Janeiro

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"Nada de novo, apenas eu fudendo meu psicológico."

Penso nisso de forma constante. Já que constantemente alguma coisa acaba me fodendo. Quem me dera que fosse do jeito bom...

Tudo normal, em um dia que tinha tudo para ser "normal". Me encontro nesse exato momento em frente a porta da minha casa, pensando se quero mesmo entrar. De certa forma, não posso ficar do lado de fora parado que nem um idiota.

Entro e me deparo com a bagunça que está esse apartamento.

- Porra...

Está tudo em uma desordem total, não sei exatamente por onde começar, mas preciso arrumar logo, não suporto esse lugar assim. Lucas, como sempre, nem um pouco bagunceiro. Isso que eu ganho por morar com ele.

Pensei em como fazer a limpeza de forma rápida, pois estava cansado. Cogitei em colocar uma música, mas não estava nem um pouco no clima. Poderia ter chamado alguém para me ajudar, mas não gosto de incomodar ninguém, e sinceramente, acho que meus amigos não estão com cabeça pra nada hoje. Embora eu saiba que eles facilmente me ajudariam. Porém também preciso de um tempo sozinho pra raciocinar direito.

Limpei todo o apartamento da melhor forma que eu consegui. Quer dizer, quase todo. Faltou o quarto do Lucas. Eu espero que não esteja pior que o resto da casa.

Entrei para arrumar, e olha, até que não está tão ruim, eu acho. Enquanto organizava algumas coisas, acabei vendo uma folha embaixo de um quadro de foto nossa em sua escrivaninha. Tudo aparentava ser um desenho de nós dois. Peguei para ver os detalhes melhor, porém tinha algo escrito do outro lado da folha. Não aguentei de curiosidade e fui ver do que se tratava. Gente curiosa é foda. Me surpreendi, tanto pelo fato dele ter escrito alguma coisa, quanto pelo o que estava escrito, normalmente o escritor sou eu. Soltei um leve riso, Apenas não acredito que ele fez isso.

30 de Janeiro

*DESPERTAR 07:00*

- Porcaria de despertador.. - Resmungo enquanto estico a mão para desligar.

Me arrependo amargamente de ter passado a madrugada quase toda lendo. Me questiono se eu poderia ficar mais cinco minutos na cama. Será? Muito tentador...

- HENRY! - Escutei uma voz me chamando do outro lado da porta. - Levanta, já fiz o café!

- Só uns minutinhos... - Respondi colocando minha cabeça novamente no travesseiro.

- Não, não. Pode levantar! Bora, bora, bora, bora, bora. - Falou enquanto batia freneticamente na porta do meu quarto.

Isso é muito irritante. Só queria poder dormir um pouco mais. Mas existem demônios que não me permitem ser feliz.

- Já vou caceta! - Falo levantando da minha cama no puro ódio. - Sentirei sua falta, mi amor... - Me despeço dela indo em direção à porta.

Sigo direto pro banheiro para me arrumar. Tentar amenizar essa cara de morto vivo. Por sorte, dificilmente fico com olheiras, o que acho muito bom. Eu provavelmente iria sair parecendo um panda.

Tomo um banho gelado pra poder acordar de vez, e meu Deus, que frio! Mas pelo menos estou mais esperto. Logo em seguida me visto e arrumo meus cabelos, bem branquinhos e levemente ondulados. Eu acho eles meu charme, embora falem que o que mais chama a atenção em mim são meus olhos azuis. Sou assim por causa do albinismo, e, embora tenha que ter uns cuidados a mais com a pele, posso me considerar um favorito de Deus, porque sinceramente, eu sou uma completa delicinha. Quem acha o contrário é invejoso.

Saio do banheiro e me deparo com um garoto alto e moreno, perto do balcão da cozinha americana, me observando com seus olhos esverdeados, sorrindo para mim enquanto enche seu pão com fatias de presunto.

Dancing forever with you Onde histórias criam vida. Descubra agora