02.01 | Fibonacci

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MARINETTE

Peguei meu celular após ter escutado o toque vindo da direção do objeto.

Assim que desbloqueei, notei ser uma notificação do site do jornal, com o título "Assassinato no Louvre, faz a polícia convocar Ladybug e Chat Noir".

Olhei para Tikki que dormia tranquilamente em um canto do quarto.

A pequena estava cansada.

Abri a página e li a notícia.

"Há pouco tempo, Sr. Kubdel, o diretor do museu do Louvre foi assassinado dentro de seu local do trabalho, tendo deixado - antes de seu óbito - alguns códigos que fizeram a polícia solicitar a ajuda de Ladybug e Chat Noir, que por sua vez, haviam deixado de aparecer com as máscaras já há algum tempo - após terem derrotado Hawk Moth.

Como não é possível entrar em contato direto com eles, apenas nos resta torcer para que vejam a solicitação em alguns dos jornais locais".

Me levantei, ainda meio atordoada. Muita coisa estava acontecendo nos últimos dias.

1. Eu tinha conseguido o papel da protagonista em um filme;
2. Adrien voltou;
3. Descobri que Luka me enganava;
4. Chat Noir também voltou;
5. Chloé Bourgeois tinha vindo me pedir desculpas (?);
6. Agora, Sr. Kubdel tinha sido assassinado.

Respirei fundo e acordei Tikki. A pobrezinha parecia exausta. Já era cerca de duas horas da manhã e ela tinha acabado de dormir. Ao contrário de mim, que não tinha conseguido fazer o mesmo.

─ O que aconteceu?

─ Precisamos ir ao Louvre ─ Alguns segundos depois, ela pareceu entender que era a Ladybug quem precisava ir.

Me transformei e saí pela varanda, indo direto para o museu.

Assim que cheguei ao local, a primeira coisa que vi foram várias viaturas da polícia por perto. Não demorei muito para conseguir localizar Chat Noir em meio aos políciais.

─ Já prenderam o assassino ─ Falou, assim que me aproximei.

─ O quê? Então por que estamos aqui?

─ Não me falaram.

Ouvi uma voz feminina discutir com um dos agentes e me virei para ver.

─ Ele era o meu pai! Eu tenho o direito de vê-lo! ─ Alix estava desesperada.

A garota estava sendo segurada por dois homens. Mesmo de longe dava pra notar seu rosto vermelho. De fato não conseguia imaginar o que ela estava sentindo.

Um homem alto - que julguei ter quarenta e cinco anos - se aproximou dos agentes e eles logo soltaram Alix. Aquele mesmo homem conversou com ela sobre alguma coisa e caminhou até Chat Noir e eu.

─ Sou Bezu Fache, o responsável pelo caso do Sr. Kubdel ─ Se apresentou, aparentemente calmo.

─ Por que estamos aqui?

─ Ah, sim. Por favor, me sigam.

Fache adentrou o Louvre e fomos atrás. Chat Noir, eu, e Alix.

Caminhamos pelos corredores do museu, até a Salle des États

As barras de ferro que trancavam a sala haviam sido abaixadas, e a polícia a tirou alguns centímetros do chão, por isso, tivemos que nos arrastar para conseguir entrar lá.

─ Como sabem, há algumas horas, o senhor Kubdel foi assassinado ─ Bezu Fache começou, andando pelo corredor ─ Sinto muito pela perda, Alix.

─ Sr. Fache, nos disseram que o assassino já foi preso, então, porque estamos aqui?

─ Por um motivo muito simples, minha cara joaninha. Talvez vocês dois não saibam ─ Apontou para Chat Noir e eu ─, mas ele estava trabalhando em uma pesquisa, e, aparentemente, quer que somente vocês saibam.

─ E como tem tanta certeza disso? ─ Chat Noir perguntou, aparentemente tão confuso quanto eu.

O homem ficou em silêncio, até chegarmos na parte do corredor onde se encontra a Mona Lisa.

Do outro lado, logo a frente do famoso quadro de Da Vinci, era possível ver o homem, agora sem vida, jogado no chão, e ao seu lado, Max Kanté estava agachado, olhando para um ponto específico.

─ Como podem ver, antes de morrer, Kubdel deixou uma mensagem, e no fim dela, pedia que Alix encontrasse vocês.

De fato tinha uma mensagem escrita no chão de caneta vermelha.

13-3-2-21-1-1-8-5
O, draconian devil!
Oh, lame saint!
A.K.: encontre Ladybug e Chat Noir

Olhei para a mensagem por um tempo.

─ Isso não faz o menor sentido! ─ Falei por fim, após ter lido e relido tudo várias vezes.

─ Bem, Sr. Kubdel pediu para Alix encontrá-los, como podem ver. Então imaginamos que vocês possam nos ajudar.
─ As imagens já foram enviadas para o Departamento de Decodificação, mas até agora nada ─ Max falou.

─ Eu já vi esses números em algum lugar... ─ Ouvi Chat Noir murmurar.

─ Sim, sim ─ Max falou com o loiro ─ podemos colocá-los em ordem crescente, mas pode ser óbvio de mais.

Tudo bem. Eu nunca tinha visto aqueles números na minha vida. Pelo menos não que eu me lembre.

─ E se forem coordenadas? ─ Falei. Foi a única coisa em que consegui pensar. Era uma opção, de qualquer forma.

Max parou um instante, aparentemente pensando naquela possibilidade.

─ É uma opção.

Parou por mais um tempo para pensar.

─ Se não me engano, isso vai dar na África.

─ África?

Quando pensei que pudesse ser uma coordenada geográfica, imaginei que seria algum lugar na França, ou no máximo em algum outro país na Europa. Mas África? Por que um lugar tão longe?

Muito bem, aquilo estava bem difícil.

Talvez eu até tenha visto esses números. Mas não conseguia me lembrar.

─ É a sequência de Fibonacci ─ Chat Noir falou, por fim. Parecia ter certeza.

Max olhou para os números.

─ É claro! Como não pensei nisso antes?

─ Desculpe, sequência do quê? ─ Fache perguntou.

Eu nunca adivinharia o que eram os números. Afinal, não fazia ideia do que era essa tal de sequência de Fibonacci.

─ Sequência de Fibonacci. O número seguinte corresponde a soma dos dois anteriores ─ Chat Noir começou explicando, simples ─ Os números estão embaralhados, mas se reorganizá-los, vai dar exatamente a sequência de Fibonacci.

Max nos mostrou um papel depois de ter escrito algo no mesmo.

1-1-2-3-5-8-13-21

─ E o que isso vai nos mostrar? ─ O agente da polícia perguntou.
Ele parecia meio impaciente. Não vou reclamar, eu também estaria no lugar dele. Ter que lidar com um assassinato às duas horas da manhã realmente é estressante, ainda mais para ele, que lida com situações desse tipo com certa frequência.

─ O número pode ter sido uma dica ─ Alix levantou uma boa hipótese.

─ Talvez as letras das frases também estejam fora de ordem ─ Completei o raciocínio da garota.

─ Como um anagrama ─ Chat Noir continuou.

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