Recebi uma proposta muito boa. Participar do Big Brother Brasil. O que não era ruim pra mim pois eu sempre fui de acompanhar o programa e gostava muito da dinâmica.
Conversei com meu empresário e ele disse que seria ótimo pra minha carreira, principalmente pra trazer mais visibilidade. Eu quase aceitei, porém, eu teria que saber a opinião do Diogo.
— Amor, preciso de uma opinião sua. - digo enquanto como uma tangerina e me sento no sofá, ele se aproxima.
— Pode falar. - ele diz sentando ao meu lado no sofá.
— Recebi uma proposta pra participar do BBB desse ano. - ele me encara surpreso.
— o BBB? - ele repete o nome do programa, refletindo e rindo de nervoso.
— Você acha que tem algum risco? - pergunto ainda comendo a tangerina e pensando comigo mesma se realmente haveria algum risco de entrar pro programa.
— Risco? - ele ri — Risco de que? De se apaixonar por alguém lá? - ele conclui e eu solto uma gargalhada.
Não seria possível eu entrar em um programa desse e sair apaixonada. Amo meu marido e amo estar com ele.
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Sim, eu aceitei entrar pro Big Brother Brasil. O que parecia um erro, até então, mas não custa nada tentar algo novo. Até porque, coisas novas podem nos trazer coisas boas, não é?
Entro na grande mansão, carregando minha mala e umas bolsas que estavam um pouco pesadas do que o habitual. Com muito esforço, consegui chegar até a varanda da casa e subir as escadinhas que dava até a entrada.
— Oi? Parece estar pesado aí, quer ajuda? - ouço uma voz feminina atrás de mim e paro para poder me virar.
Quando me viro, dou de cara com uma mulher de cabelos escuros e ondulados. Ela usava um conjunto de roupa bem casual; uma regata branca e uma calça social cinza dobrada nos tornozelos com um mocassim preto nos pés. Seus pulsos carregavam poucos acessórios, um relógio prata no pulso direito, diferente de suas mãos cheias de anéis prata. Seu pescoço carregava um colar simples de coração com uma jóia esmeralda e em suas orelhas, umas argolas pequenas também prata.
Ela sorria gentilmente enquanto eu admirava a sua beleza.
— Está tudo bem? - Ela pergunta enquanto parecia rir da minha reação. Pisco algumas vezes e balanço a cabeça que sim.
— O que havia me perguntado mesmo? Perdão, eu acabei não ouvindo. - digo sorrindo sem graça enquanto a mulher a minha frente da uma gargalhada baixa parecendo se divertir com a situação.
— Perguntei se quer ajuda com as bolsas. Parecem estar pesadas. - ela diz estendendo as mãos e eu agradeço fazendo a mesma sorrir com os dentes, me deixando perdida novamente.
— Paolla Oliveira, não é? - ela diz enquanto andamos até a porta principal da casa.
— Sim, e você é...? - pergunto.
Paramos em frente a porta da casa e ela se vira pra mim, novamente, com aquele sorriso intrigante e encantador.
— S/n Negrini. Muito prazer. - ela diz e eu reconheço o sobrenome. sorrio.
— Filha da Alessandra? - pergunto e ela concorda com um murmúrio de lábios.
Entramos na casa e S/N, que havia chegado a um tempo antes de mim, me apresentava cada canto da casa.
— E aqui é o quarto. Quer um conselho? eu pegaria uma das camas perto daquela parede e longe da porta. - ela aponta para a parede no final do cômodo.
— Qual você escolheu? - pergunto inocentemente.
— Porque? Mal me conheceu e já quer dormir pertinho de mim? - ela gargalha e vai em direção a cama e se senta. — Vou ficar com essa. Eu prezo muito pela privacidade, e essa cama é a mais afastada. - ela diz batendo a palma da mão em cima do colchão indicando pra que eu me sentasse ali.
— Não se gabe tanto, aposto que vai agradecer por eu dormir tão pertinho de você. - digo semicerrando os olhos e acidentalmente me aproximo intercalando o olhar entre os olhos e a boca tão convidativa dela.
Quando percebo o que estou fazendo, volto a realidade e me afasto rapidamente. Vejo que a garota sorri me encarando, parecendo gostar do que acabou de presenciar.
— Vou agradecer mesmo. - ela diz e pisca me deixando sem graça.
Me levanto e vou até a cama do outro lado, colocando minha mala em cima para poder organizar minhas coisas enquanto sinto o olhar da garota atrás de mim. Meu corpo queimava, minha mente oscilava entre as imaginações com a garota que acabei de conhecer e a discussão que tive com Diogo antes de vir pra cá.
Pelo visto, esse programa vai render muitas coisas.
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