Capítulo 12

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Após praticamente prometer para a mãe de Atsushi que cuidaria do garoto, Chuuya viu o espírito dela sumir, podendo ter paz.

Virou-se para Dazai, encontrando os olhos escuros que lhe encaravam de volta. Seu coração batia mais forte só de olhar para o maior, mas sabia que o mesmo jamais sentiria aquilo.

—Acha que consegue ajudar o Atsushi? –Osamu perguntou, quebrando o silêncio mórbido daquele quarto.

—Eu dou um jeito. Parece ser um bom garoto. –Respondeu confiante, abaixando a aba do chapéu na intenção de esconder os olhos. Alguns segundos sem uma única palavra ameaçar ser dita. —Dazai?

—Sim?

—Você falou sobre eu não poder gostar de você, já que... –Não completou a frase, ambos já sabiam como ela terminava e o ruivo não tinha coragem o bastante para dizer. —enfim, mesmo tendo essas circunstâncias... e se... –Respirou fundo, abaixando mais a própria cabeça. —e se a gente tentar?

—Tentar o quê? –Indagou após piscar algumas vezes, estava se fazendo de sonso, queria ouvir Chuuya dizer, queria ouvi-lo pedir.

—Tentar, sei lá, curtir antes de você sumir de vez. –Murmurou, tentando ao máximo parecer indiferente.

—O que exatamente... –Começou o moreno, aproximando-se os poucos passos que os distanciavam, segurando no queixo de Chuuya e erguendo seu rosto diretamente para ele. —você quer dizer com "curtir"? –Sorriu malicioso, deslizando os dedos pela bochecha rosada do mais baixo. Ele não conseguia evitar, agia por impulso, de acordo com suas emoções afloradas. Ser um espírito era complicado, como se seu lado racional estivesse sumindo.

—Não pense besteira. –Franziu o cenho, na visão do outro aquilo só o deixava mais fofo. —Eu só não... só n-não quero me afastar.

—Mas, Chuuya, vai doer muito mais a gente criar uma relação que logo vai acabar, do que simplesmente não ter uma relação. –Explicou cabisbaixo, seu desejo era aceitar a proposta, mas ainda tinha um pouco do seu lado racional funcionando.

—Fod@-se, eu literalmente acabei de descobrir que falava com o fantasma do meu pai achando que ele tava vivo, aliás, até pouco tempo atrás eu ainda acreditava que ele tava vivo. Além disso, descobri que falei com outras pessoas mortas sem saber. E você... nem você tá vivo. Eu ainda não consigo acreditar. É estranho, eu quero ficar perto de você, não importa se tá respirando ou não. É a primeira vez que sinto isso, que algo tá sendo bom de verdade pra mim.

—Desculpa, eu não deveria ter me aproximado tanto de você. Também não quero me afastar, mas não tem jeito. Machuca saber que vou te deixar pra trás e nem tenho como reverter isso. –Dazai lamentou, sentia culpa, acima de tudo.

—Então vamos fazer assim: como eu ainda tenho uma vida, eu faço as escolhas aqui. E eu defino que quero me aproximar mais de você, te conhecer melhor e... –Desviou o olhar, toda a coragem e confiança que expressava até então, sumindo. Levou a própria mão até a do outro, segurando-a e tirando-a de sua bochecha. Deixou a mão dele da na própria cintura, vendo Osamu arregalar os olhos em surpresa.

—E-E...? –O maior repetiu curioso, ansiedade consumindo seus pensamentos.

—E... te beijar de novo. –Completou, rapidamente puxando Dazai pela roupa e juntando os lábios com os dele.

Era apenas o segundo beijo, de verdade, deles, porém, era evidente a necessidade que tinham em manter aquele contato.

As mãos geladas de Osamu apertaram sua cintura, trazendo seu corpo para mais perto.

Chuuya segurou sua roupa com mais força, definitivamente não iriam se separar tão cedo.

Suas línguas se tocavam de forma tão harmônica que pareciam ter sido feitos um para o outro. E ninguém poderia dizer que realmente não tinham.

Visão Fantasma-SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora