A cabeça de Lucy estava tonta, uma confusão naquele momento, o que não combinava em nada com o lugar que estava, uma das confeitarias mais caras da cidade. A mulher de cabelos castanhos claros olhou em volta e se sentiu constrangida por estar em um lugar tão chique. Se encolheu ao lembrar da forma como estava vestida, sua camisa desbotada e o jeans velho não combinavam com o ambiente.
Diferentemente dela, o homem vestia Louis Vuitton quase dos pés à cabeça, bebericava a água enquanto examinava o cardápio, parecendo uma imagem da "Departures".
A calma de Oliver angustiava Lucy, que não conseguia entender como ele podia estar tão tranquilo. Ela não se aguentava de nervosismo, afinal, havia sonhado com aquele momento por meses.
Na sua imaginação, Lucy estaria com os cabelos soltos e um vestido esvoaçante, não da forma como estava agora, com os cabelos presos por pura preguiça de lavá-los e uma roupa escolhida às pressas.
Quando finalmente observou o homem à sua frente, ele não parecia em nada com o Oliver das longas videochamadas. Para ela, Oliver era radiante, usava roupas casuais e sempre escondia seus cabelos sob um boné.
Como aquele Oliver, sempre sorridente como uma criança, poderia ser o mesmo à sua frente? Com olhar afiado, sobrancelhas arqueadas e cabelos penteado de uma forma que revelava sua testa, algo que ela nunca vira antes. A única coisa que permanecia a mesma era a tatuagem de formas abstratas em seu pescoço.
— O que foi? — A voz um pouco mais grave do que ela se lembrava, mas nitidamente a mesma pessoa. — Pareço tão velho pessoalmente? — Oliver soltou uma risada nasal e se acomodou na cadeira.
— Não entendo o que quer comigo. — Lucy olhou ao redor, sentindo-se desconfortável no ambiente requintado. — Quando disse que ia me focar na minha carreira, você apenas disse: "Boa sorte".
— Primeiro de tudo. — Oliver a cortou. — Não foi bem isso que você falou. — Ele cruzou as pernas e fez uma pequena careta, tentando se lembrar do dia. — Para ser honesto, você estava dias dizendo que não lhe dava atenção, mas eu estava preparando tudo para minha volta. — Fiquei tão zangado por você estar tão egoísta que esperei você esfriar a cabeça, mas você não voltou a falar comigo, apenas me bloqueou em todas as suas redes sociais.
— Eu não te bloqueei de lugar nenhum. — A voz de Lucy já saía um pouco alterada. As palavras de Oliver estavam corretas, mas ela ainda relutava em dar razão a ele. Mesmo assim, nunca o bloqueou; pelo contrário, esperou o contato dele todos os dias. — Mesmo assim, se foi só por isso, por que demorou mais de dois meses para me procurar?
Para Lucy, aquilo já era demais. Apesar de nunca terem se visto pessoalmente, Oliver tinha um lugar especial em seu coração. Pegou a bolsa e se levantou; tudo estava estranho e hostil, não ficaria mais um segundo ali.
Algumas horas antes...
A moça, debruçada sobre a mesa, olhava mais uma vez para o celular com os olhos fixos no nome do contato. Distraída, nem notou o rapaz se aproximando.
— Lucy! — Ethan chamou a moça, sentando-se ao seu lado. — Está na hora de ir para a palestra.
— Tenho mesmo que ir? — A risada do loiro chegou aos ouvidos de Lucy, que acabou sorrindo também. Desde que entrou na faculdade, tornou-se amiga de Ethan, alguém tão acolhedor que cuidou dela nos primeiros dias até que se acostumasse. — Se não tem outro jeito, então, vamos!
— Não entendo por que sempre faz esse drama se acaba sempre indo, quando sabe que as horas extras sempre são boas. — O mesmo falava enquanto andavam até a sala da palestra.
— Porque assim é mais engraçado. — Lucy falou, entrando na sala com cuidado para não pisar nos pés de ninguém, pois a palestra já havia começado e a sala estava escura. — Por que temos que assistir a uma palestra de Marketing? — Bufou ao se sentar.
— Não sei...
Lucy não ouviu mais nada do que Ethan estava dizendo depois que seus olhos se encontraram com o homem de terno azul disfarçado pelo palco enquanto falava algo sem importância para ela. Não demorou muito para que os olhos verdes de Oliver encontrassem os dela, fazendo Lucy piscar várias vezes, tentando disfarçar o quanto estava surpresa, enquanto o homem de 26 anos sorria, encarando-a.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu WEB-namorado é um CEO
RomanceComo toda garota da minha idade, quando estava a apenas um ano de terminar o ensino médio, conheci um cara pela Internet. No início, parecia meio suspeito, mas ele nunca ultrapassou os limites comigo, afinal, enquanto eu tinha apenas 17 anos, ele já...