02.16 | I still love you

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MARINETTE

Terminei de escrever a carta, colocando um ponto final e dobrando o papel.

Alya estava com um grande sorriso estampado em seu rosto. O tipo de sorriso que chega até mesmo a assustar. Estilo filme de terror.

─ Pronto? ─ Perguntou, cheia de espectativas.

─ Pronto ─ Assenti.

Ainda não tinha muita certeza se eu queria mesmo fazer isso, ainda estava meio insegura. Talvez essa não seja a melhor ideia a se seguir. Era estranho que, há pouco tempo eu estava determinada a entregar aquela carta a ele, dizer meus sentimentos e tentar algo, mas, agora, aqui estava eu, com medo de novo.

Engoli em seco quando saí do quarto com aquele pedaço de papel em mãos, com Alya ao meu lado caminhando até a porta para ir embora com o que poderia me trazer felicidade ou então me fazer passar o resto da minha vida sofrendo e me perguntando porque eu tinha feito isso.

Alya estendeu a mão, pedindo a carta.

─ Eu tenho que fazer mais uma coisa. Espera um pouco.

Não esperei para ouvir Alya. Simplesmente saí correndo de volta para o meu quarto e deixei a carta jogada em um canto qualquer da escrivaninha. Rapidamente, pegei a mesma caneta que estava usando antes, outro papel e comecei a escrever qualquer coisa.

6 pães

12 ovos

Kit kat

8 larajas

7 macarons

Alya nunca vai entender o porquê de eu ter feito isso, e também não vai esquecer, porque eu conheço bem a melhor amiga que tenho. Mas, um dia, ela vai aceitar a minha escolha.

Voltei correndo para a sala e entreguei para ela o papel dobrado.

···
Saí de casa e fui até a estação de metrô, onde esperaria até passar um que me levasse ao cinema. Eu estava muito ansiosa com a estreia do filme.

O único problema era que Alya e Adrien estariam lá também e eu sabia que minha melhor amiga não me deixaria em paz, porque por mais que ela diga que me entende, ela não entende, e eu sei disso porque só se entende pelo que alguém está passando quando se passa pela mesma situação.
Ouvi o toque do meu celular e o tirei da bolsa. Era Alya. Deve estar preocupada, querendo saber se eu já saí de casa e garantir que eu não me atrase.

─ Oi.

─ Marinette, o Adrien foi embora ─ Falou rápido. Rápido demais.

─ Espera aí, eu não consigo te entender desse jeito.
─ Eu disse que o Adrien foi embora.

─ Do cinema? Ele tá bem?

─ Não, Marinette. Ele vai pegar um voo pra Los Angeles em pouco tempo. Vai assinar um contrato com um estúdio de gravações e vai voltar a morar lá.

─ O quê?

─ É. Você tem que fazer alguma coisa.

─ E o que você quer que eu faça, Alya? Se ele quer ir, deixe ele ir.

─ Olha, eu não te falei sobre a carta porque achei que não era um bom momento, mas você desistiu uma vez, não pode desistir de novo.

─ Posso sim.

─ Marinette...

─ Te vejo em vinte minutos, Alya.

Desliguei o telefone.

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