Depois daquela cena... com certeza, eu adquiri certa confiança, esperança e motivação naquilo. Era 23h da noite e, daqui a 1 hora, o Halloween acabaria. Isso foi, de certeza, um halloween diferente dos outros para mim. Sempre comemorei brincando com amigos, em tempos de paz. Mas, desta vez, os tempos são de guerra e eu não poderia sair para jogarmos, nos divertir juntos.
-Tem vídeo da Emily ou do meu pai? – Kimi ficava desesperada, tentando perguntar a Z, enquanto estava mexendo no computador dele.
-Pelo visto, não. – Z mexia em todas as páginas desse e-mail que fosse recebido e não tinha mais nada além daquele vídeo.
Kimi começava a chorar desesperada. Amava muito seu pai e se conforta nos braços e no peito de Leya, acalmando a sensação.
Eu ficava arrasado e Alexandra ficava pensando no canto, encostando sua cintura na parede do quarto de Math.
Leya e Kimi iam para seu quarto, enquanto se acalmavam. Ficamos na sala: Kay, eu, Bones, Z e Alessa, que ainda estava na sede.
A gente passava tentando entender o vídeo, pegando o vídeo e passando várias vezes, até que, quando vira a noite, um outro vídeo chega, do mesmo e-mail e sem nenhum título.
Chamamos todo mundo para voltar a assistir e botamos "play" no vídeo. Era MORT1MUS no escuro, apenas aparecendo sua face. Nós podíamos ver com clareza sua cara. Tinha pedaços em ouro, reposicionados em seu rosto, como se estivesse preenchendo pedaços vazios da sua cara, olhos dourados que brilhavam no escuro, um cabelo para o lado com gel e uma pequena barbicha.
-Queridos CyberPUNKS... – Ele olhava um papel na mesa dele. – E EMP1RE. Provavelmente estão recebendo essa mensagem para... uma situação preciosa. Amigos capturados, não é mesmo? Como é bom saber disso. Eles estão muito bem em minhas mãos. Estão felizes. – Ele dizia em ironia.
-A guerra foi contada e agora vai acabar de uma forma suprema. O fim da guerra está contado. Dia 28 de novembro na Avenida N30. Espero encontrar vocês lá. Não me desapontem. – MORT1MUS ria e dizia com um sorriso no rosto, planejando algo assustador.
-Além disso, desejo um recado para a CyberPUNKS. Math, Emily e o senhor Tadaki estão bem demais. Não apresentam nada grave. – O homem ria. – Vocês estão prontos? – O vídeo parava.
-Filhos da puta. – Z olhava a data e era 00h30 do dia 1 de novembro. – Porra. Temos 27 dias. – Ele dizia, nos olhando profundamente e com preocupação.
Eu entrava em quase pânico. Era desesperador. Os dias estavam sendo contados e não tínhamos o que fazer. Caso a gente desistisse, NeoTown seria completamente destruído e estaríamos mortos.
Alexandra descia para sua oficina no mesmo instante.
-Vamos! Vamos acabar a maioria logo.
Eu, Bones e Alessa descíamos. A maioria dos robôs mais simples estavam prontos. Alguns androids e tipos de DEAD-666 que a gente estaria fazendo, mas do nosso jeito. Era como se a gente reinventasse melhor ainda os robôs da Night Corporation.
Chegando lá, Alexandra chama a Alessa e começam a fazer a programação dos que já estavam prontos. A Alexandra nos dá o comando de começar a pintar os robôs do jeito que a gente queria.
Sem nenhuma música, fomos pintar os robôs. Alguns pretos, outros azuis com roxos, outros brancos e cinzas, com várias cores. Outros com a cara de palhaço.
-Quero ver a cara do MORT1MUS quando verem que os robôs deles estão com a gente. – Bones fazia algumas caras de palhaço nos robôs e ria feliz.
A gente ficou até 2 da manhã e eu durmo enquanto um spray de tinta estava na minha mão. Acordo com um dos nossos robôs colocando o dedo na minha cara e tentando me acordar.
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CYBERPUNK 2086
Science FictionO ano é 2086, 9 anos após o primeiro auge da época cyberpunk. A cidade é nova agora: NeoTown. Muita tecnologia e muita diversão, para os mais privilegiados. O sistema não mudou, mas o problema é que, agora, o governo quer controlar todos e quer ter...