CAPÍTULO 14

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Nenhum dos meus olhos queriam se fechar; nem o dourado e nem o castanho avermelhado.

O relógio marcava duas horas e não era da tarde, merda. Alguns minutinhos com ela e eu não conseguia parar de pensar em outra coisa.

Os olhos castanhos, a pele dela na minha e os malditos lábios carnudos em mim. A beleza dela era uma perdição. Gentil, amável e inteligente. Fiquei absorvido em pensamentos pecaminosos. Parar, eu não conseguia parar de pensar nela e eu não desejo parar de pensar nela.

Tivemos uma avanço.

Ela me beijou e me abraçou.

Consigo sentir a sensação e gosto do seu beijo suave mesmo após dias. Eu nunca tinha me sentido tão acolhido, eu queria que aquela conversa não tivesse acabado tão cedo. Aquela conversa não tinha sido sexual, tinha sido amigável e tranquila.

Então, qual o motivo de que meus pensamentos voem para essas depravações.

Eu estava tão nervoso e agitado que não consegui aproveitar o nosso momento apropriadamente. Elain havia conversado comigo, sido gentil e sociável como ela é com todos.

Quanto maior a perda, mais profundo o corte e mais difícil o processo de cicatrização.

Belas palavras.

Ela secou um lago por mim, ninguém nunca havia feito isso, não por mim. Isso poderia significar alguma coisa, não é mesmo ?

Passos ritmados soaram no corredor e um momento depois uma batida brusca soou da porta. A porta abriu-se sem uma resposta.

Jurian encarou o meu olhar por um longo período.

- É bem difícil te surpreender. Queria poder te transformar em um despertador. - Jurian escorou o ombro na porta - Nunca perderia o horário dessa forma.

Fiquei calado.

- Teve um sonho bom ?

- Na verdade, eu não sonhei com nada. Naturalmente o cansaço espanta o sonhos ruins e bons. - Explicou Lucien. Não era mentira, ele frequentemente treinava até beira a exaustão para que não sonhasse com nada.

- Amanhã, vai ter uma festa - ele pensou por um momento - Kai disse que era um encontro político, mas festa é mais divertido. Vai ser no reino dele, então será inédito, ele nunca nós levou lá.

🌸☀️🌸

Respirei fundo depois que as pessoas que falavam baboseira políticas e despejavam bajulações em meus ouvidos saíram do meu encalço.

Algumas pessoas me convidavam para dançar, umas com um certo desejo no olhar e outras apenas para que eu me divertisse com dança. Recusei todos com educação.

O salão estava incrivelmente lotado.
Cheio de pessoas dançando e conversando alegremente. Observei as comidas que flutuavam e comi uma torta de amora com damascos queimados, aquilo estava divino.

A comida era mais divertida que a dança.

Espetei um pedaço de maçã dourada com um palito e coloquei em minha boca.

Um cheiro familiar encheu as minhas narinas quando uma figura masculina fez uma reverência perfeita. Graysen usava uma camisa branca com diamantes brancos nas mangas, um gibão verde combinavam absurdamente com os olhos castanhos e as calças pretas com detalhes cinzas simbolizava o seu clã.

Ele estava se vestindo assustadoramente bem. Afinal, fora eu que tinha escolhido cada pequena peça que ele estava usando agora. Até mesmo os anéis de sua mão e sapatos.

Corte de Visões e LuzesOnde histórias criam vida. Descubra agora