Capítulo 37

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Pov's Couto

Caminhava pela área externa, enquanto observava minha namorada correr até uma chinesa, parecendo aparentar um pouco mais velha, desconfiei por um tempo. - é a mãe dela?

- Ei, precisamos conversar. - aparentou meu irmão, e logo olhou pra mim, que estava com os olhos encarados na chinesa, que logo devolveu o olhar, mas voltou a conversar. - Isso mesmo que iremos conversar. - afirmou Jotinha, e olhei pra ele logo em seguida.

Fomos para perto, sem querer ficando na mesma direção aonde Jess e sua "mãe" conversavam, olhei pra Jotinha, que parecia olhar para a mesma direção, e desviou o olhar pra mim novamente. - O que tinha acontecido? E porque envolveria Jessie?

- Jessie veio conversar comigo, não irei te obrigar a ir atrás dela mas. - afirmou Jotinha, e senti meus olhos abaixarem de arrependimento, Jessie não tinha nada a ver com o que aconteceu quando eu ainda usava fralda. - Pensa cara, o quanto esperamos esse momento, que o nosso pai voltaria a lembrar que existimos. - afirmou.

Quantas vezes vi meu pai passar reto quando eu chegava da escola, e voltava a conversar com os velhos bebâdos da rua, ou quando o único dia que ele poderia ficar comigo e com meu irmão, ele tirava pra beijar pessoas em baladas. - ou o quanto fez falta o meu pai no dia dos pais?

O quanto esperei uma mensagem do meu pai, ele me buscar na escola, ele brigar comigo, me bater, me xingar, qualquer coisa, apenas queria a presença dele, mini Couto nunca esperaria que ele iria a festa de noivado de sua subrinha, lembrando que ela existiria também. - ou que eu e meu irmão existimos?

Mas nunca pensei, que seria idiota ao ponto de chegar a namorada que tanto demorei a falar que eu a amava, que não deveria dar uma chance, ao último resto que tinha de pais, eu amo ela mais do que todos os atros de estrelas cadentes por ai, ou todo esse amor que meu pai não me deu, ela me deu em dobro, beijando minha boca, e me acolhendo quando eu a mais precisava. - não conseguiria ficar longe dela, e nem de tentar não aceitar o perdão, e esquecer o passado.

- Eu...- comecei a falar, mas meu irmão tocou em meu ombro, seus olhos já tinham lágrimas escorrendo, arregalei os olhos, enchendo meus olhos de lágrimas soltas e sem rumo. - Não importa quando, mas você vai lá, e vai dizer o quanto a ama. - começou Joãozinho, olhando em meus olhos, enquanto olhava pra ela. - Não faz isso pelo nosso pai agora, e sim pela nossa mãe, que rezou todas as noites pra você encontrar uma garota como a Jessie. - soltou, e já chorava junto com ele.

Não esperava o meu irmão, não estar chorando porque o Vasco perdeu, nem porque a Carol foi sair com a Marcela, e sim por algo que nós dois sofremos juntos no passado, e nada pode me separar do meu irmão, e meu irmão nunca vai me separar de meu amor, como eu nunca separei o dele.

- Te amo meu irmão. - sussurei em seu ouvido, e logo ele acariciou minhas costas, e fui em direção a minha chinesa, que já não estava mais com sua mãe. - respirei fundo, correndo até aonde ela estava. - olhei em seus olhos.

- Cout-? - assustou quando segurei em sua mão, e olhei em seus olhos frios. - Podemos conversar? - ela chegou a pensar por um momento, e olhou para minha mão segurando a sua, e afirmou, levei ela atrás do salão dos Lope's, ficando encostado na parede.

- Olha, tenho muita coisa pra dizer, mas queria pedir perdão, eu fui um idiota com você e...- tentei terminar, mais seus dedos pararam em minha boca, olhei para seus lábios secos por um tempo. - Não precisa, eu que não deveria ter falado aquilo. - ela segurou em minha nuca, revezando os olhares entre minha boca e meus olhos.

Friends? - Jessie & CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora