Caro eu, não volte aos antigos hábitos errantes
Não tinha tempo ruim ein
Vinho, minha nossa quantos vinhos, não foram
O doce amargo de sabor corante
Uivei à lua, como os cães que adornam a madrugada
Coitado! coitado é quem tem saudade, dá futilidade
Catar com as sobras o lixo da cidade
Chega ce me arrasta, mulher!
E me arrastou, me rasgou e me virou ao avesso
Ave Maria, que bobagem a minha
Cabeça cheia, moleque guloso, comilão
Uma ânsia, um calor incontrolável em viver, sem mal saber que não estaria são
Perdão meu eu, perdão mãe, perdoe-me mãe terra
Seu filho procura o melhor agora, mas ainda erra
Humildemente sinto o seu viver
Interagindo, me construindo, sem pressa neste saber
Quantas vezes eu corri
Sem saber do que,
O que eu tinha em mente, o que eu queria
Por quanto tempo tive olhos apenas para o que eu via
Olhos da futilidade, traíra
Ao mesmo tempo que me amava, mentia
Num triângulo vicioso de inverdades e buscas inúteis
Sempre xeretando, me jogava no chão, mas que audácia
Sou grato ao meu eu do passado
Por um bom tempo estava perdido nessa babilônia
Sem medo, a mãe terra me resgata
Reescrevendo a minha natureza, minha história
Não temas, eu não tenho nada contra ti
O passado, passou, quebro essas barreiras
Com os toques e batuques do meu coração
Pela primeira vez eu te enfrento e te enfrento são
Dentro desta teia reluzente
Este é o único meio de falar, incontinenti
Se liberte, esse amor é mais do que o mundo
Ar, fogo, mar, terra este é meu culto a ti
Depois de maus prazeres e saúde frágil
Me recordo e me levanto
Por uma paz coerente que trás sentido ágil
A forma mais primitiva do meu eu
Contra partida me permito ser esse ser xexelento
Longe de estar pronto, mas longe das amarras da babilônia
Um isolamento, adjunto frágil e arrogante esse não
Este é o meu encantamento à homogenia
Que crime dar este grito a ti
Mas crime mesmo, foi me matar com espanto
Mãe me dê, peço a ti seu maior acalento
Deixe-me adormecer neste teu colo brando
Não terei medo do que existe aqui
Não existe algo que me faça mais feliz
Me abrace como teu filho
Sofredor, vítima, vagabundo, me tire daqui
Me refugio neste sono dissimulado
Dou um salto desorganizado, é que eu sou frágil
Me envolva com seu manto, nas paredes das pedras
Me adoce com seu fruto amargo colorido
Reverencio à ti deidade
Perdoo todas as maldades, volto ao seu ventre sagrado
Recebo sua nutrição e acolhimento
Traga-me suas texturas, cheiros e sustento
Acordo em meu lar
Regenerado, acolhido,
Com o sentimento de nunca mais ser encarcerado
Pertencente e abundante, com o maior propósito, amar.
RF
