A Grifinória era famosa por seu grande mercado à beira-mar, comumente conhecido como "Mercado do Ouro", embora seus lojistas não fossem exatamente ricos. Chamavam-lhe assim por causa das enormes redes de pesca que pendiam do cais, todas enfeitadas nas bordas com placas de ouro, semelhantes a moedas pesadas, que brilhavam, tilintavam ao vento e contrastavam com os tecidos escarlates dos entrepostos comerciais.
— "Esse vale dois galeões."
Draco olhou para cima e lançou um olhar de soslaio para a mulher, mantendo a cabeça baixa.
Ela era uma menina jovem, com cabelos pretos encaracolados. Ela tinha um lenço turquesa amarrado no cabelo, que combinava com seus olhos azuis.
Ele olhou de volta para suas mãos. Ele acariciou o pingente na mesa com cuidado. Era uma pequena flor de narciso feita de porcelana e provavelmente pintada à mão. Havia dezenas de outros pingentes expostos na mesa, a maioria deles expostos sobre a mesa, a maioria deles com flores, mas aquele em especial fez com que um sentimento de profunda saudade se ancorasse em seu peito.
— "É muito bonito" – ele comentou quase em um sussurro.
Foi uma pena que ele não tivesse dinheiro para comprá-lo. Ele fez um gesto de se virar para continuar andando pelo mercado, quando a voz de uma garota na barraca ao lado chamou sua atenção.
— "Mãe, você pode me contar a história de novo?"
— "Você já sabe de cor", objetou a mulher que acompanhava a menor. — "Também é uma história muito triste."
— "Mas eu gosto."
Ele a viu suspirar, olhando para a garota
"As grandes línguas dizem que houve um homem, mesquinho e ganancioso, que se apaixonou por uma princesa. Diz-se que ela era filha da Lua, porque seus cabelos eram brancos, sua pele pálida e seus olhos pareciam o céu cheio de nuvens de tempestade. Ele se apaixonou perdidamente por ela e a convenceu a se casar com ele. Mas, aparentemente, sua ganância era maior que seu amor, e quando percebeu que ela possuía grandes fortunas, jogou-a ao mar, sabendo que ela não sabia nadar, e fugiu com toda a fortuna num pequeno veleiro. A Lua ficou furiosa, encheu o céu de faíscas e agitou o mar a tal ponto que a terra não podia ser vista. O veleiro do homem virou, e dizem que ele viu sua amada antes de morrer, que ela jurou diante do céu e da terra que cada filho ou filha da Lua faria com que pessoas egoístas como ele, que só buscavam riqueza, pagassem" – disse a mulher. – "Por isso você não deve ser gananciosa, querida."
Draco achou que era uma maneira bastante gentil de contar a história. Foi triste, mas dificilmente próximo da realidade.
Ele sabia que a realidade era que um homem tinha ficado obcecado por uma mulher, que a tinha forçado a estar com ele e que, quando ela quis fugir, ele a assassinou e atirou-a ao mar. Quando as más línguas começaram a falar, o homem explicou que foi sua esposa quem se suicidou, que quando o sangue dela se misturou com a água do oceano, transformou-se em centenas de moedas de ouro.
Que ela se sacrificou por ele, pelo seu amor, para que ele pudesse viver fora da pobreza. Ninguém acreditou nele na época, mas alguns meses depois o homem apareceu enforcado e com riquezas que ninguém sabia de onde tinham surgido.
A lenda se espalhou como poeira. De boca em boca, a história começou a ser distorcida. Alguns diziam que o homem matou sua amada para obter a vida eterna, para recuperar alguém que havia morrido, ou mesmo para obter poderes fantasiosos. As únicas coisas que coincidiam em todas as lendas era que se tratava de uma descrição física da mulher, e do seu nome: Áurea.
Em breve, as pessoas crédulas que ela vivia cheia de dificuldades, se perguntavam se essa não seria a solução para seus problemas. As pessoas começaram a caçar os chamados áureos no desespero por uma vida melhor há muito esperada.
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Áureo
Fantasy"Mãe, você pode me contar a história de novo?" - "Você já sabe de cor" - objetou a mulher que acompanhava a menor. - "Também é uma história muito triste." - "Mas eu gosto." Ele a viu suspirar, olhando para a garota - "As grandes línguas dizem que h...