A viúva do coronel

Capítulo 23

As longas pestanas negras cintilavam, enquanto as brisas marítimas conseguiam arrancar alguns fios do seu, impecável cabelo, de lugar. Um discreto e comovente sorriso estava pintando em seus lábios, e uma imensa ansiedade pelo futuro pulsava em seu peito. Em silêncio, ela apenas observava a linha do horizonte ficando para trás, tudo sendo reduzido à medida que o navio transatlântico se afastava mais e mais do porto.

Em contrapartida, ainda ouvia o homem, que se vestia impecavelmente em seu uniforme, terminar de trazer suas bagagens e explicar a eles detalhes sobre o navio e a viagem.

Os olhos opalinos desviaram-se rapidamente pela cabine dupla que era aconchegante e bastante luxuosa. Digna da primeira classe, ela notou. Sentia-se como em casa. Havia onde ter suas refeições em particular, banheiro individual completo, a antessala de estar e finalmente a suíte do casal.

Hinata, durante seu embarque, sentiu-se tensa e nervosa. Mentir não parecia seu forte e ela temeu diante de Deus aquela mentira que cometia ao lado do Coronel, no entanto, seu coração pulsou emotivo quando passou a ser firmemente tratada como a digna senhora Uzumaki. Àquela altura, ela temia muita coisa, inclusive, temeu ao vestir-se em cor pela primeira vez desde o falecimento de seu marido.

Lilás, a cor escolhida por ela, não poderia caber-lhe melhor. Os tons transmitiam o romantismo natural, além de sua feminilidade e elegância. Combinados aos laços clarinhos quase brancos, joias delicadas e sua curta luva de renda, Hinata exalava jovialidade, paixão e uma ingenuidade sensual que poderia facilmente mexer com a mente dos homens, e Naruto sentiu isso na pele quando embarcaram, diante dos olhares intensos que tantos homens a deram.

Hinata, ainda concentrada na varanda olhando, ouviu a porta fechar, ouviu o som de vidro, e finalmente de passos, mas não se assustou quando teve sua cintura envolvida e reclamada por um homem ciumento e possessivo, que não hesitou em mordiscar-lhe o pescoço e os ombros desnudos a fazendo rir e gemer baixinho.

Ela virou o rosto o bastante para que os olhos se encontrassem e para que os lábios dele, com suavidade, buscassem os seus. No instante seguinte, Naruto a ofertou a taça de champanhe.

Brindaram silenciosamente. E enquanto ele se mantinha agarrado ao corpo dela por trás, e bebia um gole da bebida, Hinata falou:

— Quanto mais o navio se afasta, mais leve me sinto.

Ele sorriu. Seus lábios baixaram-se o bastante para roçar no ouvido dela, provocando cocegas leves e mornas. Ele brincou ali enquanto sua mão apertava ainda mais possessivamente a cintura delgada que Hinata possuía.

— Quero fazer amor com você...

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A suave melodia de um quarteto de cordas pairava no ar, enquanto garçons elegantemente vestidos serviam pratos finamente preparados enquanto desfilavam pelo opulente e ostentoso salão de jantar do navio Ocean Majesty. Os sons das taças e talheres estavam por todos os lados. As conversas animadas dominavam o salão. Os risos divertidos e as fofocas sussurradas. Um primor para a viagem de alta classe para membros da alta sociedade.

Ali estavam nobres, jovens e velhos, famílias ricas, mulheres frívolas e abastadas, homens cruéis e pervertidos que levavam suas amantes para passear, jovens que partiam para novos estudos, moças que encontraram acordos de casamento fora do país, empresários que buscavam negócios e investimentos... tudo estava ali, cada um com seus segredos, com suas motivações.

Sorriam entre uma taça de vinho e cordeiro ao molho de hortelã.

Os olhos azuis capturaram o brilho nos olhos opalinos enquanto ela sorria de mais uma piada infame de Lady Bouvier. Naruto simpatizou-se com os magníficos diamantes que brilhavam em seu pescoço esguio enquanto se deliciava com o fim de uma das pedras do magnífico colar, acolhendo-se próximo ao vale dos seios femininos.