Recomeços - Confiança

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Recomeçar – 01

Confiança: crença na probidade moral, na sinceridade,

lealdade, competência, discrição etc. de outrem; crédito, fé.

Serranias

Um temporal caiu sobre aquela cidade, parecia que o mundo iria acabar. Cada trovoada era um susto nos habitantes daquela cidade que a muito tempo não presenciava algo tão forte assim .

Pérola observava a chuva através de sua janela. Seus pensamentos e lágrimas se misturavam com os pingos na janela com os trovões . Ela se encontrava tão imersa em seus pensamentos que não escutou as batidas em sua porta. Quando se deu conta, já tinha alguém ao seu lado, observando a chuva através de sua janela.

– Clara! – me virei tomando um susto com a presença daquela pequena criatura ao meu lado – Querida, não te vi ai – falei, passando a mão em meu rosto, queria disfarçar as minhas lágrimas.

- Vovó Pérola, porque você está chorando ? – ajudei a limpar seu rosto – a senhora também tem medo da chuva ? – perguntei curiosa.

- Não – sorri com a sua inocência – Só estava pensando na vida – respondi me sentando na poltrona – vem cá – a chamei – Você não tem medo da chuva ? – perguntei enquanto a arrumava em meu colo.

- Não Vovó Pérola, eu não tenho medo – respondi me ajeitando eu seu colo – a mamãe tem – contei rindo.

- Sim, sua mãe sempre teve medo da chuva – concordei – sua tia Nina também – contei.

- O vovô também tem ? – perguntei curiosa.

- Não, eu não tenho medo de chuva , Clarinha – respondi entrando no quarto.

Pérola o olhava surpresa, não sabia que ele estava ali ouvindo a conversa delas . a simples presença de Max, me deixava nervosa , nunca sei como agir com a sua presença  e seu olhar julgador

- Desculpa, me menti na conversa de vocês – pedi as olhando – Mas Clarinha , sua mãe está te chamando para jantar – avisei – Pérola, você vai descer para o jantar? – perguntei.

- Vou! – respondi tirando a Clara de meu colo – Vai lavar as mãos, já te encontramos na mesa – pedi

- Vamos, eu desço com você – me ofereci lhe dando a mão.

Os observei descerem juntos. Foi inevitável não suspirar com a cena . O Max é um avô maravilhoso, Clarinha é apaixonada nele. aliás, em quesito de avós, ela está bem servida. Dei um sorriso, mas logo me assustei com um trovão e a luz que simplesmente acabou.

- A vovó ficou lá em cima sozinha – Clara falou preocupada ao ver a casa toda no escuro.

- Fica tranquila Clarinha, eu vou levar essa vela até a dona Pérola – a tranquilizei, enquanto colocava algumas velas na mesa.

- Deixa Inácia, eu busco a Pérola – falei me levantando.

- Não precisa Max – falei me aproximando da mesa – eu conheço essa casa como a palma da minha mão – falei me sentando.

- Mas tia Pérola, você poderia ter caído , é perigoso.

- Fique tranquila Eva, eu sei me cuidar – respondi olhando para Max.

O jantar estava amargo, na verdade a minha boca ou a minha vida num geral está amarga, sem sentido. Eu estava cansada daquele teatro, cansada da indiferença do Max, de ter que fingir que estou bem. Eu estou cansada de tudo . Não demorou muito naquele jantar e logo me recolhi ao meu quarto . Eu tinha uma decisão que tomar é o silêncio, é o melhor conselheiro.

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⏰ Última atualização: Mar 31 ⏰

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