O começo do fim.

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Duhka localizada ao noroeste de Atlanta, sempre foi um lugar calmo e alegre.
O lugar onde todos que chegavam queriam ficar um pouco mais, com um clima agradável e não mais que 3 mil habitantes. Era nessa cidade interiorana que Sofia e Mirela moravam com sua avó, onde também a vida estava prestes a mudar, sem aviso prévio.

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As 6:10 da manhã, Sofia batia repetidas vezes na porta do quarto de Mirela esperando que a irmã acordasse.

── Vou comprar cinquenta despertadores para você Mirela, levanta logo, não vou me atrasar por sua causa, anda!

── Ah, mas que saco Sofia, eu já tô indo.

Mirela murmura em resposta enquanto se arrasta para fora da cama respirando fundo, odiava acordar cedo. Sofia se afastou da porta ao perceber que graças aos deuses, Mirela tinha finalmente se levantado, diferente da irmã, ela já estava de pé desde as 5:30 impecavelmente arrumada, cabelo preso, maquiagem bem feita. Sofia desceu para o andar debaixo e seguiu até a cozinha começando a preparar o café para as duas.
Elas moravam com a avó, Anne, mãe de seu pai. O pai delas sofrera um acidente anos atrás e morrera. A mãe morreu no parto de Sofia. Desde então, Anne cuidava delas com todo amor e carinho que podia. Ambas agora já estavam crescidas, Sofia com seus dezessete anos e Mirela com dezenove.
Mirela tinha olhos castanhos como sua mãe, e cabelos castanho escuro. Sofia por outro lado, puxou seu pai, tendo os olhos claros assim como seus cabelos loiro reluzentes.

Poucos minutos depois Mirela entrava na cozinha já pronta para seu serviço.

── Achei que iríamos comer na cafeteria hoje.

Iniciou a conversa sentando-se próximo a mesa.

── É, mas, eu quis preparar o café hoje, toma, tá uma delícia. Outro dia a gente toma lá, tá bom? - Sofia ditou em resposta, colocando uma xícara de café em frente a Mirela, sabia que sua irmã era irritada, mas ela sempre conseguia lidar com isso da melhor maneira.

Às seis e quarenta e cinco, elas saíram de casa, pegando a rua em direção à escola. Depois de deixar Sofia lá, Mirela seguiu para a cafeteria que era o lugar onde trabalhava. Suspirou fundo antes de adentrar o local. Tinha planos ótimos para aquele dia, iria pegar Sofia na escola mais tarde e encontrar seus melhores amigos Kárryr, Celiny e Lúcia.
Nada poderia estragar.
Era seu dia de folga, então depois de comprar algumas rosquinhas, voltou para casa. 

- VOVÓ!! CHEGUEI! - ela grita ao chegar perto da escada.

- MIRELA! VENHA CÁ! RÁPIDO! - Assim que ouve o grito de sua vó, a garota corre desesperada para a sala de estar.
Ao chegar, vê sua vó com uma cara de assustada com o controle na mão e sentada no sofá.

- O que foi vovó? - ela pergunta um pouco eufórica. Então ela olha para a televisão. Era o noticiário da manhã, mas com uma notícia muito diferente do que costumava passar.

🗞️──  Estamos enfrentando uma situação delicada. Um vírus contagioso do qual não sabemos a fonte ou imensidão, está se espalhando rapidamente. Tudo que sabemos é que as pessoas contagiadas estão mudando completamente, se tornando agressivas e incontroláveis.
Pedimos a vocês que fiquem em suas casas, tranquei bem suas portas e cerrem as janelas. Se protejam com o que tiverem, caso seja necessário. É importante para nosso bem estar que todos cooperem, e logo a situação será apaziguada. —— 📰

Um bip, e a imagem da jornalista sumiu. As televisões e rádios perderam a comunicação.
A população estava amedrontada, e como a jornalista disse, a maioria entrou em sua casa, trancou as portas e fechou as janelas. Outros rezaram pra que tudo ficasse bem enquanto outros ainda, desesperados, procuravam fugir daquele caos o mais rápido possível.
De repente, havia helicópteros e carros de polícia, muitos tiros foram ouvidos, o que assustou Mirela, ninguém entendia o que estava acontecendo. Ainda.

— Aconteceu de novo curnicha..

— O que vovó? Co..como.. assim vó? O que aconteceu de novo? - Ela pergunta se aproximando e sentando-se no sofá.

