Cap 1 - Vida Comum

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O Capitão estava um pouco entediado já depois de percorrer algumas centenas de sistemas solares e criar umas dezenas de colônias, as coisas mais interessantes que aconteciam eram colônias tentando criar governos, como eram raças com éons de existência e evoluidas o suficiente, então o Capitão extinguia essas colônias sem piedade, governos eram retrocesso.

Não permitiria que o mal do qual fugira renascesse e se espalhaasse na Via-Láctea, tinha a muito custo fugido de Andrômeda que era inteiramente governada pela Confederação Única da Galáxia, foi uma tentativa de revoluãço, pelo menos era o que ele queria que o governo pensasse.

Primeiro havia criado naves invisíveis para atacar a Confederação, consegia atingir com sucesso várias Repúblicas e Impérios do governo galático, mas sabia que não ia durar muito, a Confederação começou a detectar as naves por ondas gravitacionais. Ainda sim existia outra forma de ficar invisível, além de naturalmente absorver todas as ondas eletromagnéticas que não só tornariam a nave invisível mas faria dela um olho gigante observanto todos os lugares que a cercava, o Capitão começou a lançar as naves um impulso forte e calculado e em seguida desligava os motores, quando chegava no alvo atacava, logo isso foi substituido por verdadeiros torpedos cósmicos.

A Confederação estava enfraquecendo, não só pelos ateques dos Principados Livres, pelas tensões políticas e tentativas de separatismo mas a própria natureza do Estado o fazia perecer ou enfraquecer, era natural espécies primitivas terem governos mas isso deveria ser superado. Já era mais do que provado que governo nenhum funciona e todos desabam depois de um tempo, mas a Confederação insistia no erro prolongando ele com engenharia genética e força cibernética.

Na chamada Revolução dos Principados Livres todos os Principes Protetores remanescentes uniram-se para "derrubar o governo", seria inútil se fosse verdade mas era uma missão suicida com propósito de usar a energia do fogo cruzado para transpor as distâncias inéditas entre a Via-Láctea e Andrômeda. A Confederação devastou milhares de sistemas solares e civilizaçãoes para coletar energia e matéria que seriam mais do que necessárias para suprimir milhares de revoluções semelhantes, agora o Capitão que era o único Principe Protetor que sobreviveu depois do ataque estava em relativa segurança, principalmente se a Confederação não desconfiasse que estavam na galáxia vizinha.

A Confederação não tinha muitos motivos para tentar cruzar uma distância tão grande tão cedo, o tempo que levariam para suprimir todas as revoltas da galáxia era semelhante ao que a luz percorria de uma galáxia a outra. A Via-Láctea era uma galáxia pacata, até então não encontraram sinais de vida, nem celular e nem inteligente, o Capitão tinha esperança de encontrar formas de vida que não fossem baseadas em iterações de ácidos nucleicos, o que era chamdado de Vida Comum, talvez essas formas de vida tenham existido em Andrômeda mas se sim foram extintas e qualquer registro de sua existência se perdeu, um governo ditatorial sempre tinha interesse em apagar o passado.

Receberam agora um sinal estranho, uma bolha de ondas de rádio artificial de uns cem anos luz emanavam na periferia da Via-Láctea, se o curso fosse um pouco diferente não conseguiriam captar, uma onda de medo e esperança percorreu o Capitão e mandou o Oficial de Armas acionar os protocolo de batalha, com um repentino salto da tecnologia daquela espécie eles poderiam ter viajado até depois de suas próprias ondas de rádio. Se não fosse Vida Comum teriam duas boas notícias, essa por si mesma e que a Confederação não havia alcançado com seus tentáculos purulentos a Via-Láctea, com uma rápida mudança de curso em velocidade de cruzeiro na direção das ondas de rádio o primitivo pergaminho daquele mundo ia se desenrolar diante de seus olhos.

As primeiras impressões não foram nada boas, os algorítmos linguísticos identificaram que seria um língua baseada em propagação sonora, essa raça usava ondas eletromagnéticas biologicamente mais para ver o que se passava ao redor do que para comunicar-se o que era extremamente primitivo, se ainda existiam raças assim em Andrômeda provavelmente estariam em pé de extinção.

Mais análises pioravam o quadro, parecia ser uma espécie de reunião mundial, sim, apenas um mundo... Enfim,a reunião com o fim de celebrar e competir a cerca de proezas físicas de seus corpos... O Capitão estava começando a duvidar da capacidade dos algorítmos lingísticos, talvez não funcionem bem para formas de comunicação baseadas em som. O pior aida estava por vir, o pequeno mundo era dividido em pequenos governos, que logo se espalhariam pelo sistema solar e pelas estrelas vizinhas, o Capitão já ordenava os prparativos para ataque, e as análises não cessavam de piorar.

