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A nevasca pareceu se acalmar após o caos que se estava ali a alguns minutos atrás.
Quando a caçada da criatura acabou, Benito lotou Pete de perguntas e ameaças, e tudo só piorou quando Micael os contatou. Foi difícil para o zelador conter a vontade de socar o rosto do doutor, mas Diego foi capaz de acalmar a situação, sempre ficando entre ambos os envolvidos no conflito.
— Vamos lá pessoal, não precisamos disso — Diego estava entre Pete e Benito, de costas para o zelador com as mãos para cima, tentando ser maior que o doutor.
— Diego tem razão, não adianta discutir — Lucie completa, ficando ao lado do loiro.
No fim, Pete manteve sua real identidade em segredo, dado como argumento para isso oque o próprio Micael disse, "Não é importante saber desses detalhes agora, estamos correndo contra o tempo".
No meio tempo, surge o'que poderia ser uma nova aliada, Carol, um rosto conhecido pelo zelador mas apenas isso, nenhuma palavra entre eles foram trocadas então ele nem sabia qual era seu nível como cientista. Além da mulher mais alguém foi colocado nas mãos do grupo, uma garota desconhecida para Peter com o nome de Emi.
Mas no fim, após se separarem em grupos, acabaram por perder uma companheira.
Diego estava ansioso, sentia sua garganta fechando e os olhos arderem, sua cabeça girava em alta velocidade o deixando enjoado. Por que? Por que sua melhor amiga? Lucie não merecia aquele destino, mas ele não poderia culpar Emi por aquilo, a criança não tinha culpa.
A tempestade havia se acalmado a algum tempo, o'que permitiu Diego se afastar silenciosamente do grupo e tirar um tempo para se, processar sua própria dor. Ele nunca se permitiu ver a negatividade e a tristeza na frente dos outros, tentando manter o grupo para cima, mas naquele momento ele não conseguiria, ele precisava de um minuto para si em conjunto com o frio. Diego havia se afastado e encontrado uma pequena varanda da instalação, estava intacta e serviria por hora.
Diego abraça os próprios ombros, olhando para o horizonte branco e sem fim, o corpo de sua amiga deveria estar em algum lugar por ali, sozinha e com frio.
Seu corpo estava tão tenso, sua cabeça estava tão bagunçada que o choque do contato físico foi grande, o fazendo pular de seu lugar, apenas não caindo de bunda no chão pelo aperto firme que envolveu seu braço e puxou para ficar ereto. Diego olha para cima, em meio as manchas de lágrimas não derramadas, o jovem vê Pete o zelador, que o havia segurado após ter dado o susto.
Ambos não falam nada, apenas trocavam olhares silenciosos. Pete tinha muito a agradecer ao homem, por ter salvo seu traseiro da morte certa, mas além disso, sentia uma preocupação genuína por Diego, pois além de ter o salvado, foi aquele que confiou nas suas palavras, mesmo não tendo necessidade de fazê-lo, ter o defendido de todas as acusações que foram jogadas para cima de si.
— Ela se foi... — Pete pisca algumas vezes para sair de seus pensamentos, vendo os olhos nebulosos e encharcados de Diego, a voz embargada pelo choro contido — Lucie era minha melhor amiga...e eu a perdi
— Eu sinto muito Diego — Pete segura ambos os ombros do loiro, os acariciando suavemente, tentando manter uma expressão tranquila, apesar de ser seu coração ser esmagado pela tristeza do outro — Eu não estava lá, eu poderia ter impedido, eu teria a salvado
O soldado disfarçado estava junto com Jeffrey, Diego e os outros em outra zona quando o monstro atacou e levou Lucie consigo, e eles só descobriram depois do ocorrido, deixando o loiro em prantos, quase os fazendo serem vistos pela criatura. O loiro se segurou, engoliu toda a tristeza em seu peito por muito tempo, ele desabar era esperado e compreensível.
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Return the Favor
FanfictionFoi graças a Diego se agarrar em seus instintos que possibilitou a sobrevivência de uma pessoa, alguém que ele sentiu poder confiar. Pete se sente estranho por ter sido salvo, e em seu peito existe um desejo crescente de retribuir o favor, além de u...