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Você já se encontrou em uma situação que não queria estar? Mas, por mais que tenha tentado evitar, você acaba entrando nela?

Pois é... É assim que estou me sentindo agora. Sei que não estou fazendo nada de errado, estar aqui não é errado. Mas por que para mim, não parece certo? E é isso que não entendo, como pode parecer errado se não estou com nenhum desconhecido?

Fechei os olhos respirando fundo "para de paranóias!" Dizia para mim mesma mentalmente, em uma tentativa falha de me convencer. Poderia estar agora pondo toda a culpa no nervosismo, se essa desculpa não começasse a soar uma daquelas desculpas bem, das esfarrapadas até para mim.

- O que foi? - diz se afastando de mim, só o suficiente para me olhar nos olhos.

- O que foi, o que? - pega de surpresa com a pergunta, tentei soar calma mais gaguejei miseravelmente.

- Porque você está fugindo ? -- seus olhos não saiam dos meus.

- Que? Eu... E-u não tô fugindo.

Vejo Arthur se afastando mais ainda, se sentando e se encostando na cabeceira da cama logo em seguida, o mesmo parecia um pouquinho perdido, talvez procurando as palavras, seu rosto estava um pouco iluminado pela a luz que entrava da janela, no quarto.

- Eu não entendo Crystal, mesmo namorando esse tempo todo, você continua se esquivando. - abri a boca para falar, mais a única coisa que fiz foi abrir e fecha lá novamente, eu não sabia o que dizer. -Tipo, no começo acreditei que era por você ser tímida, e tinha a questão de eu ser seu primeiro namorado... Mas agora sei, que não tem nada haver com isso, né? Você sempre dá um jeito de se sair, de um toque, principalmente quando estamos a sós, como agora.

Respirei fundo buscando alguma palavras para dizer, mas como eu poderia explicar pra ele, uma coisa que nem eu sei direito. Como vou explicar que toda vez que ele me toca de uma forma mais íntima, não me sinto à vontade, sem magoar seus sentimentos?

- Arthur, e-u... - fui interrompida com a porta do quarto sendo aberta, quase agradecendo aos céus por isso.

- Aí estão vocês! Bora, a mamãe tá chamando. - salva pelo o gongo, valeu irmãozinho!

- A gente se fala depois... - me levantei apressada, queria sair dali o mais rápido que eu pudesse, antes que ele tentasse continuar tendo essa conversa comigo agora, sei que não posso fugir disso, uma hora ou outra vou ter que conversar, mas não agora. Desci as escadas me sentindo a maior covarde de todas, minha mãe estava na sala, com Margareth sua melhor amiga, e mãe de Arthur, Miguel estava brincando com Billy na sala, era um cachorrinho de Margareth, o vira-lata, mais travesso que eu conheço, e isso com certeza era ótimo pra qualquer criança, já se percebia de longe, só com as risadas que Miguel, dava.

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Finalmente chegamos em casa, vim o caminho inteiro calada, e por sorte mãe não me perguntou o motivo, talvez esteja pensando que briguei com Arthur, acho que preferia que tivesse sido, talvez não estaria me sentindo dessa maneira, por que eu sou assim em?

Me joguei na cama, enfiando a cabeça no travesseiro "Que ódio!".

Ouvi o celular vibrando no criado mudo, sem vontade nenhuma estiquei o braço para alcançar o mesmo, sem sair da posição em que estava, também não me dei o trabalho de olhar quem era antes de atender.

Ligação on:

- Alô - minha voz saiu abafada pelo o travesseiro, ouvir uma risadinha do outro lado da linha, e só por essa risada já sabia quem era.

(Nem) Todos os Clichês São IguaisOnde histórias criam vida. Descubra agora