Revisado por: Aya_timm
‧₊˚ ⋅ 𓐐𓎩 ‧₊˚ ⋅
Lúcifer havia planejado suas férias por um bom tempo.
Havia construído sua identidade humana: Lucius Morningstar; 27 anos; estudante de pedagogia. Era tudo que precisava para definir a si. Havia comprado uma casa e conseguido um emprego.
Lúcifer preparava um cappuccino com bastante chocolate para que tomasse enquanto estudava. O rádio estava ligado em uma estação que via-se acostumado a escutar.
"Hoje, um novo planeta foi identificado em nosso sistema solar." Dizia a voz masculina no rádio. "Clyde Tombaugh nomeou o planeta como 'Plutão', em homenagem à mitologia romana. Plutão é o planeta mais afastado do sistema. Quem se interessou sobre e quer mais detalhes sobre a notícia, acompanhe a matéria de amanhã que será publicada pelo jornal New York Times."
- Humanos são de fato muito estranhos... - Lúcifer murmura. - Não conhecem nem o que habita os mares e oceanos, mas olham sempre para cima em busca de novos mundos...
"Essas foram pequenas palhinhas das notícias de amanhã. Bom, agora são oito horas e vinte minutos... Eu gostaria de falar sobre algo que aconteceu não faz muito tempo." Seu tom fica sério enquanto Lúcifer organizava seus livros. "Vocês sabem que todas as pessoas da rádio lutam diariamente por igualdade. Contudo, perdemos um aliado hoje. É com muito pesar que tenho que me despedir de um colega muito importante para a história da rádio e para mim."
Lúcifer se ajeitou na cadeira e pegou seu café, mas não abriu livro algum. Ele queria escutar ao comunicado.
"Um homem negro, morto pelos discursos nazistas de Charles Coughlin. O "Senhor" Coughlin diz-se padre, porém seus ideais e filosofias atentam violentamente contra a vida de outras pessoas. Este homem usa de seu alcance para contaminar pessoas para sujarem as mãos por ele. Pois saiba, 'padre', que no fim, iremos para o mesmo lugar e você terá o 'sete-peles' arrancando sua carne."
- Odeio esse apelido. - Lúcifer reclama, dando um gole em seu café.
Um suspiro pôde ser ouvido em meio à estática da transmissão. Era visível que o locutor estava tentando se conter. "Me chamo Alastor Hartfelt. Fiquem agora com 'So Lonesome', de Ramblin' Thomas." Ele, por fim, desvia do assunto.
- Charles Coughlin... - Lúcifer diz enquanto anotava o nome em um papel. - Farei da forma que deseja, senhor Hartfelt... Arrancarei a carne deste mal sagrado...
O rei suspira, abrindo, finalmente, os livros para começar seus estudos diários. Faltava pouco para a conclusão de sua graduação. Ele logo se tornaria um professor - profissão de honra social.
‧₊˚ ⋅ 𓐐𓎩 ‧₊˚ ⋅
Nascido em 25 de outubro de 1891, o padre Charles Edward Coughlin iniciou carreira no rádio em 1930. Historicamente, seu programa foi o primeiro com a audiência mais fiel. Ele usou seu alcance para prestar apoio às propagandas antissemitas e às políticas nazistas. Após 1932, ele criou sua revista, Social Justice, onde fazia ataques ao comunismo e a outras revistas de peso. A revista foi banida em 1942. No mesmo ano, a hierarquia católica ordenou que Charles encerrasse as transmissões de rádio.
Charles Coughlin faleceu em 1979, aos 88 anos.
Informações disponíveis em: https://www.britannica.com/biography/Charles-E-Coughlin.
VOCÊ ESTÁ LENDO
☕️ Coffee & Blues🎙 !¡Radioapple¡!
FanfictionLúcifer precisava de férias. Tudo que ele pensou era que poderia ter seu descanso no mundo humano, então assim o faz. O rei do inferno constrói uma vida humana e uma falsa identidade para, no fim, acabar desejando ficar permanentemente por causa de...