Essa não é uma aventura propriamente sexual como as outras, mas essa ideia estava nos primeiros contos que eu escrevi e ela tinha uns desdobramentos até que bem nojento (vocês vão saber o porquê) mas decidi escrever aqui porque acho que combina muito com as aventuras do Willy e explicar uma característica que com certeza eu vou querer explorar mais para frente, além de ser o tipo de coisa a que ele se submeteria para ter um ingrediente especial.
As chamadas sementes de midas eram sementes de uma espécie de cacau muitíssimo rara e que produzia um chocolate delicioso, mas elas só davam em um pequeno e esquecido país cujo governo militar espantava qualquer curioso e aventureiro. Menos Willy, que se pudesse ler, ele teria lido, mas ele pediu para um bom homem ao seu lado no trem ler sobre essa fruta e escutou que ela tinha um poder que nenhuma outra planta possuía: o de dar sabor de chocolate a qualquer meio em que ela for enfiada
— Diz aqui que foi uma empresa de chocolate que pagou para um cientista criar uma espécie de cacau que já viesse adoçado e que contaminasse com o sabor do chocolate tudo o que estivesse ao redor... Mas a empresa faliu antes de nascerem os primeiros frutos e ninguém se arrisca a mexer nessas plantas porque foram plantadas em um lugar considerado sagrado pelos nativos da região e tentar sair do país com essas sementes é punível com a decapitação — Willy passou a mão no pescoço preocupado, mas ele ia aonde fosse para roubar cacau — Até hoje não saiu ninguém desse país com as sementes, eles são extremamente rigorosos na revista
— Não saiu ninguém que se saiba... E além disso eles nunca tiveram que revistar um Willy Wonka
— Meu jovem, acha que essas sementes valem tanto a pena assim?
— Ah o senhor não faz ideia das coisas que eu já fiz pelo meu chocolate... Não se preocupe comigo, eu não estaria vivo se eu não soubesse me virar
Assim Willy se viu na alfândega do país, que era bem rigorosa com estrangeiros, mas ele convenceu os guardas de que era apenas um turista interessado em conhecer a cultura local
— Você é mágico? — Pergunto o guarda muito sério e de braços cruzados
— Posso dizer que sei muitos truques
— Mágicos não são bem vindos aqui
— Não sou mágico... Eu sei justamente para não fazer...
— E essa cartola?
— Ah, essa cartola é... Eu gosto de me vestir com bastante requinte — O guarda pegou a cartola das mãos dele e começou a tirar de dentro dela uma infinidade de coisas, a sala ficou cheia de bugigangas
— A regra é simples... Entre em Thalmaria com a cartola vazia, saia de Thalmaria com a cartola vazia
— Então eu posso entrar em Thalmaria?