4 - Repórteres

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Marília Mendonça:

Lá estava ela inclinada de frente ao espelho, agora dando voltinhas ainda de frente pro mesmo, olhando se sua roupa está bem em si. E é claro que está, qualquer roupa sempre cairia muito bem em suas sinuosas curvas.

Estava fazendo uns gestos engraçados, alisando o vestido branco como se estivesse amassado. Bruno se aproxima fazendo os últimos retoques de sua maquiagem e logo em seguida pega um splay e passa em seu cabelo negro passando o mão ajeitando uma mexa de sua franja. Seu cabelo estava ondulado e solto. Impecável.

Eu estava sentada em uma poltrona do outro lado do camarim perdida em pensamentos, ou melhor: perdida nela, Maraisa. Estava com um copo de uísque com gelo pra dar uma aquecida no corpo antes do show.

Gostava de olhar pra ela, gostava de como ela sempre se transformava. Agora eu enxergava uma mulher poderosa, dona de si.

Dou mais um gole no meu uísque. Minha relação de amizade com a Maraisa estava quase como era antes de todo aqueles acontecimentos, Maraisa disse que foi tudo um erro, no início fiquei chateada com isso. Só que ela tem razão, pelo menos eu acho que tem. Eu não quero perder a amizade dela por um desejo carnal.

Só que admito que é difícil olhar pra ela assim e não sentir uma fisgada no meu pau, tenho que me controlar.

Henrique estrala os dedos na minha frente me tirando dos devaneios.

— Tá em Marte ou qual outro planeta distante? porque na terra não tá tem um tempo já.

— Larga de ser idiota Bahia. — Resmungo.

— Tava dizendo que em 5min vocês entram.

Estávamos em Cuiabá-MT onde eu iria fazer um show e gravar o clipe "Bebaça" com a participação das gêmeas.

Logo nos posicionamos pra poder dar início a gravação do clipe.

— Boa sorte pra nós — Disse Maraisa.

Sorrimos e eu e Maiara repetimos a frase dela.

•••

— ... Maiara cê tava bebaça... — brinco

Ela sorri

— Marília cê tava bebaça — Canta.

•••

Finalizamos o clipe ao som de aplausos e assobios do público. Meu coração estava acelerado, estava eufórica. Feliz.

Continuei meu show com a mesma empolgação de sempre. Em 1hora e meia depois finalizo. Me encontro com as gêmeas no camarim, estávamos no mesmo hotel. Depois de comemorarmos por ter dado tudo certo partimos para o hotel onde iríamos ficar até o dia seguinte e daí eu iria pra uma cidade e elas pra outra.

Assim que chegamos no hotel, paramos no restaurante do mesmo, já pedindo um vinho e algo para comer, não só nós três mas algumas pessoas da nossa equipe também.

Tinha momentos que o meu olhar se encontrava com o da morena, ficávamos nos encarando por alguns segundos, o que fazia eu sentir meu corpo ferver, chamando pelo dela. o que eu achava estranho. Eu não podia sentir essas coisas. Não podia.

Ainda estava com algumas pessoas no restaurando, descido subir, levar a água que a Maiara havia me pedido pra levar no quarto da Maraisa, disse que estaria lá. Pego a água e subo, bato na porta e nada, então como de costume eu entro.

Olho ao redor e nada das duas, quando tô pra sair do quarto:

— Marília?

Olho em direção que tá vindo a voz, dou uma travada de segundos.

Através da música - Malila | GpOnde histórias criam vida. Descubra agora