O governo anfitrião da reunião era do pior tipo, eles eram uma próto-Confederação, tinham chances de se tornarem piores do que o governo de Andrômeda, isso o Capitão não permitiria, era capaz de dizimar qualquer forma de vida dessa galáxia que seguisse esses padrões, agora só faltava verificar se eles eram Vida Comum. O Capitão olhava as primeiras imagens de comunicação daquele planeta, até o símbolo da ditadura anfitriã da reunião lembrava o da Confederação que era baseado no formato espiral da galáxia, no caso da raça primitiva era uma espécie de vórtice com linhas retas chamada de suástica, o que parecia fazer alusão a espiral barrada que era o formato da Via-Láctea.

Ao ver isso uma pontada inconsciente de mendo passou pelo Capitão e várias dúvidas apareceram, como uma espécie tão primitiva poderia saber que viviam numa espiral barrada se mal tinham saído da órbita até então? Como teriam a pretensão de dominar a galáxia inteira se mal dominavam aquele único corpo celeste? Estavam agora a 5 anos-luz de distância, e faz um tempo que tinham recebido e decodificado a pior das notícias, era Vida-Comum, uma verdadeira onda de horror passou pelo Capitão, estava prestes a destruir completamente esse mundo e agora via que muito provavelmente se tratava de um rebento distante da Confederação.

Eram formas de vida baseadas em DNA e RNA, carbono, água, as coisas comuns, não tinha muito como dizer que poderia ter surgido de forma espontânea, na verdade até tinha pois suas células eram bem peculiares mas seria muita coincidência para sequer tentar interferir naquele mundo. O Capitão começava a tramar um plano, um desastre cósmico, precisava destruir aquele sistema solar, uma pequena alterção na órbita daquele planeta e aqueles imundos deixariam de existir, precisaria de um pouco mais de energia que a nave de exploração tinha mas precisaria fazer de um modo que parecesse um desastre cósmico eventual e não uma aniquilação premeditada.

Talvez uma estrela de nêutrons disparando pelo sistema solar, com bons cálculos talvez aquela rocha maldita poderia precipitar pra dentro da estrela, isso garantiria a extinção completa daquela raça. O ofical de Ciência e Biologia tentava convencer o Capitão que aquelas formas de vida poderiam ter surgido de forma espontânea igual a Vida Comum de andrômeda e que esse governo ditatorial não durou nem dez órbitas e aquela situação a cerca de governos no pequeno mundo era apenas uma fase necessária para uma raça tão primitiva.

O Capitão analisava as últimas ondas de rádio e aquela raça já explorava o sistema solar mas ainda sim uma estrela de nêutrons poderia acabar com eles com facilidade. Ficaram bem perto atrás da lua daquele planeta, enviaram uma sonda e iam captar todas as informações daquele mundo que seriam úteis pra base de dados e os algoritmos linguísticos. O Oficial de Ciência e Biologia achou uma coisa que considerava curiosa.

"Olha Capitão, um personagem interessante da cultura deles, um
Capitão de uma nave submarina, invisível pras primitivas naves que flutuavam na superfície dos oceanos. O Capitão era prícipe de uma nação que foi destruída por um governo tirano e ele atacava com sua nave invisível as naves dos governos do planeta para se vingar."

"Os governos não tinham naves submarinas?" Perguntou o Capitão.

"O tal Capitão Nemo foi o primeiro a criar, baseados nessa história fictícia
os governos criaram naves semelhantes depois" O oficial percebeu que a tentativa não foi bem sucedida.

"Fictícia? Deixe isso para a base de dados, não vamos perder tempo com essas idiotices, é uma raça perigosa e vamos destruí-la antes que se espalhe!" A história era exatamente igual a do Capitão, mas esse personagem nunca existiu, não havia alguém como ele naquele mundo para combater o que parecia ser o início do governo de Andrômeda.

Ele ordenou que retornassem ás colônias, iriam se unir para destruir este mundo, iriam esquadrinhar a galáxia inteira para repetir o processo com mundos semelhantes e usariam a energia e matéria de uma fração significativa da galáxia e sumir para um lugar mais distante, fora do aglomerado local de galáxias pois não estavam seguros tão "perto" de Andrômeda. Precisariam novamente rezar para que na próxima galáxia não existisse uma ditadura semelhante a Confederação, e provavelmente encontrariam formas de vida fora do padrão da Vida Comum.

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