capítulo único

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   Uma vez, eu conheci um garoto, talvez ele tenha me amado enquanto tentou me proteger, embora eu também tenha me apaixonado pelo mesmo, naquele sorriso que brilhava de forma gratificante quando me via, ou naqueles belos cachos negros que eram sempre tão bagunçados...

  Oh, eu sinto muito, sei que naquela noite, talvez uma única palavra tivesse mudado toda nossa vida, um único "sim" mudaria todo nosso rumo, entretanto, não me arrependo, espero que ele tenha me perdoado... Porém eu sei, eu o amei com todo o meu coração, embora tenha o deixado, eu sei que ele também me amou, e bem eu não me arrependo nem um pouco.

  Disseram que só se ama uma vez, quem disse isto está errado, não se ama apenas uma vez, se ama várias, descobrir enquanto passava por Paris, que o amor tem tantas formas e contextos diferentes, como Zoé, uma mulher que perdeu e ganhou tudo, que viveu como queria, embora tenha tido seus amantes, ela viveu como queria, me lembro da última vez que nós vimos [...]

  Ela estava deslumbrante, enquanto ela vestia sua típica calça social cinza, seus sapatos brancos, uma regata justa em seu corpo branca, e um longo casaco de cor ostra, nós despedimos em cima da torre Eifell, naquela bela primavera onde os cheiros das flores estavam pelo ar, ou naqueles belos cabelos castanhos curtos que estavam a voar por causa da brisa, eu não me lembro bem, porém seu que seu simples sorriso, demostrava o quão calma ela estava, estava pressa em meus próprios pensamentos quando a ouvir murmurar algo o suficiente para eu ouvir.

-não acha maravilhoso? -diz Zoé com os olhos fechados se permitindo sentir a brisa fresca da primavera.

-oque? -lhe perguntei suavemente, me aproximei dela e apoiei minha cabeça na curva de seu pescoço, fechando meus olhos e me permitindo sentir paz ao lado de Zoé.

-essa vista, se algum dia você voltar a Paris, sabe onde me encontrar -disse Zoé entre risos serenos, ela observo aquela vista com tanto desejo, não pude ver em seus olhos que naquele momento que ela estava abertos apreciando a vista da cidade que ela sentia medo, melancolia, Zoé com toda certeza foi um dos meus amores, uma de minhas almas gêmeas, porém não estávamos na mesma sintonia [...]

  Após aquilo viajei mais alguns países como Rússia, Irlanda, Japão, Ucrânia... Me sentia incrível, até que eu decidir, voltei ao México, peguei um ônibus que ia pra minha cidade natal, no caminho lembrei, dei um sorriso meigo mesmo sabendo que ele provavelmente não estaria lá, antes de eu decidir viajar pelo mundo, alguns anos atrás, no auge de meus 7 anos, conheci um garoto, sua pele parda, seus belos par de olhos verdes, seus cabelos negros que sempre estava bagunçados, seu jeito desajeitado.

  Na época, eu morava numa pequena casa de campo, um jardim enorme aí seu redor, as flores amarelas que sempre na primavera insistiam em florescer, eu costumava sair todas as manhãs pra cidade próxima ao litoral, numa dessas manhãs conhecir Sebastian, um rapaz engraçado e determinado, ele fez com que eu me sentisse única, única por conhecer alguém tão incrível, ele passou a me visitar constantemente, brincávamos por horas, conversavamos por horas e horas, e quando anoitecia ele ia embora, até que completamos 18 anos, a gente se alistou no exército mexicano.

  Lá conhecie um rapaz, alto, feroz e bonito, logo nos aproximamos, seu nome era Mike, Mike e Sebastian viraram amigos rapidamente, assim se passaram alguns meses, me apaixonei por Mike, meu primeiro amor eu diria, até que em algum dia tivermos que lutar numa batalha que provavelmente poucos sairiam vivos, estava prestes a atirar no inimigo quando repentinamente Mike se jogou na frente, um disparo foi ouvido, mas não meu, Mike havia morrido pra me proteger, estava em choque, Mike era um amigo, um irmão, um amor...

  Me senti devastada obviamente, porém tinha Sebastian, após tudo isso nós voltamos pra casa, um ano se passou desde a morte de Mike, eu tinha me decidido há viajar todo o mundo até achar o "meu lugar", estava tudo pronto e eu estava no aeroporto, quando meu avião foi anunciado, peguei minhas malas e quando iria começar a caminhar para o avião ouvir alguém chamar meu nome, me virei, era Sebastian, ele se aproximou, correu até mim mesmo sem fôlego ele pulou em cima de mim me abraçando, e enquanto lágrimas grossas desciam pelo seu rosto ele me apertou ainda mais no abraço o qual eu retribuir, abaixei minha cabeça quando Sebastian finalmente se pronunciou.

-oh Angel espere! Diga como teu jardim cresce, fique aqui, junto a mim, não há mais nada a perder... -disse Sebastian em meios as lágrimas, sua voz rouca e baixa indicava seu desespero para não perde a amiga.

  Minha resposta foi sorrir, me afastei do abraço e segurei minhas malas, levantei minha cabeça olhando em seus olhos cheios de lágrimas que o mesmo tentava fazer com que parassem de descer, me aproximei levemente dele e limpei suas lágrimas, foi quando eu falei.

-a resposta é sorrir se a escuridão lhe consume, uma vez mais, não vou ficar, gentileza é o bastante, me desculpe essas flores já estão mortas -dei um último selar em sua testa, e segurando firme minhas malas, me virei e caminhei para o avião, deixei com que minhas lágrimas caíssem, embora o sorriso em meu rosto fosse calmo, minha vontade era de voltar atrás e pular naquele garoto, o abraçar e voltar pra casa, correr pelos campos floridos... porém eu não poderia fazer isso, estava ciente de que ele me esperaria, a cada país que viajei, com uma foto minha em um ponto turístico e um cartão postal lhe escrevi uma carta, todas as vezes, Sebastian sempre seria, e sempre será o meu único e melhor amigo.

  Segurei minhas malas firmemente e saí do ônibus, dei alguns risos, fui até um pequeno bar e com um suco de laranja, saí de lar e fui em direção a minha pequena casa, suspirei pesadamente, e logo com um sorriso dócil comecei a caminhar.

-vamos lá -disse dando um gole em minha bebida enquanto caminhava, 'me espere Sebastian, estou de volta, amigo'.

História inspirada em:
Flowerfell
Undertale

Obrigada por lerem!!

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⏰ Última atualização: Mar 17 ⏰

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