Depois de uma tarde verdadeiramente quente, Ben voltou para a casa dele e eu fui para o meu quarto, me joguei na cama e desejei muito que meu cérebro se conecta-se com o do Cristian. Quem sabe assim não nos resolveríamos, apesar de eu estar muito chateado com ele pela frase horrível que ele me dissera.
Afinal como é que aquele boato de que eu e Edward estávamos namorando se espalhou pela escola? Será que Mirella teria sido tão ingrata e infantil a esse ponto? Essa era a pergunta que eu me fazia. Porém minha cabeça fervia, fervia como uma panela de água quente e borbulhante. Instantes depois ouvi um barulho na maçaneta, me ergui da cama para ver melhor e então João entra pela porta com uma cara bem confusa;
--Espurr, o que faz aqui essa hora? Não devia estar na escola?
--Eu não me senti muito bem e vim pra casa João.
--Aconteceu algo?
Ele mudou sua expressão para uma bem preocupada, se aproximou e se sentou de frente pra mim na cama;
--Algum aceleramento no coração?
--Não, eu estou bem quanto a isso, só minha cabeça que dói demais.
--Vou buscar um remédio pra você, espera só um instante.
Em uma velocidade impressionante, ele voltou com uma cartela bem cheia de remédios e tirou um, colocou na minha mão e me deu um copo de água. Uma coisa era bem óbvia, João se preocupava comigo e cuidava de mim como um verdadeiro irmão mais velho, me fazendo desbloquear memórias não tão agradáveis;
--Algo está te perturbando?
--Para falar a verdade... Sim João, a tempos não tenho o que chamamos de paz.
--Porque? O que está tirando sua tranquilidade?
--Cristian, Edward, Lótus, Doutor P... Todos eles.
--Você está me confundindo todo Espurr, todos eles são um problema?
--Não é bem isso. É que o Cris, ele não confia em mim, e ainda por cima disse uma coisa que me magoou profundamente.
--O que ele disse?
--Uma frase que eu estou lutando pra tentar esquecer. E ainda por cima Edward.
--O que ele te fez?
--Não foi ele, ele apenas está envolvido. Estão espalhando pela escola que ele e eu estamos namorando.
--Como?
--Pra você ver.
--Espurr, se quiser eu posso ver uma enfermeira para cuidar do Edward lá na casa dele.
--Não João, até o pai dele voltar eu não quero que ele fique sozinho... Sem contar que ele não tava sabendo de nada também. Ainda por cima, Lótus e Dylan com essa loucura deles.
--O que há com eles?
--Lótus não tem certeza dos sentimentos dele pelo Dylan, tem quase certeza que não é amor o que ele sente... Isso tá matando ele e está me agonizando junto, pois eu sei que no final um dos dois vai acabar magoado.
--Não se pode resolver tudo Espurr, tem coisas na vida que não conseguimos evitar, e as vezes são as mais dolorosas.
--Concordo. E para fechar com chave de ouro, Doutor P. Livre e causando inúmeras dores de cabeça ao Gael em Cajamar.
--Precisamos agir logo quanto a esse assunto, antes que esse tal doutor coloque as patas nas partes de La Estrella.
--Que bom que tocou no assunto, Gael me ligou hoje cedo e disse que uma das partes estará aqui na cidade semana que vem.
--Como assim?
--Uma das partes foi escondida em uma obra histórica, e essa obra estará aqui semana que vem. O G quer que eu a pegue de qualquer jeito.
--Eu posso te ajudar com isso, se você quiser claro.
--Vou amar, assim evito me estressar com ele ainda mais.
--Porque? Vocês brigaram?
--Não, mas ele estava estranho hoje, não sei porque mais estava.
--Vai ver era só muito trabalho, você disse que ele é o dono das indústrias MontCorp né?
--Sim, mesmo ainda não tendo idade, ele ajuda seu assessor a comandar tudo.
--Pois então, pode ser que seja isso.
--Quem sabe.
Ele pegou mais um copo d’água, me fazendo ficar meio paralisado, de alguma forma aquilo me trouxe lembranças do meu irmão... Jasper;
--Aconteceu mais alguma coisa?
--Não, porque?
