Começar o dia com dor de cabeça não é a melhor maneira de começar, especialmente quando o motivo é o anticoncepcional que eu tomo,não sou sexualmente ativa,apenas tomo as pílulas para previnir acne.Perdi a minha virgindade com quinze anos de idade,meu ex namorado tinha dezoito anos,já da para imaginar que a pior coisa que eu fiz na vida foi namorar na adolescência,ele era extremamente abusivo,além de me trair abessa ainda me fazia se comparar com outras pessoas,e para piorar ele nem bonito era. Fiquei com ele dois anos,foram os anos mais dolorosos da minha vida,Erick odeia ele por saber uma parte da história,as vezes ele pensava em me estrangular por eu sempre voltar com meu ex,até que ele entendeu que o que eu tinha era independência emocional.
Depois que terminamos nunca mais namorei,nem fiquei com outras pessoas mas isso tem outro motivo,sou o tipo de pessoa "emocionada",no primeiro beijo já estou pensando em casar,ter filhos,cachorros, enfim.
Às vezes, penso que esse é um dos motivos pelos quais o Erick nunca quis namorar na vida. Meu relacionamento passado deixou traumas que acabaram afetando até ele. Por sorte, nossa amiga Milena continua acreditando no amor. Ela sempre foi uma alma otimista e persistente, capaz de enxergar o melhor mesmo nas situações mais difíceis. A presença dela traz um pouco de luz para todos nós. Mesmo depois de tudo o que passei, é reconfortante saber que ainda existe alguém como a Milena, que não desiste de encontrar o amor verdadeiro e construir uma vida feliz ao lado de alguém especial.
Milena é quase como eu,no primeiro beijo ela já começa a pesquisar o nome dos filhos,porém ela sempre consegue ficar com outras pessoas,ela sempre foi muito esperta nunca ninguém conseguiu passar a perna nela.
Eu guardo um pequeno segredo que nem mesmo ela sabe, afinal isso é um clássico entre melhores amigos.
Sabe aquela frase que diz: "Não existem melhores amigos porque um sempre acaba se apaixonando"?
Pois bem, aos dezoito anos, cheguei a pensar que poderia ser essa pessoa. No entanto, decidi deixar isso para trás. Agora, como uma mulher adulta de vinte e dois anos, vejo que talvez possa ter sido uma confusão passageira.
Conheci o Erick quando estavámos no quarto ano , e desde então nossa amizade só cresceu. No entanto, nem sempre foi fácil. Na maioria das vezes, ele implicava comigo, e uma das suas brincadeiras mais cruéis foi quando, sabendo do meu medo de aranhas, ele me presenteou com uma tarântula no amigo secreto. Aquilo foi um verdadeiro pesadelo para mim, e me deixou com um misto de raiva e incredulidade.
Mesmo com medo da aranha, decidi guardar a Cloe como um lembrete constante para nunca confiar plenamente no Erick. Era estranho ter um animal de estimação que representava tanto medo e desconfiança, mas o significado por trás dela era importante para mim. Meu pai assumiu a responsabilidade de cuidar dela, já que ele ama aranhas e se interessa muito por biologia. Ele até começou a estudá-la, o que me deixava desconfortável, mas ao mesmo tempo me fazia perceber que até mesmo algo que me assusta tanto pode ser fascinante para outra pessoa. A morte da Cloe, três anos depois, trouxe um misto de alívio e tristeza. Foi o fim de uma era estranha e um lembrete de que, mesmo nas situações mais desconfortáveis, há sempre algo a aprender.
Mesmo depois de anos Erick acha isso engraçado,e diz que esperava que eu fizesse tudo,menos um aquário para ela.
Essas lembranças são realmente marcantes, especialmente aquela vez em que o Erick me assustou puxando meus pés, sabendo do meu medo de espíritos,e quando ele colocou um gato arrisco no meu colo e ele me arranhou,isso me fez ter pavor de gatos . Ele realmente tinha um jeito peculiar de se divertir, às vezes à custa dos meus medos. Por mais que odiasse essas brincadeiras, sempre acabava rindo no final. É estranho como esses momentos de desconforto acabam se tornando parte das boas lembranças, mostrando o quão forte é nossa amizade, mesmo com todas as suas peculiaridades.
Hoje sendo dois adultos percebo que ele mudou muito,pois eu tenho medo de todo animal possivel,incluindo os insetos,Erick sabe disso mas graças a Deus ele amadureceu,agora ele tira as abelhas que aparecem na minha casa no verão,e mata as baratas que ficam no meu banheiro.
Desde os tempos de escola, Erick foi meu confidente, o único que conhecia cada detalhe da minha vida, desde as paixonites juvenis até os pensamentos mais loucos que passavam pela minha cabeça. Quando nos visitamos, é como se o tempo parasse e voltássemos aos dias de infância, compartilhando risadas e segredos como sempre fizemos. Minha mãe sempre pergunta por ele com um sorriso caloroso, sabendo que Erick sempre será parte da nossa família.
Eu sei que muitas pessoas não entendem a nossa relação. Para elas, pode parecer estranho que dois amigos sejam tão próximos, tão conectados de uma forma que transcende o convencional. Mas para mim, essa conexão é especial e única.
Com Erick, compartilho uma história de anos de cumplicidade e companheirismo. Ele é aquele amigo que sempre esteve ao meu lado nos momentos bons e ruins, sempre pronto para me apoiar e me fazer sorrir, mesmo quando as coisas pareciam sombrias.
Às vezes, penso como seria se todos tivessem a sorte de ter alguém como ele ao seu lado. Alguém que te ouve sem julgamentos, que te apoia nas suas loucuras e te faz enxergar o lado bom das coisas. Seria maravilhoso se todos pudessem experimentar essa conexão especial que compartilho com o Erick.
Ele é aquele que entende os meus silêncios, completa as minhas frases e sempre está pronto para uma aventura ou para um simples momento de calmaria. Ele é o tipo de amigo que todos merecem ter, mas que eu tenho a felicidade de chamar de meu.
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O despertar do amor
RomanceDesde a infância, Ayla e Erick mantiveram uma amizade marcada por travessuras e implicâncias. Quando tinham 18 anos, um vínculo especial surgiu entre eles, mas, ocupados com questões pessoais, nunca perceberam a profundidade dos sentimentos que comp...