Período da tarde, 12:26.
Eu me lembro exatamente, minha mãe me levando para a aula no 4° ano, e eu só querendo ficar no carro até o portão abrir para eu poder entrar depois de todos. Minha mãe desce do carro, falando um minuto.
- Vem, vai ser legal. - Era o que ela dizia.
- E se não for?
- Se não for vai ter que lidar até o último dia de aula.Eu entro na força do ódio, querendo chorar, pelo barulho de vozes, carros, motos, passos, luzes sendo ligadas. Movimentos com os corpo são frequentes, estralar, mexer os dedos dos pés por dentro do tênis, piscar repetidas vezes, tapar os ouvidos e bater levemente própria cabeça.
Vou logo para a sala.. e... lá está o terror de qualquer pessoa sem boas interações sociais, uma roda, composta por 31 alunos, e 1 professor.
Logo vou para um canto, onde uma garota senta ao meu lado. Ela tenta falar comigo, mas eu a ignoro.
A professora fala para a gente se apresentar, por ordem alfabética, e a PIOR coisa acontece... eu era o número sete na chamada.
- Número 7! Eleonora, por favor. - A Professora pede. Respiro, e me levanto, evitando contato visual com outras pessoas.
- Eu sou a Eleonora, tenho 9 anos, gosto de baleias, tenho uma cachorrinha chamada Luna, e uma maritaca chamada Jubscleiton, que foi minha irmã que escolheu o nome. - Rapidamente me sento, mas a professora me pede para eu me levantar novamente e pergunta:
- Qual a sua matéria preferida?
- Português, eu gosto de português e artes. - Me sento novamente, e a professora prossegue com os outros.
Até a hora do Intervalo, estava tudo bem, mas tudo muda quando eu volto para a sala de aula e começam a me encarar. Minha respiração pesa, os movimentos voltam, eu vou até meu lugar e tento me acalmar.
_____________________________________Q.D.T
_____________________________________Chega a hora da saída, meu pai vai me buscar.
- Como foi o primeiro dia?
- Não muito ruim.. - Eu dizia isso, mas no fundo foi HORRÍVEL.Fomos para a casa, chegando lá eu fui tomar banho, e arrumar minhas coisas para o dia seguinte. As 08h30 eu tinha que estar acordada novamente.
Terminei a noite ouvindo música e pensando se queria mesmo voltar para aquele lugar.
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𝐀 𝐌𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐃𝐚 𝐆𝐚𝐫𝐨𝐭𝐚 𝐀𝐮𝐭𝐢𝐬𝐭𝐚 𝐒𝐞𝐦 𝐃𝐢𝐚𝐠𝐧𝐨́𝐬𝐭𝐢𝐜𝐨
Non-FictionEssa história estará sendo baseada em fatos reais, vividos por mim. Cada capítulo será um dia, até eu receber o diagnóstico. • Personagem representante: Eleonora (nome de nascença da Criadora/autora) Eu espero que gostem da história, pois o Autismo...