--Seu rosto de repente ficou inexpressivo, como se estivesse em um vazio.
--Foi só uma lembrança.
--De que?
--Meu irmão... Quando você me estendeu o copo de água em sinal de preocupação me fez lembrar dele.
--Irmão? Espera, sua mãe tem outro filho?
--Não. (risada)—Meu pai teve um filho antes de mim.
--Sério? Qual o nome dele?
--Jasper.
--Nome raro, vocês se veem muito?
--Não, faz mais de dez anos que não o vejo.
--Nossa, é muito tempo.
--Sim, ele já é um homem agora, com seus 21 anos.
--Ele não é tão mais velho que você então né. (risada)
--Não, mas sempre me tratava como se fosse um segundo pai, se preocupava comigo e cuidava de mim... Por isso você me lembrou ele, pois você age da mesma maneira comigo.
--Ah, mas eu te considero como um irmão, afinal eu não tive família além do meu avô. Perdi meu pai muito jovem e minha mãe morreu de gripe espanhola.
--Você nunca havia dito que sua mãe tinha morrido assim João.
--Infelizmente foi, a minha mãe nasceu na Espanha e lá mesmo ela partiu.
--Sinto muito, deve ter sido muito difícil pra você.
--Quando eu soube da causa da morte dela sim, me doeu muito. Porém eu era novo, tinha por volta dos meus 2 anos quando ela se foi.
--Não fica lembrando disso, agora você tem a mim que sou como seu irmãozinho mais novo e meu pai que é como um pai pra você também.
--Claro, a presença de vocês melhoram muito meu humor... Para falar a verdade Espurr, minha vida melhorou muito desde que eu te conheci.
--A minha também, não sei o que eu faria se você não tivesse aparecido João, para ser sincero, acho que nós dois nos completamos como verdadeiros irmãos.
--Concordo plenamente. (risada)
Um silêncio tranquilo de pôs ao ambiente por uns segundos, mas eu podia ver na cara dele como eu realmente melhorava o dia dele da mesma maneira que ele melhorava o meu;
--Escuta Espurr, suas férias já estão perto?
--Já, daqui a duas semanas se não me engano.
--Maravilha, já podemos marcar nossa viajem pra casa da sua avó então.
--Nossa sim, eu já ia me esquecendo, claro, vai ser ótimo para espairecer os ares e resolver esse problema do Doutor P o quanto antes.
--Exatamente, vou ir vendo os detalhes essa semana.
--Tudo bem, você vai amar o aras, é um lugar ótimo.
--Tenho certeza que vou gostar. Agora deite e descanse, assim a dor vai passar mais rápido.
--Obrigado.
--Família é pra isso.
Ele saiu sorridente porta a fora. Tentei dormir, demorou, mas eu consegui. No entanto desejei não ter sonhado o que sonhei.
Eu estava em um penhasco, de frente as luzes brilhantes e lindas de Cajamar, era sem dúvida uma vista deslumbrante. Porém eu não estava só, eu estava sentado em cima de uma vã preta e do meu lado esquerdo estava o G, e do lado direito, estavam Jean e Marisol. Nós quatro vendo aquela vista maravilhosa, no entanto eu olhei em volta por toda parte e não conseguia ver uma pessoa que estava faltando ali... Naomi. Ela não estava ali, todos os membros da Mistério O.E estavam ali menos ela.
No entanto, ao olhar fixamente a um canto coberto pelas sombras, e então a vi. Ela estava se afundando nas profundezas da sombra, mas nenhum de nós estava se importando com a presença dela. Senti ums pontada de dor, pois lá no fundo eu senti que aquilo era um pedido de ajuda, mesmo eu sabendo quem eram meus ex companheiros no penhasco comigo, eu não conseguia ver de fato seus rostos, mas sabia que eram eles.
Me revirei tentando acordar e por sorte consegui, mas me sentia suado, e quase tive um treco quando vi que não estava sozinho ali.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Teens 2 💫 Elos Inabaláveis
AventuraDas tragédias, emoções, confusões e descobertas... Os teens continuam suas aventuras. Será que juntos vão destruir o mal que os persegue? Só o tempo dirá, com os mistérios escondidos pelas sombras da terrível verdade... A mistério O.E Lutando para...