William observou a cena com um semblante sério, lutando para conter as lágrimas enquanto tentava limpar o rosto com suas pequenas e rosadas mãos de menino. Enquanto isso, o garoto ruivo o encarava com deboche, juntamente com seus amigos da sala de aula, todos rindo da situação. William se recusava a ser considerado um covarde, especialmente sendo julgado por alguém mais novo que ele. Determinado, ele se aproximou do garoto ruivo, pressionando-o contra a parede da escola, apesar dos esforços dos outros garotos, e até mesmo da professora, para impedi-lo de agir. Com um olhar desafiador, William ouviu as palavras do garoto ruivo:
— Me solte, seu brutamontes! Covarde, agora quer se defender?
O garoto ruivo, enfurecido, cuspiu com raiva no rosto de William, provocando-o ainda mais.
William, enfurecido, limpou a saliva do rosto do garoto de cabelos ruivos, Marryson. Antes que ele pudesse dizer algo, a professora interveio, soltando Marryson dos braços de William, com voz preocupada:
— Estás bem, Marryson? Ele te machucou?
William revirou os olhos lentamente, dirigindo seu olhar para Marryson, o garoto de cabelos ruivos que parecia estar fazendo uma cena, como se o simples empurrão de William o tivesse ferido gravemente. Marryson choramingava, lançando olhares de deboche e um sorriso travesso e provocativo para William, que o encarava com seriedade, suspirando.
A professora encarou Marryson com uma expressão preocupada, enxugando as lágrimas do garoto, antes de direcionar seu olhar para William, com voz carregada de raiva e arrogância:
— Por tua conduta imprópria, serei obrigada a deixar-te nesta sala de aula até que teu pai retorne para levar-te para casa, e ele estará ausente por um longo tempo. Não permitirei, sob nenhuma circunstância, que uma das servas de tua casa ou tua babá venha buscar-te aqui!
A professora falou com severidade, ciente de que o pai de William estaria ocupado durante o dia e retornaria tarde para buscá-lo. Era comum que a babá de William o levasse para casa antes que seu pai retornasse de suas responsabilidades de governança sobre as terras da vila. Naquela época, seu pai exercia seus direitos sobre as terras, expandindo-as para aumentar a população, mesmo que isso implicasse na destruição de pequenas vilas e na necessidade dos plebeus encontrarem novas terras para habitar.
William estava tão furioso que proferiu palavras de ódio para a professora, sua voz soando grave e alta o suficiente para surpreender todos os presentes na sala.
— Você acha que eu não sei quem você é, professora? Deve ser difícil para você gostar de garotinhos como o Marryson, não é? Talvez seja por isso que você o protege tanto.
A professora ficou completamente surpresa, incapaz de conceber que William, o garoto frágil e sensível, tivesse proferido tais palavras, revelando seus segredos mais profundos com um tom carregado de deboche e raiva, e concluindo com uma nota de desafio. Ignorando Marryson, a professora avançou em direção a William, segurando-o firmemente pelo braço, como se estivesse prestes a repreendê-lo com firmeza, e proferiu:
— Seu... Pirralho!
William dirigiu um olhar de surpresa à professora, enquanto tentava libertar-se do aperto firme em seu braço. Marryson, com uma voz tingida de inocência, aproximou-se da professora e sussurrou em seu ouvido, colocando de lado qualquer vestígio de ignorância, como se tivesse percebido algo digno de suspeita.
— É verdade? Professora, você realmente se sente atraída por mim? Pois é, sabes, tenho só cinco anos, nem penso em namorar ou casar... Meu pai disse que só lá pelos treze anos, talvez.
A professora permaneceu em silêncio, seu rosto pálido, enquanto William disse a Marryson, lutando para se libertar do braço da mestra:
— Por Deus, Marryson, ela só quer te usar!
A professora tentou adotar uma expressão afetuosa ao se dirigir a Marryson, embora ele parecesse um tanto desconfortável com a situação. Ela se aproximou do garoto ruivo, tocando levemente seus cabelos e ajeitando-os atrás da orelha, mas Marryson recuou, claramente perturbado pelos rumores que William havia mencionado. Percebendo o desconforto do garoto, a professora os conduziu com firmeza para uma sala destinada aos alunos que desrespeitavam suas regras, um ambiente sombrio e empoeirado.
— Fiquem aqui até aprenderem a não dar ouvidos a fofocas sem sentido!
Ela proferiu com firmeza, fechando a porta com autoridade, o que fez com que poeira e pedaços de pedra se desprendessem do canto da sala.
Marryson olhou para a porta com desespero, lágrimas escorrendo por seu rosto, e aproximou-se rapidamente, batendo com força na porta.
— Madame, por favor, tire-me daqui! Você disse que me amava! Prometeu que faria tudo por mim, como fez naquela noite!
William ficou preocupado ao ouvir as palavras de Marryson sobre "aquela noite". Ele começou a ponderar se algo inapropriado poderia ter ocorrido entre eles naquela ocasião. Com cautela, aproximou-se de Marryson e tocou levemente em seu ombro.
— O que aconteceu naquela noite que você mencionou, Marryson? Por favor, me conte.
Marryson afastou-se de William, retirando os braços do ombro dele.
— Tire suas mãos de mim! Tudo isso é sua culpa!
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⌊ 𝕽𝐄𝐍𝐀𝐂𝐈𝐃𝐀𝐒 ⌋
Ficção HistóricaNeste intrigante relato histórico, quatro mulheres destemidas da Idade Média buscam independência em um mundo dominado por normas opressoras. Longe de desejarem o caminho tradicional de casamento e submissão, elas desafiam as expectativas, enfrentan...