Minho? Não, senhor Lee!

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– O que estamos fazendo? – Changbin se afastou do maior. – Merda, nossa amizade vai acabar desse jeito! Eu realmente não queria que acontecesse, me desculpa. – falou rapidamente, ainda sentindo as mãos do Kim em seu corpo.

– Como assim? Claro que não, Changbin. Eu gosto de você, e não como amigo, eu não entendia o porquê dessa palavra me incomodar tanto quando você usava pra definir nós dois, até que o Felix abriu meus olhos ontem de tarde.

– Falou com ele? – perguntou curioso.

– Sim. Chamei o Lix lá em casa, eu precisava conversar sobre meus sentimentos com alguém, e ele me parecia uma boa opção.

– Felix? Boa opção? Ele era meu amigo, e você ainda saiu falando da gente?

– Por isso achei que ele fosse entender melhor, você ainda gosta dele, né?

– Não. – disse seco. – Eu não gosto nem desgosto, só não quero me aproximar, tenho medo de ser um babaca com ele de novo, e o Felix não merece.

– Ele está disposto a tentar de novo. – Seungmin avisou. – Na verdade, ele quer. Me contou que sentia saudade de quando vocês eram mais novos.

– Ah por favor, Seungmin. Eu não vou fazer isso.

– Tudo bem. Não tô te obrigando a nada, eu quero que seja feliz e melhore logo, faça o que for melhor.

Changbin se afastou do Kim, cruzando os. braços.

– Não é fácil...  Eu ainda tenho pesadelos com ela, qualquer coisinha me gatilha, você viu. – apontou para o cigarro pisado e as bitucas escondidas.

– Eu colocaria tudo a perder, um passo em falso e pronto, acabou pro Seo Changbin. Não vou arriscar conversar com o Felix, se piorar? Se eu fizer merda de novo? Vou me culpar ainda mais e não vai ajudar em nada. Já tem muita coisa na minha cabeça, não quero ter que lidar com uma amizade fadada ao fracasso.

– A nossa também era, e olha como a gente tá. – rebateu.  – Mas você tá certo, acho melhor esperar um pouco, é muito recente. E sobre seus gatilhos, se quiser alguém pra conversar, eu tô aqui. Sabe que pode falar comigo a qualquer momento.

– É diferente. Nós dois, no caso.

– Diferente como? Que eu saiba, nossa situação ainda era pior. Você não odeia o Felix, mas me odiava.

– Não era só ódio. Sempre foi algo a mais. Se eu realmente não me importasse ou não gostasse de você, não ficaria sempre te enchendo o saco, indo atrás e perturbando sempre que conseguia. Com o Felix... eu tenho medo, não é como se eu sentisse qualquer coisa negativa por ele. – suspirou.  – Passei anos tentando superar, parar de me culpar por isso. Nunca deu certo.

– Talvez porque você sempre tenha colocado ideias negativas em relação aos sentimentos do Felix. Ele sente saudade de vocês.

– Eu também, droga! Eu sinto saudade das coisas do jeito que eram. Eu queria aquela amizade de volta, mas eu não quero machucar ninguém. Eu amava o Felix, ele era meu melhor amigo pra toda a vida. Sempre fui grudado nele, estávamos sempre juntos, no melhor, no pior. Nem conseguia imaginar uma vida sem ele, não sabia o que fazer se eu não tivesse o Felix do meu lado. Então, eu decidi que iria estragar tudo, ele também não ligou, afinal, você chegou e pegou meu lugar. Por que ele iria querer ficar comigo, quando tinha alguém tão melhor? Eu chorei tanto, sempre em silêncio, não queria que ninguém soubesse o que eu tava sentindo.

Changbin olhou para o maior, com algumas lágrimas escorrendo.

– Os hyungs não estavam comigo na época, então eu só engoli, foi o que fiz depois. Tudo que me machucava, destruía, eu aguentava em silêncio, engolia tudo. O resto você sabe. Minho acabou descobrindo sobre minha mãe, não consegui esconder essa parte.

Dias? Conturbados. Noites? Solitárias!Onde histórias criam vida. Descubra agora