Capítulo 8

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O Audi A8 é estacionado frente a construção. Jordan desce do carro para abrir a porta para que Celine saía. É final de expediente, e ela tem uma consulta marcado com Thomas Iwasaki, seu terapeuta. Segue para dentro do prédio e pega o elevador, ansiosa para contar a novidade ao homem que recebe uma fortuna para escutá-la e encaminhá-la. Na recepção, a mulher de meia idade está sentada atrás de seu computador enquanto digita algo concentrada, mas quando vê Celine, seu rosto se acende e seus lábios curvam-se em um sorriso.

— Boa noite, Senhora Jagger! — Saúda receptiva, levantando-se da cadeira e seguindo até Celine.

— Boa noite, Louise.

— Thomas irá atendê-la agora.

— Obrigada.

Louise caminha a um passo a frente de Celine, que gosta de pontualidade, pois aguardar em uma das poltronas na sala de espera não é opção. Thomas antede muitos pacientes e a mesma não gosta de imaginar o estado crítico que fica as poltronas com tantos corpos esfregando-se nelas. Louise bate três vezes na porta e recebe permissão para entrada, abre a porta para que Celine adentre o consultório e uma vez que a mesma está dentro do ambiente climatizado, a porta é fechada atrás de si.

— Boa noite, Celine. — O senhor de descendência asiática, cabelos grisalhos e óculos meia lua a saúda.

— Boa noite, Thomas. Posso? — Aponta para o divã mais ao fundo da sala, querendo saber se havia sido feita a higienização do mesmo.

— Claro. Louise acabou de higienizá-lo.

Caminha até o móvel e se senta sobre o estofado macio e confortável.

— Como estamos hoje? — Pega seu diário de anotações e segue em direção a Celine, sentando-se na poltrona frente ao divã.

— Eu não sei responder.

— Algum motivo especial para isso? — Começa anotar algo no diário de couro.

— Sinto-me completamente ansiosa. Digamos que tenho um encontro essa noite e pela primeira vez em muitos anos não é com uma submissa. — Confessa apenas o necessário, não está em seus planos dizer que vai a um leilão e que tentará a todo custo dar o último lance pela virtude de uma mulher.

— Nossa. — Ele não expressa reação, mas está surpreso, muito surpreso. — Lucia não está mais em seus planos? Conte-me mais.

— Eu acho que o que ela e eu tivemos foi muito bom e muito intenso. Talvez nunca encontrarei outra submissa com a mesma intensidade e devoção que a dela, mas no fundo sinto que ela criou um vínculo além do exigido em contrato por mim.

— E qual vínculo seria esse?

— Pedi a ela que assinasse o contrato que romperia nossa relação e por um segundo jurei que ela fosse chorar. Não me senti nada bem com isso, nunca dei motivos a ela ou a qualquer outra submissa para que sentissem atrações por mim que ultrapassem o Quarto de Jogos.

— O carro, as roupas, a faculdade que paga para ela e o sexo que oferece me parece um gatilho para que os sentimentos ultrapassem o Quarto de Jogos.

— Coisas materiais?

— Sim. Não estou dizendo que ela é uma mulher interesseira ou iludida. Mas, Celine, olhe para você. Me admira muito que ela seja a primeira submissa da lista a apaixonar-se.

— E o que eu tenho a oferecer além de sexo e dinheiro?

— Você. — Ele para a anotação para encará-la. — Você é o prêmio maior. Já conversamos sobre isso e você sabe do seu potencial como mulher e ser humano. Não me diga que esqueceu?

The White Box: Chapter I (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora