Capítulo 46

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Flashback

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Flashback

10 anos

A sala se transformou em uma floresta de heróis com a presença de tantas crianças fantasiadas dos mais diversos personagens da Marvel. Pessoas corriam de um lugar para o outro sem parar, enquanto a mãe do aniversariante cumprimentava as responsáveis dos convidados.

O teto está preenchido de balões e as paredes com o desenho de vários salvadores. A música de suspense e festiva tocava no ambiente, fazendo alguns dos pequenos se movimentarem como se estivesse realmente em uma ação real.

Por mais que pareça estar bem divertido, eu não me sinto confortável. Minha feição não exala felicidade, e sim, tédio. Fui obrigado a comparecer na festa de um vizinho da mamãe que se chama Luiz.

Eu moro com o meu pai em outra cidade, mas a mulher que me gerou, quando estou passando as férias na sua casa, faz de tudo para eu me "enturmar" com as crianças daqui. Porém, não faço ideia por onde começo. E já tem uns vinte minutos que entreguei o presente para o aniversariante e mamãe me deu um beijo na minha bochecha, falando para eu me divertir muito.

Então resolvo ir atrás de algum doce para forrar um pouco o estômago. Inicio a caminhada à mesa de doçuras, e ao pegar no donald que brilhava aos meus olhos, reparo a presença de uma garota que está sentada perto da beira do móvel, cabisbaixa.

E por mais que a sua quietude seja enorme, a menina não deixa de chamar atenção pelos seus belíssimos cabelos alaranjados. É a primeira vez que vejo uma ruiva, e ela é linda. Os feixes de luz solar faziam questão de deixar a cor de seus fios completamente vibrante no olhar de qualquer um. E eu realmente não entendia como algo tão perfeito pode ser natural.

— Oi, você está bem? — questiono, um pouco curioso com o que havia acontecido com a garota, pois notei uma pequena lágrima banhando vagamente a sua bochecha.

— Sim — ela balançou a cabeça positivamente ao instante que respira profundamente e limpa os cantos dos olhos. A sua íris é azul como o céu e brilha igualmente uma estrela.

— Você não quer falar sobre, certo? Tudo bem, a mamãe falou que devo parar de ser invasivo — retomo ao meu lugar, sou apenas um desconhecido.

— É que aconteceu uma coisa... Eu fiz uma coisa muito errada — fungou.

— Todos nós erramos — tentei animá-la — Nada que um donald não resolva — sorri um pouco, com medo de está incomodando-a.

— Obrigada — a pequena finalmente sorrio. — Mas acho que isso não vai resolver o meu problema.

— É mesmo um problemão? — arqueio as sobrancelhas.

— Eu fiz algo ruim no natal, e agora a única pessoa que brincava comigo não me quer por perto — a sua voz tremeu quando saiu da boca.

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