💍 Capítulo 49 💍

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É uma vergonha

Você é o culpado

Porque você era o dono do meu coração

Me lembro como fazia me sentir nas nuvens

Mas estou de volta ao começo

Eu ainda me sinto apaixonado quando vejo o seu rosto

Mas todas essas lágrimas, não posso apagá-las

— Towers by Little Mix

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JEONG YUNHO

A visão de Yunho estava turva enquanto andava de forma apressada para fora do casarão. As lágrimas desciam quente em suas bochechas e desajeitadamente tentou secá-las, mas não obteve sucesso algum quando que ainda de forma desesperada continuava chorando, tentando expulsar a agonia que lhe sufocava por dentro. Assim que chegou no quintal, avistou uma casinha menor ao lado esquerdo da casa, e apressadamente andou até lá, aproveitando que ainda não tinha nenhum segurança em sua cola. Queria se esconder, pois precisava estar sozinho ao menos por um tempo para tentar assimilar tudo o que havia visto e ouvido naquele quarto onde Song estava com April.

Entrou na pequena casinha de madeira e imediatamente fechou a porta, encostando na mesma enquanto respirava fortemente. A escuridão prevaleceu no ambiente, fazendo Yunho tatear a parede perto da porta ao procurar um interruptor de luz. Assim encontrou, imediatamente apertou, fazendo uma luz fraca iluminar — muito mal — o ambiente. Jeong passou a tossir quando toda a poeira do lugar entrou em suas vias aéreas, e com o antebraço cobriu a boca ao mesmo tempo que observava o ambiente que estava. Era algo como um celeiro, já que tinha bastante terra e palhas secas ao chão, mas o que diferenciava era que, ao invés de estábulos, o local tinha divisórias nas quais eram usadas como estandes de tiro. Yunho imaginou que o casarão seria um local usado pela polícia com alguma frequência já que o mesmo era extremamente afastado da cidade, fazendo com que os policiais pudessem de alguma forma treinar suas pontarias sem que os tiros chamassem atenção das pessoas.

Quando se deu conta que estava de fato sozinho, Yunho se permitiu desabar. Caiu de joelhos no chão de terra, não se importando de sujar sua calça social preta. Com força agarrou a própria camisa, chorando alto ao mesmo tempo que gritava toda a dor, tentando expulsá-la de seu coração. Estava mordendo seu antebraço pra abafar os gritos o máximo que podia, não queria chamar atenção. A dor da mordida ao menos aliviava a dor de seu peito, aquela dor emocional que veio como uma avalanche quando passou a entender as entrelinhas do seu término com Song, e todos os desconfortos que veio como consequência dele.

— Por Deus, eu 'tô exausto! O que está acontecendo? — o mesmo perguntou retoricamente em meio a lágrimas e soluços que se perduraram por longos minutos, se dando conta da dor que passou a sentir nas pernas por estar sentado por cima delas por muito tempo. Então, com alguma dificuldade, se ajeitou no chão, levando as coxas ao peito quando encostou as costas em uma das paredes de madeira. Ficou apenas apreciando o silêncio daquele lugar, se dando conta, enquanto seu choro ia cessando, de que era possível ouvir o barulho de grilos e sapos que permeavam a propriedade.

Respirou fundo enquanto secava seu rosto completamente molhado e inchado pelo choro recente, e mesmo que tenha expulsado todas aquelas lágrimas, ainda sentia aquele maldito nó na garganta e aquele mesmo peso que se perdurou por dias antes de realmente voltar a respirar e aprender a viver sem Mingi.

LOYALTY II - O passado fica para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora