Eat Mixt.

3K 212 54
                                    

Tamaya

Estava exausta. Exausta de tantas escapatórias de Esther em relação a mim, a nós. Minha mãe, Margot, me olha com o cenho ainda franzido, como se realmente estivesse em choque com o que acabava de assistir a poucos minutos, antes dela entrar aqui, e estragar o que rolava entre mim e Campbell.

Arg! Droga.

Pego meu café gelado, e bebo alguns goles, antes de voltar a olhar para Margot, que continua parada, não tão próxima a mim, com suas mãos na cintura, e o seu olhar é insistente, em continuar postos em mim.

— Precisa de algo, Margot? — pela primeira vez, a chamo pelo seu nome, com amargura em meu tom de voz.

Seu corpo não demora para chegar em minha frente, com suas mãos no bolso da calça, me olhando com frieza, e talvez, uma incredulidade em seus olhos, tão esverdeados, que tanto gosto de olhar, pela tonalidade rara que existe. Não consigo desviar meu olhar do seu, nem ceder espaço, não depois de todas as coisas que ela fez a mim essa semana, depois que eu e Lis contamos a ela sobre Esther, e isso era algo que eu já esperava vindo dela, mas não esperava ela estar há uma semana sem conversar com a Lis, deixando-a em uma situação vulnerável e complicada, por minha causa.

— Que merda estava rolando aqui? — deu um passo, ficando mais perto, e eu ainda bebia do meu café gelado, sem ceder espaço, e sem desviar meu olhar.

— Estava aos beijos com o amor da minha vida, por quê? Você se incomoda? — deixei a xícara sobre o pires e me afastei, tentando respirar por sua cernia insistente.

Margot resmungou algo que eu não pude entender, e logo chegou perto, segurando-me no braço direito, com um pouco de força, fazendo-me arregalar os olhos pelo susto.

— Que merda você pensa que está fazendo? — retruquei, retirando meu braço do seu toque gelado.

E fui para mais longe, ficando distante o quanto podia. Margot me olhou, voltando com suas mãos no bolso de sua calça. Seu olhar frio, me deixava descontente toda vez que nos enfrentávamos, era algo ruim, e fazia duas semanas que estávamos assim, enfrentando-nos, e brigando sempre que nos esbarrávamos.

— Estou querendo entender o motivo de você ainda insistir com essa relação, você não percebe que essa mulher não serve para você, Maya? — ela se acercou, e me afastei de novo.

Sorri, com frieza, e certa ironia. Era irônico ela fazer isso comigo, sabendo que ela e Lis passaram por muitas merdas para estarem juntas há tantos anos.

Minha mãe, explicou-me toda a verdade, e Margot estava presente quando também ajudava a contar a história delas, que, mesmo com tanto ódio envolvido por ambas, mesmo com as famílias se odiando e tentando controlar a vida delas, impedindo-as de ficarem juntas, o amor foi mais forte do que qualquer obstáculo e sim, elas venceram, e lutaram uma pela outra, e estão juntas até hoje.

Eu não entendia o porquê Margot não me queria com Esther, não entendia o porquê ela não me apoiava como a Lis. Sabendo que ambas sofreram com isso no passado. Não era justo. Não sabendo que contamos a verdade sobre Esther, e mesmo assim, mamãe não acreditou. Ela ainda pensa que Esther é uma mentirosa e que está me usando para acabar com a sua empresa. E o que mais me dói, é saber que ela e Lis, estão brigadas por minha causa.

Voltei a sorrir com ironia, me sentia triste, dolorida e confusa em como agir, não queria renunciar a Esther, não queria mesmo, ela era a porra do amor da minha vida, e jamais em sã consciência, havia sentido um sentimento tão forte assim por alguém, Esther havia cravado o seu veneno em minhas veias, deixando o seu veneno empregando na minha pele, e era impossível tirá-la de mim.

Odiosa fascinação [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora