro da casa com um menino atrás do mesmo. O homem apenas entrou para dentro enquanto explicava em tom baixo, logo quando chega na cozinha, logo seu corpo fica esbranquiçado -Muie se pegou o tatu que tava encima da pia?- perguntou ele olhando para uma poça de sangue preto que de alastrava pela pia.
-Eu não, nem vi tatu encima de pia...- a mulher olhou para o sangue preto que estava na pia, o sangue formava poças e um rastro podia ser visto levando pra janela -Eu te falei para não caçar em quaresma macho!!!!- a mulher o estapeou nas costas com ódio visível em sua expressão
A criança olhava tudo sem expressão e olhava para a porta, havia uma criatura alta e um pouco peluda na porta, seus olhos eram vermelhos vinho, havia um cigarro no canto de sua boca em meio aos dentes amarelos e pontudos, suas mãos eram humanas mas com garras escuras e espessas
-venha..- dizia em um tom baixo chamando a criança para sua direção, a criança se aproximou lentamente, mas quando chegou perto a criatura desapareceu como se nunca estivesse lá, a criança voltou ao lado de sua mãe com um olhar sem vida . Ainda cansados todos foram se deitar ainda apreensivos
Pela madruga o homem sente uma respiração pesada e um cheiro intragável de cigarro que descia pela sua garganta, abrindo lentamente seus olhos ele vê novamente o par de olhos vinho o observando na porta. Ele olhava para aqueles olhos que penetravam em sua mente.
-Morra..- a voz saia da direção dos olhos, o homem se levantava já pegando sua espingarda e morava nos olhos, o homem fechou a porta com toda a sua força a trancando e dando alguns passos para trás, ele olhava apreensivo enquanto tremia
-oque e isso homem?..- A mulher levantava nto aleante, ela ia em direção ao homem e logo em seguida ele a empurra na cama, ele continua a apontar a espingarda para a porta, seu corpo já estava amarelo, o mesmo estremecia a medida que o tempo passava.
-Fique quieta aí mulher.. Tem alguma coisa pra fora do quarto -Ele respondeu a mulher, ele ia em direção a porta e abria ela lentamente com um suspense consumindo a todos ali presentes
Não havia nada além de um silêncio mortal que se empoderava da casa.
-Você bebeu o que enquanto caçava?! - A mulher logo exclamou
O homem ainda em um silêncio saia do quarto com a espingarda empunhada, seus passos assoavam o chão e se movia lentamente
O rosto do homem se empalideceu, aquela criatura, aquele monstro, aquele demônio. Lá estava a criatura na frente da cama de seu filho, a respiração ofegante podia ser escutada vindo da criatura que logo abria sua boca, ela sorria de volta para o homem que apenas olhava com desespero
Ele correu em direção ao quarto do filho, a porta fechava em seu rosto, ele ignorou a dor e escancarou a porta  do quarto. Nada, apenas nada, só a cama e uma mesa, e o homem era a única alma viva ali presente, ele ajoelhava e lacrimejava enquanto olha para a cama de seu filho, nela havia uma única mancha de sangue.
Ele saia do quarto já em estado de solidão, e um vazio inexplicável, ele escutava um assobio vindo do lado de fora e logo correu em direção ao quintal que dava em frente a Mata
Ele chegou em seu quintal, e nada de seu filho ou de seu sequestrador, ele se virou para voltar para dentro. Lá estava, aquela criatura com olhos vinho, pele com muitos pelos, dentes amarelos que mantiam um cigarro de palha entre eles, aquela coisa segurava fortemente o braço da criança que estava roxo e dobrado ao meio, os gritos de terror e desespero da criança quebravam o coração de seu pai, sem pensar muito e com pavor o homem foi em direção a criatura com uma peixeira que estava na bainha de sua cintura, ao chegar perto o suficiente ele tentou atacar mas a criatura cravou suas garras no abdômen do homem, e jogou ele de volta ao chão, e sorria amargamente.
O homem bradou com a dor agoniante, ele olhava para a criatura com um olhar sem alma, e aqueles olhos vinho pareciam sorrir com tamanha desgraça e crueldade, a criança tentava se libertar mas isso só causava mais sofrimento. O homem mirou a espingarda e impávido ele soltou uma sequência de 3 tiros que soavam como sinos naquela madrugada... Ao olhar para a criatura, nada restava apenas o corpo de seu filho que foi massacrado pelos disparos de seu próprio pai.

Fim

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⏰ Última atualização: Mar 13 ⏰

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