Neste intrigante relato histórico, quatro mulheres destemidas da Idade Média buscam independência em um mundo dominado por normas opressoras. Longe de desejarem o caminho tradicional de casamento e submissão, elas desafiam as expectativas, enfrentan...
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O comandante dos servos, ajustando seus cabelos castanhos escuros, sorria serenamente ao observar o chapéu de Clarice, contente por encontrar alguma pista sobre a jovem. Com sua voz grave e rouca, ele declarou:
— Este é o chapéu da amada filha de nosso senhor. Se ele está aqui, é porque ela deve estar por perto!
Dito isso, o comandante ordenou a libertação dos lobos, que estavam acorrentados por outros servos. Apesar de domesticados, os lobos eram perigosos, sendo treinados e prontos para seguir ordens. Com um estalar de dedos do comandante, os lobos partiram em velocidade para cheirar o chapéu e vasculhar a floresta, iluminada pelas lanternas de fogo carregadas pelos servos, apesar da escuridão que a envolvia.
Enquanto os servos do pai de Clarice a procuravam, o pai da jovem estava envolvido em uma conversa séria com o pai de William, o filho destinado a se casar com Clarice. O Pai de William parecia visivelmente irritado, suas mãos repousando sobre a cabeça como se estivesse sofrendo de uma forte dor de cabeça, seus nervos à flor da pele enquanto expressava sua frustração:
— Como pude me deixar levar por isso, Rogers? Você me assegurou que quando sua filha completasse 18 anos, consentiria com o casamento do meu querido filho William com ela. Por esse motivo, fizemos com que nossos filhos se tornassem amigos, na esperança de que desenvolvessem uma conexão.
Rogers, o pai de Clarice, sentiu-se constrangido enquanto se afastava do Pai de William, que o encarava com um olhar gélido e furioso.
— Não se preocupe, Willie. Prometo que, assim que meus servos encontrarem Clarice, ela se casará com William imediatamente.
Rogers proferiu suas palavras com um tom de tristeza, mas acreditava que o melhor para sua amada e única filha era o casamento, evitando assim o sofrimento das humilhações sociais e até mesmo o risco de ser acusada de bruxaria por não ter um parceiro.
Willie sorriu de lado, sua voz carregada de convicção e orgulho:
— Espero que sim, pois ficarei profundamente decepcionado contigo se algo der errado. Tu sabes disso, não é verdade?
Enquanto se aproximava de Rogers com um olhar gélido, Rogers parecia ficar nervoso e preocupado com as possíveis consequências das ações de Willie em relação à sua filha. Willie era conhecido por sua arrogância e ganância, sempre buscando satisfazer seus desejos de forma imediata. Rogers, pai de Clarice, forçou um sorriso gentil e afirmou:
— Prometo não te desapontar, Willie...
William, que havia escutado toda a conversa à porta da sala por ordem de seu pai, Willie, viu-o sair com um largo sorriso no rosto, ajustando seu terno e a gravata preta. Willie agarrou o braço de William, que se soltou rapidamente, encarando o pai com desdém:
— Você foi demasiadamente rude com o senhor Rogers...
Willie retirou seu sorriso, agarrando o colarinho do filho com firmeza:
— Se fui rude, foi para garantir que ele entregue sua filha para casar contigo imediatamente. Não te intrometas em meus assuntos, William!
Ao soltar o colarinho do filho e empurrá-lo, Willie parou no meio do caminho, virando-se com um sorriso egoísta e um olhar desafiador:
— Se atrapalhares meus planos, se recusando a casar com a senhorita Clarice, acabarei contigo, despedaçando-te em pedaços.
William encarou seu pai com um misto de ódio e desespero, seus olhos quase lacrimejando. Ele não era o único a não desejar o casamento; não tinha interesse algum em unir-se a Clarice. Para ele, Clarice era apenas uma amiga, e não conseguia acreditar que todo o tempo seu pai havia cultivado essa amizade apenas para seus próprios interesses. Clarice, sendo uma moça de alta linhagem, assim como seu pai, Willie não buscava apenas casar seu filho com ela, mas também garantir um respeito maior na sociedade, sendo considerado uma pessoa de alta estirpe, tendo seu filho unido a uma jovem bela e rica.
Ao encarar seu pai, William sentiu um peso insuportável em seus ombros. As palavras não ditas ecoavam em sua mente, enquanto a traição de seu pai se revelava diante de seus olhos. Perceber que sua amizade com Clarice havia sido manipulada por motivos egoístas trouxe à tona uma mistura de emoções. Agora, William estava diante de uma encruzilhada, onde a lealdade à sua amiga e a sua própria integridade se chocavam com os desejos ambiciosos de seu pai. Num turbilhão de pensamentos, ele sabia que o caminho que escolhesse moldaria não apenas o seu destino, mas também o de todos envolvidos.