Capítulo 16 - Testes Passageiros, Sentimentos Duradouros

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Bocejando, dividi o caminho até a escola entre tropeçar em meus próprios pés, e me arrastar como uma lesma até os portões

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Bocejando, dividi o caminho até a escola entre tropeçar em meus próprios pés, e me arrastar como uma lesma até os portões. Ao mesmo tempo em que estava sonolenta, - culpa das horas perdidas de sono folheando páginas inteiras de conteúdos escolares - estava focada como nunca para o primeiro dia daquela semana exaustiva de provas. Nos corredores, a agitação matinal havia dado lugar para rostos apreensivos, unhas sendo roídas e pernas trêmulas. Para todos nós, as provas eram como uma serra elétrica e nós, os habitantes da casa abandonada, que sempre eram vítimas desses filmes de terror.

— A revolução Meiji terminou com o sistema feudal de 256 anos... — Disparei, sentindo um leve esfregar no topo da minha cabeça, que serviu para me despertar do meu transe. Ouvindo uma risada abafada, virei na direção do som, encontrando Aono.

— Caramba. Você tá parecendo aquelas bonecas que falam quando a gente aperta o botão. As provas estão te consumindo tanto assim?

— Não tem graça. — Inflei as bochechas, passando os dedos entre os fios de cabelo, consertando a bagunça que o garoto havia feito. — Você também deveria estar assim.

— Eu estou. Espera, de qual prova estamos falando mesmo?

Cruzei os braços, e estreitei os olhos ao vê-lo tão relaxado. Vendo a minha expressão, o garoto balançava a cabeça em negação, levando os dedos até a minha bochecha.

— Relaxa, Jones. — Tranquilizou ele, apertando a pele. Murmurei um “” contido, que ajudou a intensificar a sua expressão divertida. — Não tem como ser tão ruim assim.

Sim, teria. Aquela seria a primeira experiência em que o meu conhecimento seria levado ao extremo. E estando no corpo de alguém que representava o afinco dos estudantes da Hachi, acho que eu não estava em condições de estar tão aliviada.

— Não esqueça da nossa aposta. — Notando aquele menear de cabeça típico, continuei, apontando para ele. — Aquela aposta. Se você ficar no top 150, pode pedir o que quiser.

— Já falei que não estou interessado nas suas maquiagens.

— Aono! — Insisti, no mesmo momento em que braços me agarraram, envolvendo o meu corpo. Kaori e Keiko cheiravam a creme hidrante de chiclete e algo mais, que lembrava tutti-frutti. Sentindo o mesmo aroma, Aono revirava os olhos, e mesmo que não tenha dito nada, sabia que ele estava querendo dizer “patricinhas”. 

— A gente perdeu alguma coisa? — Envolvendo os braços em meu pescoço, Kaori se recusava a me largar. Segundo ela, minha pele era muito macia e naquele momento, senti que os minutos diários de skin care valiam a pena.

— A gente só estava conversando sobre as provas e o fato dele ser um péssimo estudante. — Estalei os lábios, notando o claro desinteresse do garoto em rebater. 

— Eu só quero passar por tudo isso logo. — Keiko bocejava. — A gente ainda tem algum tempo pra estudar?

— Na prova do Nachi-sensei? — Rindo, Kaori andava ao nosso lado conforme seguíamos para a sala de aula. — A gente tem que agradecer se ele estiver disposto a nos dar tempo para pensar.

Minha Nova Vida Sendo a EstrangeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora