Capítulo 12
Apolo Arcângelo
Depois que deixamos o apartamento de Cassiopeia, decidimos voltar para casa e avaliar tudo o que aconteceu.
Meus irmãos e eu morávamos juntos em uma casa em Coconut Grove. Nossos pais jamais teriam nos deixado morar sozinhos em Miami se não fosse sobre o mesmo teto. Éramos recém saídos da adolescência na época, nossa maturidade se resumia a jogos, garotas e nada mais. Mas o ponto era que depois do que aconteceu com Perséfone, nenhum de nós quis contrariá-los. Era compreensível a preocupação deles.
— Depois de tanto tempo correndo atrás do próprio rabo, finalmente temos alguma pista de para onde as garotas da Dream That Comes foram levadas — comentou Hermes quando coloquei sobre a mesa da nossa cozinha, duas pilhas de papéis e algumas fotografias das garotas da agência.
— Sim, porém, as outras garotas não devem mais estar na boate. A Angels Of Night deve ser um tipo de ponto de venda, onde a mercadoria entra e é vendida com rapidez, para não gerar suspeita — manifestei minhas suspeitas.
— Acha que sua cliente estará na Angel Of Night quando formos até lá? — Dionísio me olhou preocupado enquanto fazia a pergunta que eu tentava de maneira bastante obstinada, jogar para o fundo da minha mente.
— É uma fodida possibilidade, mas não estou pronto para encará-la — falei sem conseguir esconder o remorso.
Dionísio foi até a geladeira e depois carregou várias coisas de comer para a bancada, mas seus olhos permaneceram em mim.
— Não foi sua culpa — disse ele, firme em suas palavras. A velha mania de me culpar o irritava sobremaneira. Mas no caso da Cassiopeia não havia escapatória para mim.
Dionísio nos entregou sanduíches e nós almoçamos ali mesmo, enquanto pensávamos no que fazer.
— Fiz meu dever de casa muito bem feito e descobri um ex-segurança da Angel Of Night. Entrei em contato e marquei um encontro — mencionou Hermes, mastigando um pedaço de bacon. — O cara ficou bastante relutante no início, mas aceitou nos ver. Marquei em um bar em Palm Beach — ele olhou para os ponteiros do relógio caro em seu pulso —, daqui uma hora.
— Por que ainda estamos aqui, porra? — Levantei-me rápido, ainda mastigando.
Meus irmãos me olharam de cara feia, mas me seguiram em direção à porta sem reclamar.
🎯
O bar tem uma energia vibrante, além do ar delicioso à beira-mar. Seu ambiente é bastante acolhedor com luzes suaves em seu interior, apesar de o sol estar à pino a esta hora. Isto, em conjunto com a decoração tropical com palmeiras, mesas de madeira polida e cadeiras de vime, além da música latina que traz um ritmo envolvente para o lugar, torna o local ideal para um encontro perfeito entre amantes, regado a coquetéis exóticos e bebidas refrescantes. É uma pena que o motivo de estarmos aqui não seja tão excitante.
O ex-segurança nos esperava impaciente dentro do bar. Seus dedos batiam contra a mesa de madeira no mesmo ritmo em que seus pés batiam no chão feito do mesmo material.
Meus irmãos e eu nos apresentamos com os nomes que usamos na Dream That Comes – obviamente, não diríamos nossos nomes reais a esse cara –, então tomamos nossos lugares à mesa.
— Eu sou Ruan — disse ele depois de alguns minutos nos avaliando.
Talvez não fosse seu nome verdadeiro.
Ruan tinha pele morena, olhos chocolate, cabelos escuros, além de um sotaque proeminente ao falar inglês, bem típico de quem possuía o espanhol como língua materna. Talvez fosse latino-americano.
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Me apaixonei por um GP - Garoto de Programa
RomanceMulher traída? Confere. Mãe maluca e tia mais doida ainda? Confere. Boy lindo e gostoso? Confere. Cassiopeia se sente no fundo do poço após ter sido traída. Sua mãe, sempre alegre, não quer ver sua amada filha em tal situação, então, prepara a únic...