verdade ou desafio?

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Onde João foi desafiado a ficar trancado com seu melhor amigo no qual no passado acabaram se afastando, pois João resolveu se declarar ao mesmo.

Mas se você soubesse como eu me arrependo
Não tenho palavra, não tenho pra justificar
Errei a rota, saí do radar
Mas eu vejo na sua cara que ainda é tempo
Mesmo que tudo diga não, ainda é tempo
De te fazer feliz e me fazer feliz também

- Ainda é tempo, anavitória

Pov’s João

Eu estou em uma festa, que já não há muita gente, sobrou apenas eu e meus amigos, estamos brincando da coisa mais adolescente que ja foi inventada.

— JOÃO! verdade ou desafio? – Malu me pergunta após a garrafa que girava parar em mim.

Estou meio nervoso com o que ela pode propor, olho ao redor para ver as pessoas que estavam naquela roda, apenas amigos próximos, tirando Pedro. Meu ex melhor amigo. Decidi me declarar pra ele a uns dois meses atrás e foi a maior burrada já feita, ele obviamente me negou, ele não disse nada pra ser sincero... Apenas me ignorou durante esses dois meses, acredito que não queira me magoar. Se eu pudesse voltar no tempo, teria tentando fantasiar esses sentimentos bobos e voltar a ser amigo dele, sempre fomos muito próximos. Saudades.

— João? — malu me chama novamente.

Percebo que devo ter ficado parado olhando para ele igual um idiota e então logo solto;

— DESAFIO! — falo alto inconscientemente depois de ter percebido que minhas bochechas começaram a esquentar por nossos olhares terem cruzado.

— desafio é? — a morena olha para mim e para Pedro com um sorriso de canto no rosto. Fudeu.

— Desafio você ficar trancado com o pedro naquela salinha ali e só vão sair quando se resolverem. — Malu solta de supetão me assustando

logo vejo os olhos de Pedro se arregalarem com o desafio proposto pela morena. Ela só podia estar maluca.

— EU? Mas o desafio é dele, porque eu preciso fazer isso também? – Pedro pergunta parecendo estar furioso com a ideia de malu

Eu apenas estou roendo os cantos da minha unha vendo aquela situação toda, não tenho reação, eu não queria ter que enfrentar ele dizendo agora um "não" bem na minha cara e depois colocando um fim definitivo em nossa amizade, mas sei que se nós ficarmos aqui debatendo não vai mudar muita coisa, uma hora não vamos aguentar mais e teríamos que conversar um com o outro. Bom, parece que essa hora chegou.

Levanto do meu lugar dando um suspiro exaustivo e sigo para a salinha escura, parecia ser alguma salinha de limpeza, tinha uma estante cheia de caixas empoeiradas, me encosto ali e apenas ouço burburinhos ao lado de fora. Logo vejo Pedro sendo empurrado lá para dentro e a porta sendo brutalmente fechada atrás dele.

O silêncio prevalece por 5 minutos até que tomo a iniciativa de começar a falar

— me desculpa. – é tudo que consigo dizer, minha garganta parece ter um nó, queria poder dizer mais coisas a ele, mas tudo que consigo fazer agora é me segurar para não chorar.

Abaixo meu olhar para o chão, mas logo volto para cima e encontro os seus olhos, eles parecem confusos pelo pedido repentino, não consigo pronunciar mais nada. Respiro fundo para não chorar, mas não consigo, sinto meus olhos marejar.

— João... — ele me chama e parece preocupado com a minha situação, me olha de um jeito triste? Mas logo continua — Eu... Eu não queria que a gente tivesse parado de se falar — ele abaixa os olhos para suas mãos.

— Não estou entendendo, Pedro. Quem parou de falar comigo foi você! Eu sei que errei em ter falado aquelas coisas, foi um erro! Mas não precisava ter me ignorado por tanto tempo – seus olhos se reencontraram com os meus e minha voz começou a ficar embargada e as lágrimas rolavam sobre o meu rosto — Sabe o quanto isso mexeu com a minha cabeça? Perder meu melhor amigo assim, do nada...

— Um erro? Não foi um erro João, a culpa é minha, eu só... — ele tentava dizer algo, mas não saia nada.

