A festa estava fervendo naquela noite de sábado pós-espetáculo.
Parecia que todos os seus amigos estavam ali presentes, o que tornava o ambiente ainda mais festivo e caótico, visto que ninguém ali parecia aguentar seu álcool e afins, Elidio observou silenciosamente, vendo a Mari dançando em cima da mesa numa paródia de uma dança sexy em meio aos berros da Chris e da Bella, que se virou sorrindo ao notá-lo parado observando.
— Curtindo o show?
— Ô, tô até pensando em me juntar à apresentação.
— Boaa! Vem, dança na mesa, seduz sua próxima vítima, garanhão.
Precisou revirar os olhos ao ouvir aquilo.
Não era a primeira vez que seus amigos deixavam claro que ele parecia ter uma predileção a se aconchegar dentro do próprio grupo de amigos, mas não tinha culpa se eram as pessoas que conhecia e mais gostava, ou que elas também queriam tirar uma casquinha.
Ou que se dava bem com suas exes, como todo homem adulto que terminou bem uma relação deveria saber fazer, aliás.
— Eu não faço vítimas. São tudo felizardo, quem já provou do material.
— Piranha, você.
— Tá querendo testar, Bellinha?
— Me erra, que não sou desses 'pega, mas não se apega', não. Aliás, alguém tem que te rejeitar aqui, cê tá com a crista muito alta.
— A culpa não é minha que eu sou irresistível. – brincou, ele, em meio a uma risada.
— Quem é irresistível?
Daniel, que até então estava falando com o Marcão no canto da sala, chegou naquele momento, pondo o braço em volta de Bella, quase paternal.
— O pica das galáxias aí.
— Não tenho culpa que tô só citando minhas estatísticas aqui. – Elidio deu de ombros, levantando as mãos em defesa.
— Ah tá, então eu quero só ver você conseguir um beijo de qualquer um que eu escolher aqui. – Isabella desafiou-o, cruzando os braços, pegando-o de surpresa com aquela ideia maluca.
— Qualquer um?
— Ué, não tava confiante?
— E-e eu tô, ué! Mas tem gente que não tem nada a ver também né, tipo o Ballas, ou a Cintia.
— Eu acho que nessa tem que ser vale tudo. Se acabar beijando o Andy, a culpa é só sua mesmo por ficar aí pagando de gostoso. – Dani comentou com um meio-sorriso, observando a mulher em seus braços com humor.
— Concordo!
— O Andy é fácil, é só eu falar que é pra uma aposta que ele topa pra ajudar.
— Ok, então você tem que dar uns pega no Daniel aqui, já que tá tão seguro de si. – ela falou em meio a um sorrisinho maligno, fazendo o mais velho soltá-la em indignação.
— Eu? O que que eu fiz pra ser colocado no meio disso daí?
— Você falou vale-tudo. Você tá incluso.
— Protesto.
— Pois já era-.
— Ei, ei, ei... - Elídio interrompeu, indignado. — Que que você tem contra a ideia?
— O fato de que é você! – o outro respondeu prontamente, arrancando-lhe uma exclamação indignada.
— Pois eu mando mega bem e posso provar.
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Aquele beijo
RomanceAquilo o estava deixando louco. Não era possível, tinha sido um beijo. Um único, mísero beijo. - Ou: O que aconteceria se, em um desafio, Elídio beijasse seu amigo de juventude, Daniel, e... apenas não conseguisse esquecer aquele beijo?