Bixinho - Duda Beat

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— É mesmo? Mas vem cá, eu gostei de acordar com meu marido cantando fiquei quatro anos sem poder acordar do teu ladinho - Se aproximou o máximo que o cinto permitia, beijando o ombro do marido, migrou beijos para a nuca, inspirando o perfume que sentiu falta todo santo dia.

— Fofinho! - Apertou a bochecha do marido, sem tirar os olhos da estrada — Ih! Olha ali - Passavam por uma placa — Chegamos!

Eco Resort Bonito Promenade - Recepção

— Kevinho? Eu acho que o diploma das aulas que tive na cadeia foi furada, não entendi foi é nada dessa placa só que é bonito e que tem recepção.

— Vamos passar nossa lua de mel num eco resort maravilhoso sendo paparicados que nem duas prince...pes.

— Eco resorte?

— É, o eco vem de ecológico e resort é tipo um hotel que tem tudo você possa imaginar.

— Não aprendi isso nas aulinhas de inglês da prisão, não. Mas eles são debochados hein, chamando esse resorte aê de bonito, e se eu não achar bonito?

— Não, amor! - Riu diminuindo a velocidade para entrar com o carro no vallet da recepção — Bonito é a cidade, sabe? Dos rios, da flutuação no Rio Sucuri. Uma das cidades mais famosas do Mato Grosso do Sul.

Virje Maria! Flutuação no rio com sucuri? Acho que lembro de ouvir dessa cidade na aula de geografia.

— Bobo! Sempre tive vontade de conhecer, mas de Nova Primavera pra cá é muito longe quase 8 horas atravessando o Mato Grosso - Desligou o carro — Vamos, marido? - Sorriu.

Eles desceram, Kelvin apontou ao carregador quais as malas tirar da caminhonete e partiram para fazer o check in.

Receberam um envelope azul escuro com dois cartões para o quarto e subiram de elevador até o andar.

O que Kelvin não esperava era sair do elevador nos braços do ex-peão, como uma noiva.

Entraram agarradinhos no quarto.

— Que isso aqui? - Apontou para um carrinho com rodinhas que tinha duas espumantes no balde com gelo.

— Hmm espumante moscatel e rose - O outro se esticou para ver melhor.

— E qual meu marido vai querer? - Beijou os cabelos loiros e se afastou para servir as taças.

— Rose.

— Aqui está, senhor Santana - Riu, malicioso fazendo pose para entregar a taça.

— Obrigado, senhor Santana - Ergueu a taça para brindarem — A nós - Sugeriu.

— A nós - Ramiro tinha o sorriso bobo que derretia Kelvin da cabeça aos pés.

— Vem! - Puxou o maior para terminarem a bebida gelada na varanda observando o céu noturno.

As taças já se encontravam vazias no parapeito há algum tempo, mas os dois continuavam num chamego em pé na varanda curtindo a companhia um do outro, algo que lhes foi tirado por tanto tempo. Desfrutavam o silêncio da mata e a música que Kelvin conectou a um aparelho inteligente pelo celular, olhavam para o céu estrelado e cada um agradeceu à sua forma pela presença do outro em sua vida.

Ali sozinhos, sem se preocupar com o tempo que tinham juntos, sem guardas atrás da porta, sem barulhos estranhos no cômodo ao lado, e o melhor: longe daquela cama dura e barulhenta.

[Bixinho - Duda Beat on]

Ô bixinho

— Eu sou tão feliz com ocê - Beijo sua nuca, me abraça por trás para alcançar meus cabelos num carinho lento, aperto os braços em sua cintura.

KM - KELMIROOnde histórias criam vida. Descubra agora