Sentada, eu me perco nos meus pensamentos. Qual será a sensação de estar completamente sozinha?
Pousando, um Beija-flor encosta na madeira do banco em que eu estava sentada.
- Oi, Amiguinho.. - digo enquanto esfrego a pontinha do dedo na cabeça dele. - Você acha que ele vai ficar bem? Acha que.. Ele se importou sobre nós em algum momento? - eu o questiono.
- Bom, se ele se importa, eu não sei. Mas tenho certeza que ele está acordado. E tenho certeza que quer te ver. - disse Sara, se encostando na porta da varanda da sua casa.
Eu rapidamente me levanto.
- Sara? Ele está bem? - questiono.
- Talvez emocionalmente, já fisicamente, eu acho que não. -
Ela diz, abrindo a porta do quarto em que Vitor estava. - Vai ver ele.
- Queren? - Ele diz, ao perceber minha presença ali. Ao abrir seus olhos, ele observa todo o quarto, até me encontrar sentada ao lado da cama.
- Porque tá com essa cara? - ele me pergunta.
- Vit... - eu digo, tentando continuar, mas acabo soltando o choro.
- Eu me importo com você, porra! -
Ele apenas me encara por alguns segundos, com a boca semiaberta, ele respira fundo. - Eu quebrei a perna, viu? - ele diz, ignorando totalmente oque eu disse. - Não chora, eu tô vivo ainda, é o que importa. - Fala enquanto acaricia meu cabelo.
Com a cabeça encostada em seu peito, eu levanto o rosto com lágrimas.
- Do que adianta estar vivo, se você não parece estar? - eu disse.
Ele desvia o seu olhar de mim, o direcionando para sua perna engessada. - Eu juro, eu tô bem, mas eu quero saber de você, Cê tá bem? - nesse momento, eu hesitei em responder, eu não sabia ao certo oque dizer.
- Vitor, eu sempre estou bem, você sabe disso, me sinto melhor ainda só de pensar que eu..
Ele me olha com a mínima expressão possível, esperando com que eu prossiga.
[...] Enquanto eu falava, ele apenas me encarava, com aquela cara de idiota.
