Capítulo 16

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Eu descobri uma coisa muito interessante enquanto minha relação com Tatiane avançava: ela era péssima em esconder o que sentia

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Eu descobri uma coisa muito interessante enquanto minha relação com Tatiane avançava: ela era péssima em esconder o que sentia.

Ontem, depois de mais um dia ouvindo-a ler para mim, algo que havia se tornado um hábito entre nós dois, eu soltei sem querer que uma mulher tinha encontrado o meu perfil no aplicativo de encontros sexuais.

Juro que não foi de propósito, só queria rir da situação junto dela, pois pretendia contar que a mulher tinha idade para ser a minha mãe. E não que seja contra, até porque, a moça é livre para ficar com quem quiser, mas prefiro mulheres na minha faixa de idade.

No entanto, antes que eu tivesse tempo para me explicar, ou rir, a pequena borboleta me lançou um olhar atravessado e disse toda bravinha:

"Daqui há alguns dias voltamos a nos ver e já quer começar as especulações do nosso relacionamento colocando um chifre na minha cabeça? Eu não nasci para dividir, Pedro, que isso fique claro."

Foi errado? Pra caralho. Mas se eu não a tivesse achado sexy com aquela expressão diria que tem algo de muito estranho comigo.

E caramba... como ela ficou sexy com os olhos brilhando cheios de fúria, com aquele biquinho fofo na boca. Por pouco não jogo lenha na fogueira só para continuar a admirando.

Então, depois de quase ter causado uma catástrofe, tinho a missão de deixá-la bem e mais relaxada em minha companhia. Foi pensando nisso que adiantei a minha viajem para São Paulo com o único intuito de vê-la.

Foram as semanas mais longas que já experimentei, mas felizmente a minha namorada falsa tornava cada dia mais suportável.

Tirando o hábito de ouvi-la lendo, descobri que a pequena tinha uma coleção de adesivos, era formada em economia por pedido de seu pai, mas também fez moda e muitos cursos para lidar com a timidez em frente às câmeras.

Ela ama estrogonofe de frango, tem medo de aranha, é viciada em comprar livros, mesmo que não tinha lido todos os da sua estante. A pequena borboleta é fascinada por mocinhos literários, não dorme no escuro absoluto e luta diariamente com sua insegurança.

Três semanas é um período curto para se ter um avanço significativo, mas ela tem feito terapia e já tenho notado algumas melhoras em seu comportamento. Principalmente na maneira em se ver.

Além disso tudo, nos falamos o dia inteiro por mensagens, detalhando cada pequeno acontecimento. Continuo enviando o seu café da manhã, e ela sempre me manda as mais belas fotos sorrindo.

Tenho até um álbum em minha galeria destinado a ela, salvo como PB, porque escrever pequena borboleta ficaria muito grande. E é para lá que sempre vou quando preciso relaxar.

Digamos que algumas coisas não têm corrido tão bem assim.

Mamãe tem ficado bastante de repouso, é horrível não poder mudar o seu estado. O que me alivia de certa forma, é ver como está feliz, fazendo o enxoval do meu filho e atormentando a mim e a pequena com suas expectativas.

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