— você só o que Pedro? — Começo a ficar preocupado com seu silêncio, será que aconteceu alguma coisa? Será que ele não estava bem? Será que ele não ESTÁ bem?

Logo vejo o moreno suspirar fundo e soltar de supetão;

— porra, eu te amo, João! eu só não consigo assumir isso pra mim. Eu estava tentando tirar da minha cabeça que eu estava apaixonado por você porque eu tinha medo de ser julgado pelos meus pais, e por conta disso não conseguia aceitar para mim mesmo que eu gosto de um menino, mas aí você chega e se declara e eu só fiquei "porra e agora? Como eu vou esquecer isso?" E a única coisa que veio foi te ignorar – seus olhos que estavam fixos aos meus começam a derrubar lágrimas e seu olhar parece exausto com tudo — me desculpa, eu não queria ter te magoado.

— Pedro... Eu.. não sei o que falar – eu dou um risinho de puro choque, eu imaginava tudo, menos isso. Fico o encarando com uma expressão boquiaberta — Eu te entendo... Antes de me assumir também tive esses mesmos pensamentos e ta tudo bem, pedro! O seus pais tem muito orgulho de você, eu sei bem disso e sei que eles jamais te julgariam por conta de sua sexualidade.

Logo vejo seus lábios se curvando em um sorrisinho e sou surpreendido com o seu peso contra mim, ele se jogou me dando um abraço apertado, e meu Deus! Como sentia falta do seu abraço caloroso que só mesmo tinha, seu abraço era único, arrisco em dizer que era o melhor.

— Eu tava com tanta saudade de você, joaozinho – ele me aperta mais no abraço e logo solta mas não se afasta, estamos a centímetros de distância.

Sinto sua respiração em meu rosto, seus olhos fixos no meu e minha respiração falhando cada vez mais quando o vejo mudar seu olhar para os meus lábios, estou prestes a enlouquecer.

— estou esperando – ele diz.

— esperando o que? — pergunto com dificuldade pelo nossos rostos estarem muito próximo, eu estava nervoso. Muito nervoso.

— você me beijar. — pedro responde com um sorriso no rosto. Canalha.

Me aproximo mais dele, beijo o canto de sua boca, me afasto um pouco e olho em seus olhos, vejo ele bufando insatisfeito e me olhando com uma carranca

— sério isso, João Vitor? — pedro me diz indignado

Mordo meu lábio tentando segurar o riso, mas ele escapa e começo a rir descontroladamente, seguindo de Pedro que começa a rir também. Me controlo e paro de rir, olhando fixamente para pedro.

— Seu sorriso é lindo – digo vendo o sorrisinho bobo que tinha ficado em seu rosto

Pedro logo para de sorrir e avança em meus lábios. De início era apenas um selinho, mas logo vira um beijo lento com gostinho de saudade. Ele me empurra naquelas prateleiras nos envolvendo mais no beijo, minhas mãos vão para a sua cintura o puxando mais para mim, enquanto suas mãos estão na minha nuca apertando levemente.

Ouço um barulho vindo da porta nos fazendo se soltar automaticamente, totalmente vermelhos e com os lábios inchados tentamos disfarçar olhando para os arredores.

— Acho que já se resolveram né? – diz renan, um dos nossos amigos que estava na roda acompanhado de malu, eles estão rindo da situação

— idiotas! – pedro diz saindo da salinha com um sorrisinho

Eles olham pra mim esperando que eu conte o que aconteceu, apenas reviro os olhos com um sorriso nos lábios e saio do lugar. Sento no sofá perto do Pedro e vejo nossos amigos em silêncio nos olhando esperando que a gente fale algo. Renan e malu chegam e se sentam no chão esperando ansiosamente também.

— por que vocês estão olhando pra gente assim? – pergunto rindo por estarmos sendo encarados desde a hora que pisamos nessa sala

Todos percebem e começam a rir, olho para pedro e deito em seu ombro pegando em sua mão e fazendo um carinho. Acho que nunca estive tão feliz.









| Autora; oi gente, é a primeira vez que escrevo algo assim, espero que gostem! <3

one shot's, pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora