implicante

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Suas pernas se moviam de forma apressada e em seu rosto uma carranca desfavorecia sua beleza jovial. Novamente ele estava atrasado. O garoto adulto, maneira pela qual eu passei a me referir aquele homem-menino conseguia sempre aquele infortúnio de se atrasar para as aulas e eu sempre tinha a incrível sorte de vê-lo passar nesses momentos.

OK. Uma pequena mentira... Não era por acaso que eu via aquele garoto espalhafatoso passar por mim depressa com cara de sono e irritação; era nervoso que eu parava perto de uma árvore ou nos corredores da faculdade à espera de sua chegada.

Atitude estranha ou assustadora?

 Acho que os dois.

Mas não era como se eu fosse um assediador, por mais que pareça, um pedófilo também. Quem eu chamava de garoto tinha idade, 22 anos, pelo menos foi o que minha amiga me disse, mas, sério, nem com reza brava, nem bebendo vodka ao ponto de cantar a Gaga na rua alguém diria que aquele garoto tinha essa idade.

Eu diria uns 15 anos, no máximo, estourando, 16.

Assustador?

Agora me perguntam, qual o meu problema com ele?

Esses são os fatos:

A primeira vez que nós batemos de frente não nos demos muito bem (minha culpa);

E com o tempo não conseguimos nem ser chegados (um pouco minha culpa também);

E eu estou sexualmente e romanticamente muito atraído por ele (totalmente culpa dele).

Acho que eu tenho que começar pelo nosso começo.

~


Eu tenho um ego a zelar, sempre o tive em alta e isso nunca vai mudar. É  isso que precisam saber, junto disso algumas pessoas me consideram... Um pouco Irritante, implicante, cínico, uma lista e vários tapas na cara. Juntando meu amor próprio e vaidade com o momento em que eu esbarrei naquele pincher eu sabia que daria merda.

O garoto sem paciência cortou na hora minha pergunta de o que ele fazia nos corredores da faculdade dizendo “Óbvio que para estudar, você é cego ou estúpido?”, e isso me pegou totalmente de surpresa.

Primeiro, porque ele parecia uma criança emburrada e dizia estar fazendo superior. Segundo, que seu rosto delicado e perfume doce (que nunca me abandonou) não combinavam em nada com as palavras e feições bravas. Mas eu ainda tinha meu orgulho e não perderia uma troca de farpas.

- Não sabia que tinha aberto o fundamental no campus, ou seria uma creche?

- O que?!

- Está perdido? Quer que eu ligue para os seus país?

- Não vou perder meu tempo com idiotas!

Virou e saiu no meio de algumas pessoas, mas eu não o daria a última palavra.

- Se não encontrar sua mãe não me culpe, Bob esponja está pra começar!

E eu vi seu dedo do meio levantando-se para mim bem acima de sua cabeça. Sorri daquele episódio com o garoto novo, mas voltou a se repetir.

Várias vezes naqueles meses.

Não fazíamos o mesmo curso mas era incrível como sempre trombamos um no outro pelo prédio... Não demorou muito para eu sacar que, na real, não seria nada mal beijar aquele projeto de gente.

~


Era fato que eu estava atraído. Eu não sabia direito o que me chamava tanto atenção nele, com certeza não seria seu corpo pequeno ou rosto delicado. Ele era fofo, mas eu nunca tive interesse em foder coisas fofas.

Apenas um casoOnde histórias criam vida. Descubra agora