3 - Perigoso

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Maraisa:

— Wendell que ligou, só estou um pouco enjoada, só isso. — Respondo a Maiara.

— Ih será que tá grávida? — Maiara pergunta sorrindo e eu arregalo os olhos.

— Quem tá grávida? — Marília pergunta se sentando no mesmo lugar de antes.

— Maraisa disse que tá enjoada... e...

Marília me olha surpresa.

— Irmã o álcool já subiu com tudo na sua cabeça, tá na hora de parar de beber já.

— Me deixa, tô de folga. — Faz birra.

Reviro os olhos e mudo o assunto.

•••

Não conseguia parar de pensar nas coisas que Wendell havia me dito, no que tinha acontecido com Marília poucas horas antes. Estava ficando cada vez mais irritada com a presença da Naiara e nem sabia exatamente o porque.

Já bem na madrugada João Gustavo acabou me empurrando na piscina.

Foi uma verdadeira bagunça, fiquei mais ou menos uma hora na água antes do frio começar a me incomodar. Resolvendo sair e tomar um banho quente no quarto que eu dormia quando ficava por aqui.

De alguma forma tava começando a ser estranho.

Ao sair do banheiro dou de cara com Marília sentada na cama me esperando, deduzi. Ela estava enrolada em uma toalha e com a roupa ainda toda encharcada por ter se jogado na piscina.

— Vim ver se você precisava de alguma coisa — Marília falou um pouco arrastada por conta da quantidade de bebida que tomou.

— Você ainda está nesse estado? Vai pegar um resfriado, Lila. — Digo enquanto visto uma calça de moletom sobre o olhar atento de Marília.

Pela primeira vez me senti um pouco desconfortável fazendo isso.

— Desde quando tá com esse tamanho de bunda? — Marília apontou.

— Ha ha! Muito engraçada você.

— Não estou brincando, pra sua informação.

— Lila você está bebada, na verdade eu também estou, acho melhor eu ir pra casa.

Marília se levanta e se aproxima um pouco.

— Pra que quer ir embora? My casa su casa, você sabe disso.

Ela vem se aproximando e eu dando passos para trás, até bater na pia do banheiro que estava com a porta aberta.

Eu suspiro. Os seus olhos buscam mirar os meus, e eu, por medo, os desvio.

Os seus suspiros se espalham em mim, nos pequenos pedaços de pele expostos pelo traje, fazendo com que o meu corpo se balançar em nervoso. O sorriso já brincava nos lábios dela conforme me encarava, deixando com que de vez em sempre seu olhar quente caísse nos meus lábios, pescoço, e colo.

— Se você quiser, eu saio...

A voz de Marília ecoou como um choque me despertando.

— Lila...

Ignorando o meu pequeno protesto, ela trouxe os lábios até o meu queixo, onde os roçou, devagar, e subindo-os, murmurou:

— Hum?

— Lila, não...

Os braços dela me envolvem de repente, enquanto conduz os nossos corpos e os encosta no espelho. Quase não pude conter o murmúrio desconexo que quis escapar dos meus lábios. Não demora, e suas mãos deixam o meu quadril e pousam em meus ombros, antes que ela gire o meu corpo, deixando-me de costas, permitindo que eu enxergue no espelho o reflexo dos nossos corpos colados.

Através da música - Malila | GpOnde histórias criam vida. Descubra agora