—  O filho da bruxa retornou para acabar com a paz de toda a humanidade, só por um pouco mais de vida. Meus amigos e eu, conseguimos prende-lo e acabar com.. está praga, a 60 anos, eu estava esperando por isso.. - vovó Anne suspira dando uma pausa na fala, a tristeza e dor era nítido em seu olhar cabisbaixo.
Mirela balança a cabeça sem entender, com os olhos lacrimejando, seu coração batia forte.

A TV entra novamente no ar.:

── Caos! É o que define nossa atual situação, o caos se espalhou por todos os lugares, as pessoas estão desesperadas! Esse.. vírus, ou o que quer que tenha causado essa situação, está aumentando cada vez mais! É perigoso, contagioso, faltam palavras para definir tamanha... AAARRH!!! —–

O grito estridente assustou a todos que assistiam o noticiário, juntamente com as imagens fortes. O sangue acertou a câmera pouco antes que esta caísse no chão, revelando uma cena de horrores.
As pessoas estavam sendo atacadas e devoradas.
Tinha gritos, choro, luta e grunhidos.
Teria o mundo sido infectado por uma doença que torna os seres humanos em canibais?
A transmissão foi cortada, e todos estavam em choque.

— Como fizeram isso? A senhora e seus amigos... Talvez eu e meus amigos possamos ajudar dessa vez, dar um jeito de acabar com isso, não vamos ter que nós preocupar mais, e...- Mirela é interrompida por sua avó.

- Oh, Querida! Também pensamos que poderíamos, e isso nos custou muito caro. - Anne diz e se levanta, andando em direção a porta do porão, onde ninguém descia. Somente a Sofia quando queria fugir do serviço.
— Nós descobrimos onde a maldição estava, fomos a cabana da bruxa, queimamos ela, Haruel ficou fraco, então foi fácil aprisioná-lo no porão da cabana.
A casa desabou pouco depois. Achamos que tinha terminado.

Enquanto queimava na fogueira, ela nos disse que um dia, Haruel voltaria e se vingaria de nossos descendentes, e que ela o ajudaria. Meus amigos riram. Eu disse que não deixaria que eles tivessem esse gosto. Acontece que, antes de morrer ela disse algumas palavras de magia. Quando meus amigos e eu fomos embora, a ponte que tinhamos que atravessar caiu, o rio embaixo era cheio de pedras e a correnteza era muito forte. Eu atravessei primeiro, sendo a única a conseguir chegar deste lado do rio.

O rosto de Mirela estava coberto por pranto.

— Eu..sinto muito vovó!

— Não sinta, não foi culpa sua! - Anne diz e abre a porta do porão indo para baixo.

— Sofia!

Em um piscar de olhos, Mirela se levanta e vai para o seu quarto, ela pega sua pistola que ganhou de sua avó no seu aniversário e sai correndo para fora de casa, até a entrada da garagem. Na sua rua, até então, tudo estava tranquilo.
Mirela entra no carro e liga, dirigindo o mais rápido possível, passando por cima de todos os monstros que apareciam na frente. Nada, ninguém e nem mesmo nenhuma criatura horrenda iria impedi-la de ir até sua irmã.
Quando mais ela passava por aquelas coisas, mais ela se dava conta que não eram humanas, não, eram monstros, e se os monstros estavam matando as pessoas, então as pessoas também deviam matar eles.

Assim que chegou na rua da escola, ela observou a movimentação por ali, não estava cheia, mas tinha uns monstros ali, e com certeza iriam chegar mais.
Mirela deixa o carro no estacionamento, e sai cuidadosamente para não chamar atenção. Ela vai para perto do muro, de dentro da escola, podia ouvir os gritos de desespero dos alunos, alguns até choravam com muito medo, outros eram devorados por aquelas coisas horrendas bem na frente de seus olhos. Seu coração batia acelerado, Mirela piscou os olhos algumas vezes contendo as lágrimas. tinha que ser discreta mesmo que quisesse apenas gritar por Sofia.

— Por favor Sofia, esteja bem, por favor...

Mirela abaixa a cabeça chorando, quando se assusta com uma mão em seu ombro e levanta em pulo com a pistola em mãos.

— Ei, ei! Calma ai, coisinha, eu não vou te devorar..

A garota diz com uma risada irônica, o que deixa Mirela sem entender. Como ela podia zombar de uma situação assim?

— E quem é você?

— Isadora, o prazer é todo seu. E você é?

— Meu nome é Mirela, eu vim buscar a minha irmã.. você tem alguém aqui?

— Não, sou eu e eu. Mas eu vou te ajudar.

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⏰ Última atualização: Apr 02 ⏰

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