Uma carona inesperada

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~ Toque de celular ~ ¹

Mr. Sandman, bring me a dream
Make him the cutest that I’ve ever seen
Give him two lips like roses and clover
Then tell him that his lonesome nights are over
Sandman, I’m so alone
Don’t have nobody to call my own
Please turn on your magic beam
Mr. Sandman, bring me a dream

Mr. Sandman, bring me a dream
Make him the cutest that I’ve ever seen
Give him the word that I’m not a rover
Then tell him that his lonesome nights are over
Sandman, I’m so alone
Don’t have nobody to call my own
Please turn on your magic beam
Mr. Sandman, bring me a dream"

Ainda de olhos fechados eu procurei pelo meu celular que tocava insistentemente. Vasculhei com a mão direita em cima da minha cômoda onde eu sempre deixava ele quando ia dormir, mas não o encontrei.

Mr. Sandman (Yes?) bring us a dream
Give him a pair of eyes with a come-hither gleam
Give him a lonely heart like Pagliacci
And lots of wavy hair like Liberace
Mr Sandman, someone to hold (someone to hold)
Would be so peachy before we’re too old
So please turn on your magic beam
Mr Sandman, bring us, please, please, please
Mr Sandman, bring us a dream”

O toque parou, abri os olhos e eles estavam ardendo de sono, mas os mantive abertos para procurar pelo celular que parecia não estar ao meu alcance. Enquanto o procurava eu me perguntava quem estaria me ligando àquela hora da manhã num sábado.  A pessoa estava ligando novamente, e eu me desesperei com isso, deveria ser algo importante, muito importante.

“Mr. Sandman, bring me a dream
Make him the cutest that I’ve ever seen
Give him two lips like roses and clover
Then tell him that his lonesome nights are over
Sandman, I’m so alone”

Me esgueirei por debaixo da minha cama de solteiro, afastei inúmeras caixas, livros, sapatos e roupas que estavam criando teia lá. Lá estava ele dentro de um pé de sapato que ganhei de presente no natal de 2022. Peguei ele e sai de baixo da cama.

Don’t have nobody to call my own
Please turn on your magic beam
Mr. Sandman, bring me a dream”

Vi na tela do meu celular o nome do meu amigo Chimon, estranhei ele me ligando porque ele sempre me enviava mensagens, mas atendi para saber o que ele queria.

─ ONDE VOCÊ ESTÁ? ─ Eu me assustei porque ele gritou no telefone, parecia alterado.

─ Eu... Eu ─ Balbuciei, mas fui interrompido.

─  A PROVA É DAQUI A POUCO. ─ Meu mundo girou ao contrário, fiquei tonto e caí sentado na cama. Eu tinha esquecido da prova, em dupla. ─ Me diz que você está a caminho. Nanon?

─ Estou... Estou no meio do caminho. ─ Menti descaradamente.

─ Ótimo. ─ Ele se acalmou. ─ Vai dá tempo da gente revisar o assunto. Estou te esperando, chega logo. ─ Agora ele parecia feliz.

─ Revisamos sim, mas vai dando uma olhada enquanto eu chego. Tchau. ─ Desliguei e sai correndo para o meu guarda roupa, sem portas, não tinha tempo para banhar, peguei a minha camisa branca de botões de manga curta, minha calça preta e meus sapatos também na cor preta. Me vesti rapidamente, agradeci ao céus pela minha mochila já está arrumada, peguei ela, passei o braço esquerdo por uma das alças, botei meu celular no bolso e saí do quarto. Tropecei em várias caixas espalhadas em frente a minha porta e caí no chão, não as vi quando abri a porta. Mas não tinha tempo para reclamar com o novo inquilino folgado que não sabia usar apenas o espaço dele, eu tinha a obrigação de chegar no máximo em cima da hora, senão... Eu não queria pensar nisso, me levantei num pulo e fui em direção ao elevador. Mais um baque, ele estava em manutenção, teria que descer correndo sem me acidentar pelas escadas de incêndio. Passei o outro braço pela outra alça, respirei fundo e fui escada abaixo. Dois lances depois eu estava suado, cansado, arfando, me segurando nas paredes e prometendo que começaria a fazer exercícios físicos. Cheguei na portaria, abri o portão e sai para a rua em direção ao ponto de mototáxi, não tinha tempo para ir de ônibus. Tinha apenas um sentado numa cadeira de plástico tomando café num copo de plástico.

─ Eu preciso chegar na Universidade Chulalongkorn  ─ Eu disse quase sem ar.

─ To tomando café, não está vendo? ─ com descaso ele me respondeu e perguntou.

─ Mas eu estou com pressa. ─ Disse quase chorando de desespero. ─ Por favor, senhor.

─ Era só ter vindo antes, garoto. ─ Ele disse sem nem olhar para mim, estava bisbilhotando a vida do comerciante da frente. ─ Aguarde aí, quando eu terminar eu te levo.

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⏰ Última atualização: Mar 18 ⏰

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