Um intelectual é um homem que diz uma coisa simples de uma maneira difícil; um artista é um homem que diz uma coisa difícil de uma maneira simples. - Charles Bukowski
* Os mesmos seis anos depois *
Point of view Mon
"A vida é isso aí, minha gente!
A vida é o segundo que acabou de passar.
O tempo está sempre correndo, a terra sempre girando, e nós?
Nós estamos morrendo!
Não sabemos o que nos espera amanhã,
não fazemos ideia do pode acontecer;
daqui a 15 segundos tudo pode estar acabado.
Já pararam para pensar nisso?
A única coisa que temos a nosso favor
é a doce esperança de que o sol venha mais uma vez,
e que possamos respirar tranquilos por mais um dia.
Se deu sorte de ter mais um dia,
aproveite-o como se fosse o último,
porquê se parar para pensar, é.
Não existe máquina do tempo, o agora já não existe mais.
Nós não somos nada mais, nada menos,
que fugitivos de uma eternidade que tem prazo de validade".Allyson Park, minha chefa, presidente do The New York Times, jornal onde eu trabalhava, lia atentamente minha pequena e humilde crônica, que abordava uma temática um tanto dramática. Seu sorriso orgulhoso se ampliava a cada linha lida, seus olhos castanho-escuro estavam brilhantes, ela parecia estar gostando do que estava lendo e sua aprovação seria o início de um novo rumo para mim.
Após ter completado meu segundo ano trabalhando no Jornal, estava me aventurando a conseguir subir de cargo. Queria ser colunista e daria tudo para conseguir.
- Do balcão de um bar, para o The New York Times. - Ela soltou aquilo de repente, me deixando confusa. - Esse deveria ser o nome da sua biografia, caso resolva escrever uma. - Acrescentou, ao notar que eu a fitava com interrogações pairando sobre a cabeça e riu.
Eu estava sentada diante sua mesa; balançando minhas pernas freneticamente, meu coração parecia uma escola de samba em pleno desfile. A espera daquele veredito estava me levando à loucura.
- Você me surpreende mais a cada dia! - Allyson pousou a folha da resenha sobre sua mesa e ajeitou seus óculos de leitura no rosto. - Você tem um potencial e tanto, Mon. É volúvel, se adapta a qualquer tema e ainda inventa uma forma completamente sua de colocá-lo no papel. Isso é raro! - Ela sorriu para mim. - O cargo é seu!
- AH, MEU DEUS! - Me permiti gritar, colocando as mãos no rosto, tendo uma leve crise de histeria. Meu coração palpitava alegre e aliviado. Eu havia conseguido! - Muito obrigada, chefinha! Você não vai se arrepender. - Agradeci eufórica, quase pulando de alegria.
- Eu sei que não. - Concordou convicta. - A propósito: Seu primeiro trabalho é daqui a duas horas. Irá entrevistar uma escritora local e fará uma coluna inteira sobre ela.
- Qual escritora? - Perguntei. Mentalmente eu já estava pensando no que iria escrever, nas palavras que iria usar, no título.
- Uma tal de... - Allyson abriu sua agenda e deslizou a unha enorme e vermelha de seu indicador pela página até achar algo e parar o movimento. - Sarocha. - Recitou o nome que aparentemente estava escrito lá.
- Não conheço... - Franzi o nariz. Era estranho eu não a conhecer, sendo ela uma escritora local. Eu lia muito, conhecia praticamente todos os escritores Nova Yorkinos, menos ela.
- Conheço seus escritos, mas nunca vi seu rosto. Ela raramente aparece. - Comentou. - Mas aprece-se, marquei com a empresária dela e pelo que ouvi, essa tal Sarocha é corretíssima com horários. E um pouco excêntrica.
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The Last Coffee (Em revisão)
RomansEla era uma escritora no auge de seu fracasso, não vendia mais livros, nem escrevia mais poemas, ainda não havia aprendido o quão bela era a poesia de um coração em desordem. Enquanto isso, do outro lado de um balcão, esperando-a com mais um café qu...