Capítulo único

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Hinata andava agitado pelas ruas da pequena cidade, olhando em volta com um extremo desespero. Ele precisava ir ao banheiro, questão de vida ou morte. “Nunca mais faço competição de quem bebe mais refrigerante com o Noya” ele pensava, emburrado.

As lojas ao seu redor estavam todas ocupadas, era uma plena sexta feira a noite e os adolescentes estavam dominando as lojas. O ruivo, já nervoso sentindo sua bexiga doer, avistou uma cafeteria ao fim da rua e foi correndo para dentro da mesma.

Havia uma grande fila de espera ali, ele se sentia completamente ferrado. Os clientes, em sua maioria, vestiam ternos e vestidos elegantes, provavelmente da classe alta. Trabalhadores carregavam seus laptop e pareciam robôs avançando pela fila. As pessoas sentadas nas mesas escreviam freneticamente em seus celulares, ou tinham conversas casuais enquanto saboreavam seus pedidos. Com certeza os casais eram os predominantes daquele lugar, cada um envolvido em seu próprio romance.

“Onde eu fui me enfiar” Hinata pensava, tentando encontrar o banheiro no meio daquela aglomeração, a cafeteria toda decorada com luzes amareladas. Quando o ruivo avistou a porta do banheiro quase gritou de felicidade, correndo até a porta amadeirada que chamava por seu nome.

Entretanto, como ele mesmo dizia, a felicidade do pobre dura pouco. Assim que tentou adentrar o banheiro, notou que a porta estava trancada e uma placa anunciava: chave com o caixa. Hinata quis arrombar aquele maldito banheiro, oi simplesmente começar a jogar cadeiras nas pessoas até que alguém viesse socorre-lo. Sua educação falava mais forte do que as duas opções.

Ele voltou correndo para perto do caixa, avistando uma mulher passando tranquilamente o café para algum dos pedidos. Se aproximando dela, o ruivo sentiu suas orelhas queimarem de vergonha, teria que pedir para usar o banheiro na maior cara de pau, mesmo que fosse familiarizado a passar por pequenas humilhações. Principalmente quando estava com seus colegas Nishinoya e Tanaka, que não conheciam algo chamado “vergonha já cara”.

– Moça? – Hinata chamou, sorrindo envergonhado quando a funcionária o encarou com tédio – Pode me dar a chave pro banheiro?

Ela o olhou de cima a baixo, suspirando em cansaço.

– Apenas para clientes. – resmungou, voltando ao que estava fazendo.

– Mas… – o ruivo se desesperou, apontando para a fila extensa – Eu teria que entrar na fila!

– Obviamente, furos não são permitidos aqui. – ela deu um sorrisinho sarcástico, sem nem olhar para o mais baixo.

– Até chegar minha vez vou fazer nas calças e..

– Apenas para clientes. – a mulher repetiu, o interrompendo.

Hinata sentiu que podia chorar, a atendente claramente não entendia seu desespero.

– Eu vou ao banheiro e depois compro alguma coisa, droga! – ele cruzou os braços, se segurando ao máximo para não urinar ali mesmo.

– Não será possível.

O ruivo já estava preparado para arrumar confusão, pretendia invadir o balcão e pegar a chave à força, até que uma voz o conteve.

– Amor? Por que desceu do carro? Falei que não precisava de ajuda.

Kageyama Tobio, seu colega de time e levantador, simplesmente estava o chamando de amor. Hinata o olhou incrédulo e em completo pânico, já que sua mente apenas focou em quanto um simples apelido soou tão sensual na voz do moreno.

O ruivo estava prestes a se entregar, corando em todos os tons de vermelho possíveis. Nunca foi muito bom em mentiras, mas algo que supera sua dificuldade, era seu medo de uma certa expressão vinda do levantador. Aquela expressão, a que dizia em palavras silenciosas: ouse me contradizer, que vou arrancar cada fio do seu cabelo.

Extremo desespero! (Kagehina)Onde histórias criam vida. Descubra agora